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Europa termina ciclo de seis sessões em alta. Juros italianos fixam mínimos históricos
Acompanhe aqui o dia dos mercados.
Europa interrompe ciclo de seis sessões a valorizar
Os principais índices na Europa recuaram na sessão desta terça-feira, com os resultados empresariais a impulsionarem esta correção, depois de seis sessões consecutivas a valorizar.
O Stoxx 600 - índice que reúne as 600 maiores cotadas na Europa - caiu 0,1%, tendo durante a sessão chegado a desvalorizar 0,5%.
Entre os setores, as "utilities" foram as mais prejudicasas (-1,6%), seguindo-se o setor da energia (1.3%), devido às quedas de empresas como a TechnipFMC e a Orsted.
Já as ações da AMS também caíram depois de a fabricante de "chips" ter desapontado nos resultados referentes ao ano anterior.
A contrarias a tendência geral esteve o setor dos produtos e serviços de consumo (+1,1%), com o setor da saúde (+0,6%) a seguir-lhe os passos, depois de a empresa Demant ter apresentado resultados superiores ao previsto.
Petróleo corrige de máximos de 13 meses mas Brent ainda prossegue na sétima sessão em alta
Os preços do crude seguem a corrigir das fortes subidas que os colocaram no valor mais alto desde janeiro do ano passado.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em março cede ligeiramente, a deslizar 0,16% para 57,88 dólares por barril.
Já o contrato de março do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, ganha apenas 0,18% para 60,67 dólares, depois de já ter tocado nos 61 dólares.
Ambos os crudes atingiram o valor mais alto em 13 meses no arranque da semana. Na sessão desta terça-feira abriram a prosseguir o movimento de subida, pelo sétimo dia consecutivo, o que levou os investidores a aproveitarem para proceder à tomada de mais-valias, pelo que estão agora a corrigir dos fortes ganhos.
O dólar mais débil – os ativos denominados na nota verde ficam mais atrativos quando esta desvaloriza –, os cortes de oferta por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+), a expectativa de medidas adicionais de estímulo à economia dos EUA e os programas de vacinação contra a covid-19 são fatores que têm estado a sustentar o "ouro negro" nos últimos tempos.
Efeito Draghi leva juros italianos para mínimo de sempre
A perspetiva otimista quanto a um governo italiano liderado por Mario Draghi continua a tomar conta dos mercados e a reforçar a confiança dos investidores quanto à capacidade de Roma para estabilizar a sua economia.
Um efeito visível disso mesmo foi hoje registado, com a taxa de juro associada à dívida de Itália com maturidade a 10 anos a recuar para 0,498%, um mínimo histórico para a dívida transalpina negociada no mercado secundário.
A "yield" italiana está a aliviar 0,3 pontos base para 0,503% na quinta queda consecutiva, o que mantém a dívida transalpina em contraciclo face à generalidade dos países que integram o bloco do euro.
Já as taxas de juro correspondentes aos títulos soberanos de Portugal e Espanha a 10 anos sobem respetivamente 0,4 e 0,5 pontos base para 0,055% e 0,128%. Ambas as "yields" registam agravamentos pela terceira sessão consecutiva.
Também a subir mas pela nova sessão seguida está a taxa de juro referente à dívida alemã a 10 anos, que avança 0,2 pontos base para -0,446%.
Ouro aprecia para máximo de uma semana
O metal precioso dourado ganha 0,74% para 1.844,32 dólares por onça no terceiro dia consecutivo a apreciar, o que coloca o ouro na cotação mais alta desde 2 de fevereiro.
Esta é a série mais longa de ganhos para o ouro desde o passado dia 5 de janeiro e acontece já depois de os democratas terem revelado o primeiro esboço relativo a um pacote de estímulos económicos que, entre outras medidas, prevê a entrega de dinheiro às famílias para promover o reforço do consumo e da atividade económica.
Euro regista terceira sessão a valorizar
A divisa da Zona Euro negoceia nos mercados cambiais com uma subida de 0,42% para 1,2101 dólares. Com esta terceira valorização consecutiva, o euro negoceia no valor mais alto desde 1 de fevereiro.
Em sentido inverso transaciona o dólar, que recua contra um cabaz composto pelas principais moedas internacionais num índice que é medido pela Bloomberg. O dólar negoceia assim em mínimos de 1 de fevereiro.
A depreciação do dólar acontece a par da queda do valor das obrigações soberanas do Tesouro norte-americano numa altura em que ganha força o plano de estímulos económicos com que a administração de Joe Biden pretender responder aos efeitos recessivos da crise pandémica.
A Reuters escreve que analistas e investidores consideram que o plano expansionista da Casa Branca e a política da Reserva Federal vão penalizar o dólar.
Wall Street trava ganhos enquanto espera estímulos
A bolsa nova-iorquina abriu com quebras modestas, pondo termo a um longo rally que era sustentado pelo otimismo quanto aos estímulos nos Estados Unidos e pelo avançar dos programas de vacinação.
O generalista S&P500 desce 0,22% para os 3.906,64 pontos, o industrial Dow Jones cai 0,30% para os 31.291,41 pontos e o tecnológico Nasdaq é aquele que resvala mais ligeiramente, descendo apenas 0,034% para os 13.984,24 pontos.
Há seis sessões que Wall Street se pintava de verde, com sinais de que o pacote de estímulos que a administração Biden pretende lançar estaria mais perto. Contudo, enquanto nada se verifica, os investidores respiram fundo e recuam.
No mundo empresarial, o Twitter avança 1,10% para os 58,91 dólares. A rede social reporta esta terça-feira, depois do fecho das bolsas em Wall Street, as contas do seu quarto trimestre fiscal (e do conjunto do ano). No terceiro trimestre, o Twitter registou uma queda de 22% nos lucros, face ao mesmo período do ano precedente, para 28,7 milhões de dólares, ao passo que as receitas aumentaram 14% para 936 milhões.
Europa inverte depois de seis sessões sem quebras
Os investidores na Europa refreiam o otimismo em relação aos estímulos nos Estados Unidos. Apesar de continuarem em perspetiva, mantêm-se as incertezas quanto aos valores e quanto à altura em que estes estarão em condições de serem lançados.
O índice que reúne as 600 maiores cotadas europeias, o Stoxx600, cai 0,04% para os 410,60 pontos. O índice quebra assim um ciclo de seis sessões consecutivas no verde. Também no vermelho estão Madrid, Amesterdão, Frankfurt e Londres.
A tecnologia e as utilities são os dois grupos de cotadas que mais penalizam, ao exibirem ambas uma quebra de 0,65%.
Juros alemães avançam há nove sessões
Os juros das bunds alemãs, que servem de referência à Europa, estão a agravar pela nona sessão consecutiva, mantendo-se perto do máximo de setembro de 2020 que foi atingido na sessão anterior.
Os juros da dívida a dez anos em Portugal alinham na mesma tendência, e estão a subir 0,6 pontos base para os 0,061%, contando a terceira sessão consecutiva de agravamento.
Os investidores exigem uma maior remuneração numa altura em que as obrigações, como um ativo tipicamente mais seguro, perdem alguma atratividade, dada a confiança que se tem vindo a verificar e a traduzir em subidas nos mercados acionistas.
Ouro soma pela terceira sessão
O metal amarelo mantém-se em terreno positivo pela terceira sessão consecutiva, embora tenha vindo a perder força a cada sessão. Hoje, soma 0,57% para os 1.841,21 dólares.
O ouro avança numa altura em que os investidores balançam as perspetivas para os estímulos económicos nos Estados Unidos – uma promessa que tem animado os mercados mas sobre a qual não há ainda grande segurança. Também as expetativas quanto à inflação, que estão em picos de vários anos, estão a ser tomadas em conta.
Euro leva a melhor ao dólar pela terceira vez
A moeda única europeia está a subir 0,27% para os 1,2082 dólares, contando a trceira sessão no verde. Em oposição, o Bloomberg Dollar Spot Index, que mede a força do dólar contra as principais moedas, está a descer 0,2%, contando a terceira sessão consecutiva no vermelho.
O dólar ainda sofre com o ânimo causado pelos estímulos que, embora tenha acalmado, torna os ativos de maior risco – como as ações – mais atrativos que um refúgio como o dólar.
Petróleo passa os 61 dólares
Se as ações acalmaram, o mesmo não se pode dizer do petróleo. O barril londrino, que serve de referência na Europa, soma há oito sessões consecutivas, o que lhe conferiu já um ganho acumulado de 9%, e está hoje a renovar máximos de final de janeiro, tendo já batido nos 61,27 dólares durante esta sessão. A sustentar estão sinais de que a procura está a fortalecer-se a nível mundial.
O barril de Brent, negociado em Londres, está a valorizar 0,84 para os 61,07 dólares e o nova-iorquino West Texas Intermediate sobe 0,67% para os 56,37 dólares.
Bolsas acalmam perto de recordes com euforia dos estímulos a dissipar-se
As ações mundiais mantêm-se perto dos níveis recorde que têm vindo a atingir, embora já não haja uma concordância tão alargada no verde. Esta terça-feira, as expectativas quanto aos estímulos estão mais moderadas e o impacto de uma inflação crescente começa a ser tomado em conta.
Depois de o índice ter registado seis sessões no verde, os futuros do S&P500 seguem pouco alterados, à semelhança dos europeus. A esperança de que a administração de Joe Biden consiga passar um pacote de estímulos massivo tem sustentado as subidas, mas está a ficar mais fraca.
Na Ásia, o Compósito de Xangai mostrou a maior força, ao subir 1,6%, enquanto o australiano S&P/ASX 200 foi o que mais caiu – 0,9%. Mais moderados, fecharam o japonês Topix e o sul-coreano Kospi, que avançaram 0,1%.
"Estamos a chegar ao ponto em que temos de nos começar a preocupar acerca do risco de como nos levantamos com esses estímulos" e se "as avaliações estão demasiado caras", defendem os analistas da Nuveen, citados pela Bloomberg.