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Europa cai com crise dos "chips" a afetar setor automóvel. Cobre dispara para perto de recordes
Acompanhe aqui o dia nos mercados.
Cobre galga patamar dos 10.000 dólares de olho nos máximos históricos
As cotações do cobre chegaram hoje aos 10.000 dólares por tonelada, o que não acontecia há mais de 10 anos, aproximando-se do máximo histórico atingido nesse mesmo ano.
A ajudar está o maior consumo deste metal industrial por parte das economias que já estão em fase de retoma, numa altura em que as minas tentam atender a essa maior procura.
O metal vermelho já esteve hoje a somar 1,3% para 10.008 dólares por tonelada no Mercado Londrino de Metais (LME), tendo entretanto perdido algum fôlego.
O Dr. Cobre – assim alcunhado por ser considerado o único metal com doutoramento em economia, já que é um indicador do crescimento económico – está assim muito perto do seu recorde de 10.190 dólares atingido em fevereiro de 2011.
O cobre tem estado entre os melhores desempenhos do LME, num mês em que os metais em geral, do alumínio ao minério de ferro, subiram para máximos de vários anos.
Esta escalada dos metais não-ferrosos tem estado a ser sustentada pelas medidas de estímulo às economias, taxas de juro em torno de zero e sinais de que as economias estão a recuperar da pandemia de covid-19.
Também o maior impulso que está a ser dado às energias mais limpas está a fazer subir o consumo de cobre, que é usado em inúmeros segmentos, como os veículos elétricos e os sistemas de energia solar, o que faz com que as reservas do metal fiquem pressionadas.
Europa recua com setor automóvel preocupado com falha de "chips"
As ações europeias terminaram a sessão a escorregar, apesar de terem estado a subida com relativa força durante o dia.
O Stoxx 600 - índice que agrupa as 600 maiores cotadas da região - perdeu 0,3%, com o setor das fabricantes de automóveis a ser o mais prejudicado (-2,6%), depois de várias empresas terem alertado para o problema da falta de "chips" a nível mundial.
Também em território negativo terminaram os setores das "utilities" (-1,2%) e das seguradoras (-1%).
Em contraciclo esteve o setor da banca (1,4%) que continua a beneficiar com os resultados acima do esperado registados pelos "players" do setor e o setor das retalhistas (1,1%), com a portuguesa Jerónimo Martins a liderar os ganhos, depois dos resultados apresentados.
Ainda assim, as perdas foram amparadas pelo novo pacote de ajudas de Joe Biden, líder da Casa Branca, no valor de 1,8 biliões de dólares, apresentado ontem no Congresso.
Petróleo ganha terreno com perspetivas otimistas para a procura
O "ouro negro" segue a negociar em alta, pela terceira sessão consecutiva, animado pela expectativa de um aumento da procura pela matéria-prima.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em junho avança 1,28% para 64,68 dólares por barril.
Já o contrato de junho do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, soma 1,49% para 68,27 dólares.
A contribuir para sustentar os preços estão as previsões otimistas para a procura, os dados económicos robustos nos EUA e o dólar em baixa – fatores que ofuscam os receios quanto ao impacto do aumento de casos de covid-19 no Brasil, Índia e Japão.
"O desempenho dos últimos dias revela a fé inabalável do mercado numa economia saudável e numa retoma da procura", comentou à Reuters um analista da PVM Oil Associates, Tamas Varga.
"Também deixa implícito que não se espera que o pesadelo da covid que envolve a Índia, Japão e Turquia, entre outros países, tenha um impacto duradouro na expansão económica", acrescentou.
Nos últimos dias, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a Agência Internacional de Energia (AIE) e analistas do UBS e do Goldman Sachs previram um aumento expressivo da procura por crude no segundo semestre deste ano.
Euro recua após tocar em máximo de 26 de fevereiro contra o dólar
A moeda única europeia deprecia 0,14% para 1,2109 dólares nos mercados cambiais, uma quebra que se verifica após duas sessões a apreciar em relação ao dólar e num dia em que chegou a negociar em máximos de 26 de fevereiro contra a divisa norte-americana.
Já o dólar segue a ganhar 0,13% face a um cabaz composto por 10 moedas de economias desenvolvidas e emergentes, isto depois de também a divisa norte-americana ter hoje chegado a negociar em mínimos de 26 de fevereiro no índice medido pela Bloomgerg.
Juros das dívidas disparam com aumentos da inflação alemã e PIB americano
Os juros das dívidas públicas dos países da Zona Euro estão a agravar-se esta quinta-feira de forma expressiva, um movimento que acontece depois de a economia americana se ter expandido 6,4% no primeiro trimestre e após se saber que a taxa de inflação na Alemanha avançou 2,1% em abril, superando as projeções dos analistas.
Estes dados económicos contribuem para adensar a possibilidade de os bancos centrais reduzirem a ambição das respetivas políticas de estímulo económico, o que se reflete no agravamento da perceção de risco associado às dívidas.
Deste modo, a taxa de juro associada às obrigações soberanas de Portugal com prazo a 10 anos sobe 4,3 pontos base para 0,480%. Esta é a sexta subida consecutiva, a mais longa série de agravamentos desde novembro de 2019, o que coloca a "yield" lusa nesta maturidade em máximos de junho de 2020.
Também as "yields" correspondentes aos títulos soberanos a 10 anos da Espanha, Itália e Alemanha seguem a agravar-se respetivamente 4,8, 4,9, e 4 pontos base para 0,478% (quinta subida para máximos de 26 de fevereiro), para 0,918% (sexta subida para máximos de setembro de 2020) e para -0,192% (quarta subida para máximos de 19 de março último).
PIB e resultados das tecnológicas levam Wall Street a novos máximos
As ações norte-americanas abriram a sessão em alta, conduzindo os índices de Wall Street a novos máximos históricos, com os investidores animados com os resultados positivos de diversas empresas e sobretudo com a alta do PIB acima do esperado no primeiro trimestre.
O Dow Jones avança 0,42% para 33.960,78 pontos e o Nasdaq Composite sobe 0,85% para 14.171,12 pontos. O S&P500 valoriza 0,72% para 4.213,37 pontos, superando o máximo histórico que tinha atingido ontem.
O índice Nasdaq 100 também atingiu um recorde no início da sessão, impulsionado sobretudo por duas gigantes tecnológicas que apresentaram resultados após o fecho da sessão de ontem.
A Apple soma 1,03% para 134,95 dólares depois de ontem ter revelado um crescimento das vendas em todas as linhas de produto: iPhone; Mac; iPad; wearables, casa e acessórios (como os headphones sem fios AirPods); e serviços. O volume de negócios da Apple neste trimestre terminado em março aumentou 54% face ao mesmo período do ano passado, para um nível recorde de 89,58 mil milhões de dólares.
Já o Facebook valoriza 6,53% para 327,16 dólares depois de ter mostrado que as receitas aumentaram 48% no primeiro trimestre deste ano, face ao período homólogo de 2020 (17,73 mil milhões), para 26,17 mil milhões de dólares, quando a projeção média apontada pelos analistas inquiridos pela FactSet era de 23,67 mil milhões.
Além das notícias positivas nas empresas, há também indicadores positivos na economia, fazendo os investidores reforçar a crença que a recuperação da pandemia será célere.
De acordo com os dados divulgados esta quinta-feira, o produto interno bruto (PIB) dos Estados Unidos registou um crescimento anualizado de 6,4% no primeiro trimestre de 2021, acima dos 6,1% estimados pelos economistas e dos 4,3% registados no quarto trimestre de 2020.
Dólar recupera com ajuda de Biden
A nota verde reconquista algum terreno que tem vindo a perder, depois de o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ter feito um discurso no qual desiludiu alguns dos analistas quanto aos estímulos à economia.
O Bloomberg Dollar Spot Index, que mede a força da divisa norte-americana face a um cabaz onde se reunem as mais relevantes, avança 0,06%. Simetricamente, a moeda única europeia está a perder 0,06% para os 1,2118 dólares.
Juros ganham há seis sessões
Os juros da dívida a dez anos de Portugal estão a agravar 0,9 pontos base para os 0,448%, contabilizando desta forma a sexta sessão sucessiva de subidas. Ficam, desta forma, perto dos máximos de julho do ano passado que foram atingidos na última sessão.
Na Alemanha, que serve de referência para o mercado de obrigações europeu, há quatro sessões que se verificam subidas. Esta quinta-feira, as bunds somam 1,5 pontos base para os -0,217%.
Bolsas sobem agarradas a esperanças de retoma
As bolsas europeias mostram-se otimistas numa altura em que os movimentos de desconfinamento, um pouco por todo o mundo, apontam para uma recuperação da procura. Paralelamente, Joe Biden apresentou ontem o plano de apoios de 1,8 biliões de dólares direcionado sobretudo às famílias.
A reforçar o ânimo está a posição da Fed, que reafirmou a atitude de apoio à economia, ao mesmo tempo que a época de resultados, em particular os das gigantes tecnológicas norte-americanas, dá o seu empurrão.
O índice que agrega as 600 maiores cotadas europeiras, o Stoxx600, avança 0,56% para os 442,38 pontos, na segunda sessão seguida de ganhos. Desta forma, o índice reaproxima-se do seu melhor registo de sempre, o qual se verificou no início da semana passada.
Olhando para as principais praças, nota-se que a maioria supera a fasquia dos 0,5%, mostrando subidas sólidas. Com menos vigor seguem a bolsa alemã, que avança cerca de 0,1%, e a italiana, que ganha 0,21%.
Petróleo volta a ganhar perto de máximo de seis semanas
O barril de Brent, negociado em Londres e referência na Europa, avança 0,40% para os 67,54 dólares, acompanhado pela subida de 0,39%para os 64,12 do barril de West Texas Intermediate, este último negociado em Nova Iorque.
A matéria-prima volta a ganhar depois de ter atingido um máximo de seis semanas durante a última sessão. A dar força ao "ouro negro" está o otimismo quanto ao ressurgir da procura, apesar de a covid-19 voltar a ameaçar com novos surtos alguns países, a Índia em particular.
Ouro cede ligeiramente
O metal precioso está a ceder ligeiramente - 0,11% - na sessão desta quinta-feira, estando a negociar nos 1.779,67 dólares a onça. O ouro encerrou a sessão de quarta-feira em alta, a valorizar 0,29%, com a onça a atingir os 1.781,68 dólares, o valor mais alto registado desde o arranque da semana.
O analistas ouvidos pela Bloomberg notam que o ouro ganhou ímpeto após oas declarações da Fed sobre a política acomodatícia e as preocupações sobre o impacto económico de uma nova vaga da pandemia. Ao longo das últimas semanas o ouro tem vindo a recuperar dos mínimos de março. A 8 de março, o ouro estava a negociar longe dos valores hoje registados; nessa data, a onça atingiu os 1.683,54 dólares.
Os analistas referem que com um mercado de capitais mais estável e com sinais de recuperação económica nos EUA e na China, tal poderá fazer mossa aos ganhos desta "commodity".
Ainda nos metais, tanto a prata como o cobre negoceiam em alta.
Futuros sobem à boleia dos resultados e garantias de estímulos
Os futuros das ações da Europa e dos Estados Unidos estão a subir esta quinta-feira, animados pelos resultados trimestrais das empresas e pela perspetiva de continuação dos estímulos à economia.
Os futuros do Euro Stoxx 50 sobem 0,2% enquanto os do S&P 500 avançam 0,5%.
Esta evolução acontece depois de a Apple ter anunciado receitas superiores ao esperado e de o Facebook ter revelado um aumento das vendas e do número de utilizadores. Na Coreia do Sul, a Samsung superou as estimativas para os lucros, ajudando ao sentimento dos investidores. O principal índice do país, o Kospi, avançou 0,1%, enquanto na China, o Shangai Composite subiu 0,2%. A bolsa de Tóquio esteve encerrada devido à comemoração de um feriado.
A suportar o sentimento dos investidores está ainda o plano de apoios de 1,8 biliões de dólares apresentado ontem pelo presidente dos Estados Unidos Joe Biden direcionado sobretudo às famílias, e que será financiado, em parte, por um agravamento dos impostos sobre os mais ricos.