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Europa com ganhos tímidos à espera da Fed. Juros de Portugal em máximos de nove meses
Acompanhe aqui o dia nos mercados.
Europa com ganhos ligeiros animada pela banca e à espera da Fed
As bolsas europeias encerraram quase generalizadamente em alta, mas muito ligeira, na expectativa da decisão de política monetária da Reserva Federal norte-americana. As contas acima do esperado por parte da banca animaram o setor financeiro.
O Stoxx 600 encerrou a subir 0,066% para 440,14 pontos.
A banca teve o melhor desempenho, com uma valorização agregada de 1,5%, animada pelas contas acima do esperado de várias instituições financeiras europeias, como foi o caso do Deutsche Bank.
Também o setor da energia negociou no verde, a subir 1,1%, a par com a subida dos preços do petróleo depois de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados terem sinalizado confiança numa retoma da procura.
Para trás ficaram subgrupos mais defensivos, com uma descida nos segmentos dos cuidados pessoais, medicamentos e mercearias (-0,8), serviços e bens industriais (-0,7%) e utilities (água, luz, gás – com um recuo de 0,6%).
Entre os principais índices da Europa, o alemão Dax somou 0,3%, o francês CAC-40 valorizou 0,5%, o espanhol Ibex ganhou 0,5% e o britânico FTSE 100 registou um acréscimo de 0,3%.
Já o italiano FTSEMIB perdeu 0,1%, e em Amesterdão o AEX também cedeu 0,1%.
"A generalidade das ações europeias abriu hoje em alta, após divulgação de dados macroeconómicos positivos por parte da França, Suécia e Suíça. O sentimento de mercado permanece positivo, com os ‘traders’ a aplaudirem os bons resultados da Microsoft, Pinterest e Alphabet", sublinhou Pierre Veyret, analista técnico da ActivTrades, na sua análise diária.
"O setor da tecnologia continuará a ser centro das atenções, com os investidores a aguardarem os relatórios da Apple e da Amazon. Os ‘traders’ também estarão atentos ao discurso d Jerome Powell", acrescentou.
"Mesmo com a atual postura de negociação ligeiramente otimista (‘bullish’), parece que os investidores não estão a celebrar a temporada de bons resultados conforme o fizeram no passado. O facto de os ‘benchmarks’ já estarem a ser transacionados perto de níveis recordes está a pressionar o sentimento de mercado, com os investidores a precisar de mais impulsionadores para perderem os receios de uma correção e fazerem aumentar as cotações", rematou Pierre Veyret.
Juros de Portugal em máximos de nove meses
Os juros da dívida portuguesa a dez anos voltaram a escalar para máximos desde julho do ano passado, no dia em que o IGCP - Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública realizou a primeira oferta de troca de dívida de 2021, tendo adiado o reembolso de 983 milhões de euros por vários anos.
O instituto liderado por Cristina Casalinho comprou 501 milhões de euros em obrigações que expiravam a 17 de outubro de 2022, com uma taxa de cupão de 2,2%. Além disso, o IGCP também comprou 482 milhões de euros em obrigações que expiravam a 15 de fevereiro de 2024 (taxa de cupão de 5,65%).
Em troca ofereceu 671 milhões de euros em títulos com maturidade até 17 outubro de 2028 (taxa de 2,125%), pelo que adiou assim o reembolso deste montante por seis anos. Também entregou em troca 312 milhões de euros em títulos com maturidade até 18 abril de 2034 (taxa de cupão de 2,25%), pelo que nesta operação o IGCP adiou o reembolso de dívida por 10 anos.
Antes desta oferta de troca, Portugal tinha agendado reembolsos acima de 16 mil milhões de euros em cada um dos anos que ficam agora menos carregados (2022 e 2024). De acordo com último boletim mensal do IGCP, 2027 é o ano com os reembolsos mais elevados (perto de 21 mil milhões de euros).
Os juros nacionais subiram 2,3 pontos base, acima dos ganhos registados nos restantes países europeus, para os 0,437%, um máximo de nove meses. Na Alemanha - que serve de referência para o bloco - os juros a dez anos avançaram 1,8 pontos base para os -0,233%.
Petróleo sobe 2% com otimismo em torno da procura
O "ouro negro" segue a negociar em alta, animado pela forte queda dos inventários de destilados nos EUA e pela retoma da atividade de refinação, o que reforça a expectativa de um aumento da procura por combustível.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em junho avança 2,11% para 64,27 dólares por barril.
Já o contrato de junho do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, soma 1,78% para 67,60 dólares.
A contribuir para sustentar os preços está o facto de as reservas norte-americanas de destilados terem diminuído em 3,3 milhões de barris na semana passada, ao passo que o uso da capacidade de refinação subiu para 85,4%.
Já os stocks de crude aumentaram em 90.000 barris na semana passada, para 493,1 milhões de barris, quando os analistas esperavam um aumento de 659.000 barris. Ou seja, apesar do incremento, foi muito inferior ao projetado, o que também animou o mercado.
"A eventual flexibilização das restrições à atividade deverá desencadear um aumento da procura por viagens de férias, turismo e outros tipos de atividades recreativas e de negócios", sublinha um relatório de análise do UBS a que o Negócios teve acesso.
Giovanni Staunovo, analista de matérias-primas do banco suíço, diz no relatório que o UBS prevê que a procura por crude aumente de um nível atual em torno dos 94 milhões de barris por dia para mais de 99 milhões de barris diários no segundo semestre de 2021, "beneficiando da aceleração dos programas de vacinação contra a covid e das menores restrições à mobilidade".
Também o Goldman Sachs disse hoje que prevê "o maior salto de sempre na procura por petróleo", a um ritmo de 5,2 milhões de barris por dia nos próximos seis meses, à medida que as campanhas de vacinação aceleram na Europa e a procura por viagens aumenta.
Ontem, os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+) decidiram manter-se fiéis às linhas traçadas na reunião de 1 de abril, pelo que irão abrir ligeiramente as torneiras a partir do próximo mês com a entrada de mais 350.000 barris de crude no mercado.
O atual plano é aumentar depois a produção em mais 350.000 barris em junho, passando o aumento de julho para 440.000 barris por dia.
Isto significa que a OPEP+ está confiante numa retoma da procura mundial, sublinha a Reuters.
Euro aprecia ligeiramente face ao dólar
A moeda única da zona euro avança 0,02% perante o rival norte-americano, o dólar, para um valor de 1,2098 dólares.
Ainda na Europa, a libra esterlina também avança nesta sessão, ao valorizar 0,01%, para os 1,3916 dólares.
O dia é marcado pela estabilidade no mercado cambial, algo que poderá mudar ao final da tarde, com a reunião da Fed.
Ouro cede e aproxima-se de mínimos de duas semanas
A procura por este metal precioso regista um ligeiro recuo nesta sessão, com o valor do ouro a aproximar-se do mínimo registado em duas semanas. Os investidores continuam à espera de sinais sobre política monetária, a propósito da reunião da Reserva Federal dos Estados Unidos.
É esperado que o "chairman" da Fed, Jerome Powell, preste declarações ainda esta quarta-feira sobre as decisões da reuião da Fed. Carlo Alberto de Casa, chief analyst da ActivTrades, indicou em declarações à Reuters que "caso a Fed dê alguma direção sobre as "yields", poderá haver uma movimentação para o ouro. Em caso contrário, é expectável que o ouro se mantenha na faixa dos 1.750 a 1800 dólares".
O ouro cede 0,09% para os 1.775,02 dólares a onça.
Resultados e cautela com Fed deixam Wall Street em baixa ligeira
As bolsas norte-americanas abriram em queda ligeira, com os investidores desiludidos com os resultados de algumas cotadas, como a Microsoft e a Boeing, ao mesmo tempo que aguardam com ansiedade a reunião de hoje da Reserva Federal.
O Dow Jones cede 0,24% para 33.888 pontos e o Nasdaq recua 0,11% para 14.074 pontos. O S&P500 segue em sentido contrário, com uma subida de 0,09% para 4.190,09 pontos.
Entre as gigantes tecnológicas que apresentaram resultados, a Microsoft destaca-se pela negativa com uma queda de 2,59% para 255,19 dólares. A segunda cotada norte-americana mais valiosa revelou receitas bem acima do esperado, mas os analistas assinalaram que parte do volume obtido não é recorrente.
Em sentido inverso a Alphabet dispara 3,86% para 2.379,46 dólares depois da dona da Google ter anunciado que obteve lucros recorde pelo segundo trimestre consecutivo, além de um programa de compra de ações próprias no valor de 50 mil milhões de dólares. Vários analistas reviram em alta o preço-alvo da tecnológica, com o Barclays a elevar o preço-alvo de 2.500 para 3.000 dólares.
Ainda do lado das empresas que desiludiram, a Boeing cede 2,49% para 236,4 dólares, depois da fabricante de aviões ter anunciado prejuízos acima do esperado. Já a Biotech Amgen recua 6,31% após ter anunciado que os lucros e as receitas caíram devido à descida de 7% no preçço médio dos medicamentos.
A tendência sobretudo negativa dos índices também denota a cautela dos investidores com a reunião desta quarta-feira da Reserva Federal.
Os investidores estão atentos a qualquer sinal de que o banco central possa estar próximo de reduzir o seu programa de compra de ativos. "Se o presidente da Fed sinalizar uma mudança de rumo teremos uma grande correção no mercado", antecipa Komal Sri-Kumar, presidente do Sri-Kumar Global Strategies, citado pela Bloomberg.
Bolsas europeias divididas antes da Fed
Depois de um arranque de sessão positivo, as bolsas europeias seguem divididas entre ganhos e perdas, com os investidores a olharem para os mais recentes números das empresas, relativos ao primeiro trimestre, e à espera do final da reunião de política monetária da Fed.
O índice de referência para a Europa, o Stoxx600, cai 0,11% para 439,31 pontos. As perdas nos setores das utilities, indústria e mineração estão a ser parcialmente compensadas pelos ganhos da banca, depois de o Deutsche Bank ter aumentado as suas estimativas e de o Lloyds e Santander terem apresentado resultados acima do esperado.
"Os resultados estão a ser espetaculares nos Estados Unidos e muito bons na Europa, mas os mercados estão a sofrer uma espécie de vertigem, já que as ações subiram muito rápido e muitos dos factores positivos já podem ter sido descontados", explica Ricardo Gil, responsável de alocação de ativos na Trea Asset Management, em Madrid, citado pela Bloomberg.
Por cá, o PSI-20 está a perder 0,18% para 5.003,71 pontos, penalizado sobretudo pelas cotadas do grupo EDP.
Juros portugueses em máximos de julho de 2020
Os juros da dívida portuguesa estão a subir pela quinta sessão consecutiva, e a negociar, no prazo a dez anos, no valor mais alto dos últimos nove meses. A yield avança 3,3 pontos base para 0,447%, no dia em que o IGCP vai voltar ao mercado para uma operação de troca de Obrigações do Tesouro (OT).
A entidade liderada por Cristina Casalinho irá recomprar as OT que expiravam a 17 de outubro de 2022 vendendo uma emissão com maturidade até 17 outubro de 2028. Também serão recompradas OT que expiravam a 15 de fevereiro de 2024 e vendida dívida com maturidade até 18 abril de 2034, com uma taxa de 2,25%.
Em Espanha, a yield sobe 3,1 pontos para 0,443% e na Alemanha avança 3,2 pontos para -0,219%.
Ouro cai em contraciclo com o dólar
Em contraciclo com o dólar, o ouro está a descer pela segunda sessão consecutiva, antes do final da reunião de política monetária da Reserva Federal dos Estados Unidos.
A Fed deverá manter os juros inalterados e reafirmar o compromisso de continuar a comprar 120 mil milhões de dólares de obrigações por mês, embora os investidores estejam atentos a sinais de que o banco central possa equacionar uma redução em breve.
Nesta altura, o ouro desce 0,41% para 1.769,40 dólares.
Dólar sobe pelo segundo dia
O índice que mede o desempenho do dólar face às principais congéneres está a subir pela segunda sessão consecutiva, num dia em que as atenções estão viradas para as declarações da Reserva Federal dos Estados Unidos no final de mais uma reunião de política monetária.
Ainda que não sejam esperadas quaisquer alterações, os investidores estarão em busca de sinais de que o banco central possa reduzir o seu programa de compra de ativos, perante a recuperação da maior economia do mundo.
O dólar está a subir 0,16% face às principais moedas, depois de os juros do Tesouro terem voltado a subir, ultrapassando os 1,6% no prazo a dez anos.
Já o euro cai 0,22% para 1,2064 dólares.
OPEP+ confirma aumento da oferta e dá ganhos ligeiros ao petróleo
O petróleo está a subir menos de 0,5% nos mercados internacionais, depois de a OPEP+ ter confirmado que vai prosseguir com os planos de aumentar a oferta do grupo, apesar de o crescimento do número de casos de covid-19 em algumas regiões, incluindo a Índia, estar a deixar dúvidas sobre as perspetivas para a procura.
Nesta altura, o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, está a subir 0,35% para 63,15 dólares, enquanto o Brent, transacionado em Londres, avança 0,39% para 66,68 dólares.
Um comité da OPEP+ concordou que a aliança deve prosseguir com o plano de aumentar a oferta nos próximos três meses depois de, na segunda-feira, o cartel ter melhorado as estimativas para o crescimento da procura por esta matéria-prima e de a BP ter sinalizado uma recuperação "robusta".
De acordo com o Goldman Sachs, a procura deverá registar a maior subida de sempre nos próximos seis meses, a acompanhar o aumento da vacinação na Europa.
Futuros sobem na Europa e EUA
Os futuros das ações da Europa e dos Estados Unidos apontam para um início de sessão de ganhos ligeiros no Velho Continente, numa altura em que os investidores continuam a olhar para os resultados das empresas relativos ao primeiro trimestre e a avaliar o impacto da pandemia neste arranque de 2021.
Os futuros do europeu Euro Stoxx 50 avançam 0,2% enquanto os do S&P 500 valorizam 0,1%, depois de as obrigações do Tesouro terem voltado a cair e levado as yields a 10 anos a superar novamente os 1,6%.
Além das contas das empresas, as atenções dos investidores estão centradas esta quarta-feira na reunião de política monetária da Fed, com o mercado atento a qualquer sinal de que o banco central possa estar próximo de reduzir o seu programa de compra de ativos.
"Se o presidente da Fed sinalizar uma mudança de rumo teremos uma grande correcção no mercado", antecipa Komal Sri-Kumar, presidente do Sri-Kumar Global Strategies, citado pela Bloomberg.
Além disso, também o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vai dirigir-se ao Congresso numa sessão conjunta, pela primeira vez enquanto líder da Casa Branca.
Na sessão asiática, não houve uma tendência definida, com o japonês Topix a subir 0,4%, o sul-coreano Kospi a descer 0,8% e o chinês Shanghai Composite Index a negociar inalterado.