Notícia
Abertura dos mercados: Promessa da China trava “sell-off” nas bolsas. Petróleo recua
As bolsas europeias seguem as quedas dos EUA mas com menor intensidade, a libra continua a perder valor devido à dificuldade de May conseguir o ok do Parlamento para o acordo sobre o Brexit e o petróleo desvaloriza devido às dúvidas se a Rússia vai juntar-se ao corte de produção da OPEP.
Os mercados em números
PSI-20 desce 0,58% para 4.909,73 pontos
Stoxx 600 perde 1,02% para 354,77 pontos
Nikkei desvalorizou 0,53% para 21.919,33 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos recuam 0,5 pontos base para 1,806%
Euro desce 0,02% para 1,1341 dólares
Petróleo em Londres desce 1,51% para 61,14 dólares o barril
Europa segue perdas de Wall Street com menor intensidade
As bolsas europeias acordaram no vermelho, pressionadas pelo "sell-off" registado no final da sessão de ontem em Wall Street. Os índices europeus marcam perdas em torno de 1%, sendo que a limitar o sentimento negativo está o compromisso da China com o acordo celebrado com os Estados Unidos para tréguas de 90 dias na guerra comercial entre os dois países.
Donald Trump lembrou ontem que é o "homem das tarifas", originando um aumento da incerteza sobre o efeito das tréguas comerciais, o que provocou um "sell-off" nas últimas horas de negociação em Wall Street. A China deu uma resposta na direcção oposta, já que hoje prometeu começar a cumprir o que foi acordado em Buenos Aires com passos concretos para acabar com a disputa comercial.
O ministro do Comércio chinês emitiu um comunicado onde revela que pretende acelerar as negociações com os EUA nestes 90 dias de tréguas. Segundo a Bloomberg, a segunda maior economia do mundo está disponível para começar a importar soja e gás natural liquefeito dos EUA.
Com este compromisso, a queda do Stoxx600 está a ser mais limitada, com o índice de acções europeu a ceder 1,02% para 354,77 pontos. Em Lisboa o PSI-20 segue este desempenho negativo, com uma queda de 0,58% para 4.909,73 pontos. A Altri destaca-se com uma queda de 7,46% para 6,08 euros, o que representa o valor mais reduzido desde o início de Maio, reflectindo a operação de venda efectuada por um dos seus accionistas .
Esta quarta-feira os mercados estarão encerrados nos Estados Unidos, em dia de luto nacional pela morte do 41.º presidente do país, George H. W. Bush, no dia 30 de Novembro.
O presidente da Reserva Federal dos EUA iria discursar perante o Comité Económico Conjunto do Congresso, sobre o "outlook" económico, mas o evento foi adiado. Jerome Powell falará num outro dia ainda por agendar.
Libra recua pela quinta sessão
A moeda britânica continua a perder valor, estando hoje a ceder pela quinta sessão consecutiva, reflectindo as dificuldades de Theresa May em conseguir que o Parlamento aprove o seu acordo para o Brexit. A libra cede 0,1% para 1,2704 dólares, depois de ontem ter tocado em mínimos de 17 meses.
A moeda norte-americana está a beneficiar com a instabilidade gerada pelas dúvidas sobre a evolução da guerra comercial. O índice do dólar valoriza 0,2% e o euro está a cair 0,02% para 1,1341 dólares.
Juros da Alemanha caem para mínimo de 17 meses
As obrigações soberanas da Alemanha também estão a servir de activo refúgio para os investidores, levando a "yield" das bunds a recuar pela sétima sessão consecutiva para mínimo de 17 meses.
A taxa dos títulos a 10 anos está a descer 1,3 pontos base para 0,249%, sendo que na restante dívida soberana europeia a tendência também é de descida. No dia em que o IGCP vai realizar uma oferta de troca de dívida, a "yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos desce 0,5 pontos base para 1,806%. Na dívida italiana a taxa dos títulos a 10 anos recua 4 pontos base para 3,11%.
Petróleo em queda à espera da OPEP
O petróleo negoceia em terreno negativo, com os investidores para já a duvidarem da capacidade da Arábia Saudita em convencer a Rússia a juntar-se ao corte de produção que a OPEP pretende implementar.
Khalid al-Falih, o ministro da energia saudita que é a voz mais influente do cartel, tem hoje uma reunião com o seu homólogo russo Alexander Novak, que até aqui tem mostrado relutância em baixar a produção do país para travar a descida das cotações da matéria-prima.
A OPEP tem a sua reunião na quinta-feira, sendo que em cima da mesa esta uma redução na produção de pelo menos 1,3 milhões de barris por dia. A reunião do cartel com os países aliados (grupo conhecido por OPEP+) terá lugar na sexta-feira.
O WTI em Nova Iorque desce 1,54% para 52,43 dólares e o Brent em Londres desvaloriza 1,51% para 61,14 dólares.
Alta do dólar penaliza ouro
O ouro volta a movimentar-se na direcção oposta à do dólar, sendo que na sessão de hoje a valorização da moeda norte-americana volta a penalizar o metal precioso. A cotação do ouro está a descer 0,4% para 1.233,92 dólares a onça.