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Máquinas culpadas do "sell-off"? Já controlam 80% do mercado nos EUA

O pessimismo voltou a atingir as bolsas internacionais, com os principais índices de Wall Street a caírem mais de 3% na última sessão. Responsáveis do sector alertam para a grande preponderância de máquinas no volume de transacção.

Reuters
05 de Dezembro de 2018 às 13:39
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Numa altura de grandes quebras em Wall Street, o director de um fundo de investimento chama a atenção para a larga percentagem do volume de operações de mercado que está sob o controlo de máquinas, que no caso dos Estados Unidos já chega aos 80%.

 

"80% do volume diário nos EUA é feito por máquinas. Então o que se obtém é uma falta de foco nos resultados e perspectivas, concretizando-se movimentos de curto-prazo baseados em dados específicos que são emitidos todos os dias e que criam ruído", sublinha Guy de Blonay, director do fundo de investimento Jupiter Asset Management, em declarações à CNBC.

 

As declarações de Blonay inserem-se num cenário de grandes perdas para a bolsa de Nova Iorque. Esta terça-feira, os mercados norte-americanos fecharam com os três principais índices – o industrial Dow Jones, o tecnológico Nasdaq e o generalista S&P500 – a quebrarem mais de 3%.

 

Muitos acreditam que os episódios de "sell-off" que se têm repetido ao longo de 2018 estão em larga medida relacionados com as ordens dadas por máquinas. As transacções utilizam modelos matemáticos avançados para acelerar as decisões de trading. Quando os títulos descem abaixo de um determinado nível, é activada de forma automática a ordem de venda, caso tenha sido dada essa indicação.

 

O primeiro episódio este ano que veio confirmar o regresso da volatilidade chegou em Fevereiro, quando Wall Street viveu a pior sessão desde 2011 e as bolsas japonesas registaram a maior queda desde Novembro de 2016. Já na altura as máquinas foram um dos responsáveis apontados. Um inquérito lançado pela Bloomberg a operadores da bolsa de Nova Iorque concluiu que as quebras não foram motivo de pânico, tendo muitos culpado os algoritmos e os programas automáticos pela forte pressão vendedora. No último mês de Outubro, o mesmo inquérito voltou a anunciar uma ausência de pânico entre os traders.

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