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Abertura dos mercados: Impasse do Brexit e queda das tecnológicas deixam bolsas em queda e obrigações em alta
Perante a incerteza do Brexit, os investidores estão a afastar-se dos ativos de maior risco, como as ações, e a privilegiar a aposta nas obrigações e no ouro. Apesar das descidas generalizadas, são as tecnológicas que mais penalizam.
Os mercados em números
PSI-20 desce 0,17% para 5.007,43 pontos
Stoxx 600 perde 0,36% para 393,16 pontos
Nikkei valorizou 0,34% para 22.625,38 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos descem 3,1 pontos para 0,174%
Euro recua 0,01% para 1,1124 dólares
Petróleo em Londres cai 0,44% para 59,44 dólares o barril
Tecnológicas penalizam bolsas
As bolsas europeias estão a negociar em queda esta quarta-feira, 23 de outubro, após duas sessões de ganhos, numa altura em que persistem as incertezas em torno do Brexit.
Ontem, o parlamento britânico aprovou os termos gerais do acordo para a saída da União Europeia, mas chumbou o apertado calendário que previa o debate e votação da legislação complementar ao acordo até quinta-feira. Assim, foi apenas uma meia-vitória para o primeiro-ministro Boris Johnson, que não deverá conseguir assegurar a saída da UE a 31 de outubro.
Esta rejeição do parlamento torna cada vez mais provável um novo adiamento do Brexit, que mantêm em dúvida o calendário para o divórcio definitivo do Reino Unido da União Europeia.
Neste contexto, o índice de referência para a Europa, o Stoxx600, cai 0,36% para 393,16 pontos, penalizado sobretudo pelo setor das tecnológicas, que segue com desvalorizações superiores a 1%, depois de a Texas Instruments ter revelado estimativas para o quarto trimestre inferiores a todas as projeções dos analistas.
Na bolsa nacional, o PSI-20 desce 0,17% para 5.007,43 pontos, com a maioria das empresas com sinal vermelho.
Juros descem em toda a Europa
As obrigações estão a subir por toda a Europa, com os investidores a fugirem do mercado acionista e a refugiarem-se em ativos considerados mais seguros, como é o caso da dívida soberana. Assim, os juros estão em queda na generalidade dos países do euro, como é o caso de Portugal, em que a yield das obrigações a dez anos desliza 3,1 pontos para 0,174%.
Em Espanha, os juros recuam 3,1 pontos para 0,224%, em Itália caem 2,6 pontos para 0,895% e na Alemanha descem 3,2 pontos para -0,404%.
Libra pouco alterada após duas sessões de perdas
A moeda britânica está pouco alterada face ao dólar, depois de dois dias consecutivos de perdas, devido ao impasse em torno da saída do Reino Unido da União Europeia. Perante a crescente probabilidade de um novo adiamento, a libra valoriza ligeiros 0,01% para 1,2873 dólares.
Também a moeda única europeia está praticamente inalterada face à nota verde, com uma descida de 0,01% para 1,1124 dólares.
Petróleo desce com perspetiva de aumento das reservas
O petróleo está a descer nos mercados internacionais, penalizado pela perspetiva de novo aumento das reservas de crude dos Estados Unidos. Segundo os dados avançados pelo Instituto do Petróleo Americano, as reservas terão subido em 4,45 milhões de barris na semana passada, o que representa o sexto aumento semanal. Os dados oficiais da Administração de Informação de Energia dos EUA serão conhecidos esta tarde.
Nesta altura, o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, desce 0,68% para 54,11 dólares, enquanto o Brent, transacionado em Londres, perde 0,44% para 59,44 dólares.
Ouro ganha com fuga ao risco
A fuga dos investidores de ativos de maior risco está a beneficiar o ouro, o ativo de refúgio por excelência, numa altura em que o impasse do Brexit e a ameaça de eleições antecipadas no Reino Unido continuam a dominar o sentimento do mercado.
O ouro valoriza 0,33% para 1.492,60 dólares.