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Abertura dos mercados: Chuva de notícias contraditórias sobre acordo EUA/China deixa bolsas à deriva
Os investidores estão de olhos postos na reunião de hoje entre os Estados Unidos e a China para um acordo comercial. Com notícias contraditórias sobre o rumo das negociações, a volatilidade está a ser a nota dominante.
Os mercados em números
PSI-20 desce 0,14% para 4.913,96 pontos
Stoxx 600 desvaloriza 0,02% para 380,22 pontos
Nikkei valorizou 0,45% para 21.551,98 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 0,5 pontos base para 0,131%,
Euro valoriza 0,42% para 1,1017 dólares
Petróleo em Londres desce 0,17% para 58,14 dólares o barril
Sessão volátil ao ritmo das notícias
As bolsas europeias abriram em alta mas já inverteram para terreno negativo, numa sessão que deverá continuar a ser marcada pela volatilidade, neste que é o primeiro de dois dias de encontros entre os representantes comerciais e responsáveis de topo dos EUA e da China. O vice-presidente chinês, Liu He, visita Washington para conversas bilaterais com os norte-americanos.
Os encontros acontecem numa altura em que se registam avanços e recuos nas declarações de ambas as partes, o que tem contribuído para uma grande volatilidade nas bolsas. Ontem foi divulgado que as autoridades chinesas vão chegar a Washington com uma proposta para comprarem mais 3,25 mil milhões de dólares em bens norte-americanos, o que ajudou a melhorar o sentimento dos investidores, que regressaram com mais confiança ao mercado acionista. No entanto, ao final do dia foi avançado que a China tem agora menos expectativas de um acordo comercial, o que arrefeceu o otimismo e fez com que Wall Street cedesse parte dos ganhos no fecho da sessão regular.
Durante a sessão asiática a volatilidade também foi a nota dominante, com os investidores a reagirem a notícias contraditórias sobre o curso das negociações.
O jornal South China Morning Post avançou que o vice-presidente chinês só deverá ficar um dia na capital norte-americana, em vez dos dois previstos. Mas há noticias que apontam para um curso positivo nas negociações. O New York Times noticiou que os EUA vão em breve permitir que algumas empresas norte-americanas forneçam a Huawei. Já a Bloomberg noticiou que os Estados Unidos podem suspender a implementação de novas tarifas sobre bens chineses (que estão previstas para a semana) e a Casa Branca pretende um pacto cambial com a China.
O "braço de ferro" entre notícias positivas e negativas está a provocar uma forte volatilidade, com o Stoxx600 a perder 0,02% para 380,22 pontos depois de uma abertura em alta. Em Lisboa o PSI-20 desce 0,14% para 4.913,96 pontos. O índice português também abriu em alta, estando agora a ser pressionado pela queda de 1% da EDP.
Euro acima de 1,10 dólares
A moeda europeia está a valorizar pela segunda sessão consecutiva e negoceia acima dos 1,10 dólares pela primeira vez em duas semanas, numa altura em que a incerteza sobre o acordo comercial EUA/China afasta os investidores da divisa norte-americana. O euro valoriza 0,42% para 1,1017 dólares.
Juros de Portugal persistem abaixo de Espanha
Os juros da dívida soberana europeia estão em alta ligeira, com a taxa das obrigações portuguesas a persistir abaixo das espanholas. A "yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos soma 0,5 pontos base para 0,131%, enquanto na dívida espanhola o agravamento é de 1,1 pontos base para 0,155%. As bunds a 10 anos negoceiam com uma taxa de -0,549%, um agravamento de 0,3 pontos base face a quarta-feira.
Subida dos stocks penaliza petróleo
O petróleo prossegue com tendência negativa, com a matéria-prima a ser penalizada pelas perspetivas mais sombrias para a economia global, bem como pelo aumento das reservas acima do esperado. O Departamento de Energia dos EUA anunciou na quarta-feira que os stocks de crude aumentaram em 2,93 milhões de barris, na quarta semana consecutiva de subidas que sinaliza um excesso de oferta/redução da procura.
O Brent em Londres desce 0,34% para 58,12 dólares e o WTI em Nova Iorque cede 0,36% para 52,40 dólares.
Incerteza beneficia ouro
O ouro está a beneficiar com a incerteza relacionada com as negociações entre EUA e China, bem como com a desvalorização do dólar. O metal precioso sobe pela segunda sessão e consolida-se acima dos 1.500 dólares: Está a valorizar 0,23% para 1.508,99 dólares.