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Abertura dos mercados: Chumbo do acordo para Brexit mantém bolsas em alta e impulsiona libra
O chumbo do Brexit no Parlamento britânico aumenta a incerteza, mas também a probabilidade de um brexit mais brando, ou mesmo um novo referendo, pelo que as bolsas e a libra estão em alta.
Os mercados em números
PSI-20 desce 0,07% para 4.999,07 pontos
Stoxx 600 ganha 0,38% para 350,03 pontos
Nikkei desvalorizou 0,55% para os 20.442,75 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal avança 13,3 pontos base para 1,79%
Euro recua desce 0,01% para 1,1412 dólares
Petróleo sobe 0,28% para 60,81 dólares por barril em Londres
Chumbo do Brexit impulsiona bolsas
As bolsas europeias prolongam a tendência de alta da véspera, com o chumbo do acordo para o Brexit a ter para já um impacto positivo nas ações europeias, até porque já estava fortemente descontado. A derrota histórica que Theresa May sofreu ontem no Parlamento britânico aumenta a incerteza nos mercados financeiros, mas segundo analistas ouvidos pela Reuters, o resultado até pode ser positivo para os mercados, pois aumenta a probabilidade de o Brexit ser "mais brando e mais tardio".
O Stoxx600 está a subir 0,38% para 350,03 pontos, com o setor financeiro a ser o que mais impulsiona, pois também é o que tem a ganhar mais com um "soft Brexit". A bolsa britânica está em queda, com o FTSE a ser penalizado pelas cotadas com maior presença fora do Reino Unido, uma vez que a libra está a negociar em máximos de dois meses.
Em Lisboa o PSI-20 também contraria o movimento de alta das praças europeias. O índice recua 0,07% para 4.999,07 pontos e está a ser penalizado pela correção da Jerónimo Martins (-1,02% para 11,64 euros), depois de ontem a retalhista ter conseguido a maior valorização diária em três anos.
Libra sobe para máximos de dois meses
O chumbo do acordo para o Brexit por parte do parlamento britânico está a ter um impacto positivo na libra, com a moeda britânica a negociar em máximos de dois meses. Um dos cenários em cima da mesa depois do chumbo passa pela realização de um novo referendo, o que apesar de ser pouco provável, está a dar ganhos à libra. No dia e que Theresa May enfrenta mais uma moção de censura que não deverá colocar em causa o seu cargo de líder do Governo, a libra está a valorizar 0,2% para 1,2885 dólares. O índice do dólar continua a perder terreno (-0,1%) e o euro desce 0,01% para 1,1412 dólares.
Juros de Portugal sobem mais de 10 pontos em dia de emissão de BT
Os juros das obrigações do Tesouro a 10 anos estão a subir de forma significativa, corrigindo de cinco sessões seguidas de descidas. A taxa sobe 13,3 pontos base para 1,79%, no dia em que o IGCP vai realizar a primeira emissão de bilhetes do Tesouro (BT) de 2019, com o objetivo de angariar até 1.750 milhões de euros. Em causa estão dois leilões das linhas de BT com maturidade entre cerca de seis meses e um ano.
A "yield" das obrigações alemãs a 10 anos está estável em 0,21% e dos títulos italianos com a mesma maturidade cede 6 pontos base para 2,81%.
Petróleo sobe pela segunda sessão à espera das reservas
O petróleo está a subir pela segunda sessão consecutiva, espelhando os sinais de que os cortes de produção na OPEP e países aliados (OPEP+) vão ser suficientes para equilibrar o mercado e eliminar o excesso de oferta que levou as cotações para mínimos. Os analistas estimam que os "stocks" de crude nos EUA tenham recuado em 2,5 milhões de barris diários na semana passada, mas um relatório publicado ontem índice que a descida terá sido bem inferior (-560 mil barris). O WTI em Nova Iorque avança 0,17% para 52,5 dólares e o Brent em Londres avança 0,28% para 60,81 dólares.
Incerteza com Brexit afasta investidores para o ouro
A incerteza relacionada com o Brexit e o abrandamento da economia global está a reforçar o apetite dos investidores pelo ouro, com o metal precioso a manter a prestação positiva que regista desde o início do ano. A onça de ouro, no mercado à vista em Londres, está a valorizar 0,3% para 1.292,77 dólares.