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Abertura dos mercados: China "cautelosamente otimista" não trava queda das bolsas

Apesar de a China estar "cautelosamente otimista, estão a baixar as expectativas sobre a possibilidade de um acordo comercial parcial ser assinado este ano, o que está a condicionar os mercados acionistas.

Reuters
21 de Novembro de 2019 às 09:25
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Os mercados em números

PSI-20 recua 0,61% para 5.187,80 pontos

Stoxx 600 desce 0,69% para 401,03 pontos

Nikkei desvalorizou 0,48% para 23.038,58 pontos

Juros da dívida portuguesa a dez anos descem 0,1 pontos base para 0,379%

Euro valoriza 0,05% para 1,1078 dólares

Petróleo em Londres cai 0,22% para 62,26 dólares por barril 

 

Bolsas europeias descem pela quarta sessão

O pessimismo crescente dos investidores com a possibilidade de ser assinado em breve um acordo comercial parcial entre os Estados Unidos e a China continua a pesar na evolução das ações. Ontem Wall Street sofreu a maior queda em seis semanas e hoje as praças asiáticas fecharam no vermelho.

 

A tendência negativa prossegue na Europa, com o Stoxx600 a ceder 0,69% para 401,03 pontos. É a quarta sessão negativa para o índice que agrupa as 600 maiores cotadas europeias, que negoceia em mínimos de 4 de novembro.

 

O pessimismo na frente comercial agravou-se ontem depois da agência Reuters ter avançado que o acordo comercial parcial entre as duas maiores economias do mundo, inicialmente previsto para este mês de novembro, dificilmente será assinado este ano. Acresce que o presidente dos Estados Unidos deverá hoje assinar a legislação que coloca o país ao lado dos protestantes em Hong Kong, o que promete degradar as relações entre os dois países.

 

Esta noite, em Pequim, o vice-primeiro-ministro chinês tentou travar o pessimismo sobre a possibilidade de um acordo parcial, afirmando que está "cautelosamente otimista" com o evoluir das negociações. Além destas declarações do principal responsável do lado chinês nas negociações, o ministério do Comércio revelou que os dois países mantêm os canais de comunicação e que o objetivo continua a ser fechar o acordo em breve.

 

Esta posição da China ajudou a travar as perdas nas bolsas asiáticas e, segundo os operadores, está a contribuir para uma abertura com vermelho menos carregado nas praças europeias.

 

Além dos desenvolvimentos desfavoráveis na frente comercial, as cotadas europeias também não deram hoje boas notícias aos investidores. A Thyssenkrupp afunda 8,85% para 12,31 euros depois de ter anunciado que não vai pagar dividendos pela primeira vez em seis anos depois dos prejuízos terem aumentado cinco vezes. A Royal Mail desliza 12,32% para 202,8 pence depois de ter alertado o mercado que o negócio de correios no Reino Unido deverá gerar prejuízos no próximo ano.

 

Em Lisboa o PSI-20 segue o sentimento negativo e recua 0,61% para 5.187,80 pontos, com o BCP a ser o título que mais pressiona o índice português.

 

Euro recupera

No mercado cambial as variações são reduzidas, com as moedas do Japão e dos Estados Unidos a corrigirem uma parte dos ganhos que obtiveram as últimas sessões. O euro aproveita para valorizar 0,05% para 1,1078 dólares.

 

Juros da dívida estáveis

Na dívida soberana a acalmia também é a nota dominante, com os juros estáveis depois das descidas das últimas sessões em que os investidores privilegiaram ativos de menor risco. A "yield" das obrigações do Tesouro a 10 anos desce 0,1 pontos base para 0,379%, enquanto em Espanha segue estável nos 0,418%. O prémio de risco da dívida portuguesa agrava-se para 74 pontos base já a o juro das bunds a 10 anos baixa 1,1 pontos base para -0,361.

 

Petróleo regressa às quedas

Os desenvolvimentos negativos na frente comercial também penalizam as cotações do petróleo. O Brent e o WIT tinham valorizado mais de 2% na quarta-feira devido à maior queda desde agosto nos stocks de petróleo nos Estados Unidos. Hoje as variações voltam a ser negativas, com o WTI em Nova Iorque a descer 0,19% para 56,90 dólares e o Brent em Londres a desvalorizar 0,22% para 62,26 dólares.

 

UBS e Citigroup com visões diferentes para o ouro 

O ouro está a negociar estável nas 1.471,02 dólares a onça, aliviando de ganhos durante a sessão asiática, em reação às declarações do vice chinês sobre as negociações comerciais. O UBS diz que o metal precioso será das matérias-primas cíclicas com melhor desempenho em 2020. Já o Citigroup reduziu o preço-alvo a 3 meses para o ouro, de 1.575 dólares para 1.485 dólares a onça.

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