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Abertura dos mercados: Bolsas europeias em máximos e petróleo a subir após China cortar tarifas
Os índices acionistas estão em máximos na Europa e nos Estados Unidos, numa altura em que os efeitos do coronavírus estão a ser ofuscados pelo corte de tarifas na China e bons resultados de várias cotadas em várias geografias.
Os mercados em números
PSI-20 avança 0,85% para 5.347,71 pontos
Stoxx 600 sobe 0,66% para 426,42 pontos
Nikkei subiu 2,38% para os 23.873,59 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos sobem 1,6 pontos base para 0,347%
Euro estável nos 1,0999 dólares
Petróleo em Londres sobe 1,3% para 56,00 dólares por barril
China leva bolsas europeias a máximos históricos
As bolsas europeias estão a negociar em alta pela quarta sessão consecutiva, replicando o movimento positivo registado nas bolsas norte-americanas e asiáticas, beneficiando com o corte de tarifas anunciado pela China, o combate à propagação do coronavírus e também os resultados trimestrais positivos apresentados por diversas empresas.
O Stoxx600 valoriza 0,66% para 426,42 pontos, o que representa um novo máximo histórico para este que é o índice de referência das bolsas europeias, sendo que todos os setores estão em terreno positivo. Ontem Wall Street também fechou o dia em máximos históricos e a sessão asiática fica marcada por ganhos acima de 2% nas bolsas de Tóquio, Hong Kong e Coreia do Sul.
A elevar o sentimento nas bolsas está a decisão da China de reduzir para metade as taxas alfandegárias sobre produtos norte-americanos no valor de 75 mil milhões de dólares (68 mil milhões de euros) em importações anuais, uma medida a implementar a partir de 14 de fevereiro e que está prevista no acordo comercial parcial assinado em janeiro com os Estados Unidos.
Na mira dos investidores está ainda o coronavírus, que se mantém uma ameaça para a economia mundial numa altura em que o número de mortes já ultrapassou a fasquia das 500. Contudo, notícias sobre o avanço no desenvolvimento de vacinas e de tratamentos aliviam a tensão também nesta frente.
A apresentação de resultados trimestrais é outro fator a influenciar de forma positiva as bolsas. Destaque para a ArcelorMittal, que avança mais de 11% depois de ter avançado com perspetivas positivas para este ano.
Em Lisboa o PSI-20 acompanha a tendência positiva com uma subida de 0,85% para 5.347,71 pontos, com 17 das 18 cotadas do índice em terreno positivo. Só a EDP está em queda, com a elétrica a aliviar das fortes subidas do início do ano que levaram as ações a máximos de 2008.
Juros aliviam com investidores mais propensos ao risco
A aposta dos investidores em ativos de maior risco está a penalizar as obrigações soberanas europeias, que têm servido de refúgio devido aos receios com a propagação. Esta quinta-feira assiste-se ao movimento inverso, com a "yield" das bunds alemãs a 10 anos a subir 1,8 pontos base para -0,345%. Em Portugal a taxa das obrigações com a mesma maturidade sobe 1,6 pontos base para 0,347%, enquanto em Espanha avança 2 pontos base para 0,313%.
Euro estável apesar de sinal negativo da Alemanha
No mercado cambial as variações deste início de sessão são muito ténues, com o euro a escapar para já a mais um sinal negativo da maior economia europeia.
O euro segue estável nos 1,0999 dólares apesar da Alemanha ter revelado que as encomendas às suas fábricas desceram 2,1% em dezembro. Foi a queda mais acentuada em quase um ano, quando os economistas apontavam para uma subida, o que volta a fazer soar os alarmes quanto ao abrandamento da maior economia europeia.
Petróleo sobe à espera de resposta da OPEP+
As cotações do petróleo estão a valorizar pela segunda sessão consecutiva, recuperando de quatro sessões de quedas que levaram a matéria-prima a mínimos de dezembro de 2018 e abaixo dos 50 dólares por barril em Nova Iorque.
A valorização de hoje deve-se ao corte de tarifas anunciado pela China e também à expectativa que os membros da OPEP+ (OPEP mais aliados) cheguem a acordo para concretizar reduções mais pronunciados na produção de petróleo por forma a combater a tendência de queda das cotações e da procura da matéria-prima.
O WTI em Nova Iorque soma 1,89% para 51,71 dólares e o Brent em Londres valoriza 1,3% para 56,00 dólares.
Ouro sobe pela segunda sessão
Apesar da menor procura por ativos seguros, o ouro está a valorizar pela segunda sessão consecutiva. Com os investidores de olhos postos nos desenvolvimentos relacionados com a propagação do coronavírus e com os dados económicos que vão ser anunciados nos EUA (o ouro tem uma forte correlação negativa com o dólar), o metal precioso está a subir 0,21% para 1.559,22 dólares a onça no mercado à vista em Londres.