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Vacinas, Administração Biden, OPEP+ e queda de stocks catapultam petróleo para níveis de março
As cotações do "ouro negro" seguem de vento em popa, a disparar nos principais mercados internacionais.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em janeiro está a escalar 4,18% para 44,86 dólares por barril, mas já esteve a negociar na casa dos 45 dólares – valor que não atingia há oito meses e meio.
Já o contrato de janeiro do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, sobe 3,37% para 47,61 dólares, que é também um máximo desde 6 de março.
Os preços estão a disparar com o anúncio de mais uma vacina promissora contra a covid-19, o que reforça a expectativa de uma retoma da procura por combustível.
Depois de a Pfizer ter anunciado há duas semanas que a vacina contra a covid-19 que está a desenvolver com a BioNTech tem uma eficácia superior a 90% e de na semana passada ter sido a vez de a Moderna anunciar uma vacina que revelou uma eficácia de 94,5%, ontem foi a vez de a AstraZeneca também revelar boas notícias neste campo, referindo que a sua vacina experimental contra o coronavírus mostrou alta eficácia durante os ensaios da terceira fase.
Já hoje a Rússia anunciou que sua vacina Sputnik V contra a covid-19, desenvolvida pelo Centro Nacional de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya em Moscovo, tem uma eficácia de 95% eficaz, segundo resultados preliminares.
Por outro lado, o presidente eleito dos EUA, Joe Biden, já recebeu luz verde para dar início à transição do poder, o que também está a sustentar os mercados. Com efeito, o ainda presidente, Donald Trump, disse ontem às agências governamentais para avançarem com a transição para uma Administração Biden.
"No curto prazo, isto é bom para os mercados em geral, bem como para o mercado petrolífero", comentou à Reuters um analista da SEB, Bjarne Schieldrop.
A expectativa de que os inventários norte-americanos de crude tenham diminuído na semana passada junta-se aos fatores que hoje estão a sustentar os preços da matéria-prima.
A ajudar ao otimismo no mercado petrolífero continua a estar a perspetiva de que a OPEP+ se decida na próxima semana a adiar entrada de mais crude no mercado
O Comité Ministerial Conjunto de Monitorização da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus aliados – o chamado grupo OPEP+ – reuniu-se no iníco da semana passada e a maioria dos países membros apoia uma extensão, por mais três meses, dos atuais níveis de corte da produção.
A OPEP+ acordou reduzir a oferta em 7,7 milhões de barris por dia entre agosto e dezembro, para depois flexibilizar esse corte em cerca de dois milhões de barris diários a partir de janeiro de 2021. Mas poderá então adiar essa entrada de mais crude no mercado e manter o atual nível de cortes durante mais tempo.