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UBS: Mercado petrolífero continua com défice de oferta

No entender da análise do banco suíço, a diminuição das reservas petrolíferas e da capacidade excedentária de produção da OPEP+ deverá sustentar os preços do "ouro negro".

Se os preços subirem muito, o consumo pode diminuir e a capacidade de armazenamento pode ficar comprometida.
Nick Oxford
20 de Maio de 2021 às 20:03
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"Os stocks de petróleo têm estado a diminuir de forma constante este ano. Antevemos que esta tendência prossiga, com os inventários da matéria-prima a atingirem os níveis pré-covid em meados do ano", sublinha um relatório de análise do UBS publicado hoje e a que o Negócios teve acesso.

 

Giovanni Staunovo, estratega de matérias-primas do UBS, diz no relatório que a capacidade adicional da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (o chamado grupo OPEP+) deverá diminuir à medida que estes países forem adicionando gradualmente mais crude no mercado, e numa altura em que a procura está a caminho de superar os 99 milhões de barris por dia no segundo semestre (atualmente ronda os 94 milhões de barris por dia).

 

Assim, no entender da análise do banco suíço, a diminuição das reservas e da capacidade excedentária de produção (da OPEP+) deverá sustentar os preços do "ouro negro".

 

Sublinhe-se que os níveis dos inventários de crude podem ser sempre alvo de revisão, mas são divulgados de forma bastante frequente, com os EUA, Japão, Norte da Europa, Singapura e Fujairah (Emirados Árabes Unidos) a publicarem estes dados semanalmente, recorda o UBS.

 

Apesar de ser impossível rastrear todos os inventários de crude a nível global – através de imagens por satélite, pode ter-se uma ideia mais exacta, ao rastrear-se petróleo nos navios e em regiões que não divulgam os seus dados, mas não há forma de contabilizar o crude armazenado subterraneamente ou em tanques sem tampas flutuantes [que se adaptam continuamente ao nível de petróleo no tanque] –, "consideramos que os inventários do petróleo visível constituem um bom indicador para avaliar o mercado petrolífero", explica Giovanni Staunovo neste relatório.

 

O UBS destaca, citando números da Agência Internacional de Energia (AIE), que, tendo em conta as regiões acima mencionadas (exceto a China) que reportam os seus dados dos níveis dos stocks, as reservas mundiais de crude e de produtos petrolíferos caíram cerca de 190 milhões de barris – um ritmo de 2,11 milhões por dia – no primeiro trimestre deste ano.

 

"Tendo em conta que a China terá provavelmente registado um aumento dos inventários de crude nos primeiros três meses do ano, continuamos a apontar para um défice de 1,5 milhões de barris por dia da oferta face à procura", remata o relatório do banco suíço.

 

Por isso mesmo, o UBS reitera a sua estimativa de que os preços do Brent do Mar do Norte negoceiem nos 75 dólares por barril na segunda metade deste ano. Esta foi a projeção feita em meados de março passado - e que, na altura, era já uma revisão em alta face aos 60 dólares que previa em dezembro passado.

 

Uma vez mais, a equipa de análise de "commodities" do UBS aconselha os investidores com elevada tolerância ao risco no sentido de manterem a aposta no Brent e a continuarem a aumentar a sua exposição aos contratos de mais longo prazo deste ativo.

 

 

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