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Relatório prevê recuo de 3,2% na procura do petróleo da OPEP
A Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) prevê um recuo de 3,2% na procura mundial de crude dos seus produtores, porque a oferta de produtores rivais, principalmente dos Estados Unidos, superará o crescimento da procura.
No seu relatório mensal, a OPEP calcula que, para os 14 produtores que integram a organização, a procura este ano seja de 30,58 milhões de barris diários, um milhão abaixo do registado em 2018.
Só o aumento de extração que é esperado nos Estados Unidos, principalmente graças ao auge do petróleo de xisto, será de 1,85 milhões de barris por dia, o que excederá o aumento no consumo de todo o planeta esperado em 2019, de 1,21 milhões de barris por dia.
A procura global vai ultrapassar pela primeira vez na história os 100 milhões de barris por dia no próximo trimestre, encerrando o ano com uma média de 99,94 milhões de barris por dia, prevê o documento.
Desse total diário, 64,52 milhões de barris terão a sua origem fora da organização, 2,14 milhões de barris acima do verificado no ano passado.
Além dos Estados Unidos, responsáveis por 86% desse aumento, o Brasil e a Rússia também vão subir a produção (300.000 barris por dia e 190.000 barris por dia, respetivamente), o mesmo sucedendo com Austrália e Reino Unido.
Produção diária angolana desce em abril
Angola produziu 1,413 milhões barris de petróleo por dia em abril, menos 41.000 face a março, segundo o relatório mensal da OPEP.
Os valores hoje publicados, com base em dados de fontes secundárias, representam uma quebra face aos 1,454 milhões de barris registados em março.
Angola manteve assim a posição de segundo maior produtor africano de crude, atrás da Nigéria.
A Nigéria, líder africana na produção petrolífera, viu a sua produção diária aumentar em 92.000 barris de crude, alcançando os 1,819 milhões de barris por dia em abril, depois de uma revisão em baixa dos valores de março, que passaram de 1,733 milhões de barris por dia para 1,728 milhões de barris por dia.
Durante praticamente todo o ano de 2016 e até maio de 2017, Angola liderou a produção de petróleo em África, posição que perdeu desde então para a Nigéria.
A produção na Nigéria foi condicionada entre 2015 e 2016 por ataques terroristas, grupos armados e instabilidade política interna.
O acordo entre os países produtores de petróleo para reduzir a produção e fazer aumentar o preço do barril obrigou Angola a cortar 78.000 barris de crude por dia com efeitos desde 1 de janeiro de 2017, para um limite de 1,673 milhões de barris diários.
O último relatório da OPEP refere também que, em termos de "comunicações diretas" à organização, Angola terá produzido 1,392 milhões de barris de petróleo por dia em abril.
Os números apresentados pela OPEP com base em dados de fontes secundárias contrariam, desta forma, as "comunicações diretas", no mesmo mês, que apontam para um aumento da produção diária na ordem dos 19.000 barris face a março, mês em que Angola terá produzido 1.373 milhões de barris por dia.
A OPEP acertou, em conjunto com outros produtores que não integram a organização, o corte na produção de petróleo.
Os membros da OPEP acordaram cortar a produção em 800.000 barris de petróleo por dia e a Rússia comprometeu-se a uma diminuição idêntica de 200.000 barris por dia, assim como outros países que não a integram.
A medida pretende forçar o equilíbrio entre a oferta e a procura no mercado petrolífero, tentando travar a descida de preços registada nos últimos meses.