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Petróleo cai 2,5% em Londres e Nova Iorque
As cotações do crude estão a negociar em baixa nos principais mercados internacionais. A penalizar continua a estar a valorização do dólar, o que torna menos atractivos os activos negociados nesta divisa, como é o caso da maioria das matérias-primas.
O contrato de Julho do West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os EUA, segue a perder 2,63% esta sexta-feira, para 49,23 dólares por barril. Na sessão de quarta-feira chegou a atingir máximos de 15 de Julho, na quinta começou a perder terreno e hoje já quebrou a fasquia dos 50 dólares.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte - crude que serve de referência às importações portuguesas – para entrega em Agosto perde 2,41%, seguindo a valer 50,70 dólares por barril.
Apesar das quedas destas duas últimas sessões, no cômputo semanal o saldo é positivo para ambos os contratos. O WTI sobe 2% no acumulado da semana e o Brent valoriza 2,5%.
Entre quarta-feira, 8 de Junho, e os mínimos de 12 anos atingidos em Fevereiro, esta matéria-prima escalou 94%, sustentada por perturbações inesperadas no fornecimento e por uma queda da produção nos EUA – país onde a prospecção tem estado a ser pressionada pelo facto de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo não estar a impor limites à produção dos seus membros (se bem que na Nigéria esteja a "bombear" menos devido aos ataques de rebeldes a instalações petrolíferas em Maio – segundo a Agência Internacional da Energia, o país terá produziu menos 160.000 barris por dia no mês passado).
O "ouro negro" tem também estado a ser animado, nas últimas três semanas, pela queda dos "stocks" nos EUA, depois de estes terem estado em máximos de 87 anos. Na semana passada, as reservas norte-americanas de crude diminuíram em 3,23 milhões de barris, para 532,5 milhões – fixando-se assim em mínimos de dois meses. O consenso de mercado apontava para uma redução de três milhões de barris.
Um novo incêndio no Canadá levou também as petrolíferas Cenovus Energy e Canadian Natural Resources a suspenderem a produção. Os fogos numa zona de areias betuminosas em Alberta poderão reduzir as exportações numa média de 400.000 barris por dia este mês, segundo a Agência Internacional da Energia.
Ou seja, estão reunidas as condições para o petróleo continuar a valorizar, apesar da pressão actual, ditada pela valorização do dólar. Segundo a Nomura Holdings, o Brent deverá atingir os 70 dólares por barril em Dezembro. Já a Energy Aspects considera também que o petróleo regressará ao patamar dos 70 dólares, mas acredita que isso só acontecerá no próximo ano, refere a Bloomberg.