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Petróleo valoriza quase 3% após Irão apreender petroleiro

Os preços do crude estão a valorizar de forma significativa depois de o Irão ter confiscado um petroleiro com crude iraquiano, num movimento retaliatório face a uma apreensão pelos Estados Unidos no ano passado.

Petroleiros garantem espaço de armazenamento – e um meio de transporte.
0le Berg-Rusten/Epa
11 de Janeiro de 2024 às 17:03
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Os preços do petróleo estão a valorizar de forma significativa, depois de o Irão ter apreendido um petroleiro ao largo de Omã, levando a um escalar de receios de que Teerão possa aumentar o número de ataques contra navios mercantes de passagem no Mar Vermelho.

O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, valoriza 3,01% para 73,52 dólares por barril e o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, sobe 2,62% para 78,81 dólares por barril.

O Irão terá apreendido um navio com petróleo iraquiano que ia em direção à Turquia, no que parece ser uma retaliação pela apreensão, no ano passado, do mesmo petroleiro, que levava crude iraniano, pelos Estados Unidos, devido a uma suposta evasão às sanções. À época o navio tinha outro nome: Suez Rajan.

Os responsáveis norte-americanos indicaram na altura que o petroleiro estaria a transportar mais de 980 mil barris de crude proveniente do Irão para a China, no que alegadamente constituía uma violação das sanções impostas pelos EUA.

"Depois do roubo de petróleo iraniano pelos Estados Unidos no ano passado, o St Nikolas foi confiscado pela marinha iraniana esta manhã com uma ordem judicial... e está a caminho de um porto iraniano", pode ler-se numa notícia da agência semi-oficial Fars, citada pela Reuters.

"Confiscar petroleiros é uma jogada do Irão para demonstrar as suas capacidades e para criar problemas", disse ao Financial Times o especialista da Royal United Services Institute, Tobias Borck. "O Irão está a mostrar que [os houthis] são parte de uma questão regional de maior dimensão. Adiciona outra camada de compexidade", acrescentou.

O navio terá sido carregado dias antes em Basra no Iraque com cerca de 145 toneladas métricas de crude e ia em direção a Aliaga, na Turquia, através do Canal do Suez. O petroleiro é um "suezmax", o maior tipo de embarcação que pode ser usado no Canal do Suez e pode transportar até um milhão de barris de petróleo.

Já na terça-feira as milícias houthis do Iémen lançaram um conjunto de ataques, o maior número até hoje, a cargueiros comerciais em passagem pelo Mar Vermelho. Desde novembro contam-se 25 ataques a navios em circulação na região, levando, inclusive, ao estabelecimento de uma "task-force" comandada pelos EUA, com o objetivo de garantir a liberdade de circulação.

"A redução da procura, a instabilidade no Médio Oriente e as reações inexistentes às mudanças de preços têm levado produtores, consumidores e participantes do mercado a entrarem em paranoia relativamente aos preços do petróleo", referem analistas do Barclays, numa nota citada pela Reuters, em que baixam as perspetivas do preço do Brent em 8 dólares para 85 dólares por barril.

Ainda esta quinta-feira, o CEO da Maersk, uma das maiores transportadoras mundiais, afirmou que poderia demorar vários meses a que a rota do Mar Vermelho reabra ao comércio internacional.

"É pouco claro para nós se estamos a falar em reestabelecer uma passagem segura pelo Mar Vermelho em termos de dias, semanas ou meses... Poderia potencialmente ter consequências significativas no crescimento económico global", acrescentou Vincent Clerc em entrevista ao Financial Times.

Na quarta-feira o Conselho de Segurança das Nações Unidas exigiu o fim dos ataques a navios no Mar Vermelho e pediu que os houthis libertem o Galaxy Leader, uma embarcação e tripulação que foi apreendida em novembro.

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