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Petróleo supera 80 dólares por barril pela primeira vez desde 2014
O Brent já superou os 80 dólares por barril pela primeira vez desde Novembro de 2014. Diminuição das reservas petrolíferas norte-americanas e impacto das sanções dos Estados Unidos contra o Irão explicam valorização da matéria-prima.
Continua a acentuar-se a tendência de valorização do petróleo nos mercados internacionais. Esta manhã, o Brent do Mar do Norte superou mesmo os 80 dólares por barril, um patamar que não era alcançado desde Novembro de 2014. O crude negociado em Londres e utilizado como valor de referência para as importações nacionais mantém assim a toada de subidas, isto depois de ter valorizado 52% em 2016 e 18% em 2017.
Em Nova Iorque, também o West Texas Intermediate (WTI) transacciona em máximos de Novembro de 2014, estando a subir 0,73% para 72,01 dólares, enquanto o Brent está nesta altura a somar 0,58% para 79,74 dólares.
A impulsionar o preço do crude está a redução das reservas de petróleo dos Estados Unidos que na semana finda a 11 de Maio recuaram em 1,4 milhões de barris para um total de 423,34 milhões de barris.
No entanto, a subida do crude verificada neste Maio deve-se sobretudo à decisão dos Estados Unidos que denunciaram o acordo sobre o programa nuclear iraniano com o presidente norte-americano a anunciar a imposição de importantes sanções financeiras contra o Irão.
A possibilidade de as sanções criarem constrangimentos no volume de oferta da matéria-prima está assim a potenciar o aumento do preço do petróleo, em especial porque os investidores temem o reforço de instabilidade no Médio Oriente, o que poderá reflectir-se não apenas na produção iraniana mas também na de outros países da região.
Por outro lado, segundo cita a Bloomberg, a Agência Internacional de Energia sustenta que o excesso de oferta petrolífera verificado ao longo dos últimos anos foi eliminado, o que tenderá a valorizar o preço do crude.
Aproximar o preço do barril de petróleo para valores em torno dos 80 dólares era precisamente o objectivo da organização dos países exportadores de petróleo (OPEP) que, liderados pela Arábia Saudita, promoveram cortes à produção, a que se juntaram países como a Rússia e que estão ainda em vigor, por forma a impulsionar a matéria-prima.