Notícia
OPEP+ vai retirar mais petróleo do mercado
O cartel e seus aliados decidiram apertar novamente a torneira para travar a queda dos preços da matéria-prima.
Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados – o chamado grupo OPEP+ – decidiram esta quinta-feira cortar adicionalmente, em torno de 2,2 milhões de barris por dia, a oferta de crude ao mercado na tentativa de impedir que os preços da matéria-prima continuem a cair.
Depois de quatro semanas consecutivas de saldo negativo, esta é a primeira em que o acumulado das sessões segue com sinal verde, mas as cotações estão já bem longe dos máximos de meados de outubro, quando em Londres se aproximaram dos 100 dólares devido ao conflito entre Israel e o Hamas.
Os preços do Brent e do West Texas Intermediate (WTI) subiram nesta quinta-feira para máximos de três semanas, assim que se soube deste anúncio – embora ainda não fosse oficial –, mas depois os investidores digeriram melhor a notícia e as cotações regressaram ao vermelho, já que não se sabe de que forma é que estes cortes vão ser efetivados.
A menor oferta (do cartel e dos seus parceiros) que tem estado em vigor – a que se junta um esforço adicional de aperto das torneiras por parte da Arábia Saudita e da Rússia – visa manter os preços sustentados, ou pelo menos impedir que caiam muito, mas a prevista desaceleração económica mundial deixa recear uma menor procura pela matéria-prima, o que tem levado as cotações a cederem terreno.
O acordo da OPEP+ que tem estado em vigor – e que está previsto prolongar-se todo o ano de 2024 – prevê um corte conjunto da oferta na ordem dos 3,66 milhões de barris/dia. Além disso, a Arábia Saudita também tinha anunciado uma redução, de forma voluntária e unilateral, de mais um milhão de barris por dia à sua oferta, tendo a Rússia anunciado igualmente uma diminuição diária extra de 300.000 barris – ambas até ao final deste ano. Assim, o total da retirada de crude do mercado rondava atualmente os cinco milhões de barris diários.
Agora, a OPEP+ decidiu cortar a sua oferta em mais cerca de um milhão de barris diários, além do corte agregado do cartel e dos parceiros que já estava em vigor. E junta-se também a Arábia Saudita a anunciar que o seu milhão adicional de diminuição diária da oferta se prolonga pelo menos durante o primeiro trimestre de 2024 (e não apenas até ao final deste ano) e a Rússia (cujo corte passa para 500 mil barris/dia).
A reunião de hoje da OPEP+ decorreu online, depois de o encontro formal agendado para o passado domingo, 26 de novembro, ter sido adiado enquanto se procurava acordo para um novo corte.
A Arábia Saudita tinha advertido para o facto de poder abandonar o seu atual esforço unilateral e voluntário de corte adicional da oferta se não houvesse mais membros a darem um maior contributo na retirada de crude do mercado.