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Irão ganha apoios para bloquear aumento de produção da OPEP
A Venezuela e o Iraque também estão contra as intenções da Arábia Saudita e da Rússia em colocar mais petróleo no mercado.
A reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), agendada para o final da semana, tem ainda um desfecho incerto e a divisão entre os membros do cartel está a aumentar de tom.
Depois de terem conseguido que o mercado petrolífero atingisse um ponto de equilíbrio entre a procura e a oferta, pondo fim a um longo período de excesso de oferta, a Arábia Saudita e a Rússia entendem que é chegada a hora de abrir a torneira e aumentar a oferta.
O ministro russo da Energia, Alexander Novak, anunciou quinta-feira que o país, em conjunto com os membros da OPEP, poderiam considerar um aumento na oferta em 1,5 milhões de barris por dia. Segundo a Bloomberg, a Arábia Saudita tem planos um pouco diferentes, que contemplam um aumento entre 500 mil a um milhão de barris.
A proposta citada pela Rússia permitiria compensar na totalidade os cortes na produção que, de acordo com a Agência Internacional de Energia, podem resultar das sanções impostas ao Irão e à Venezuela (a produção destes dos países deverá recuar 30% em 2019).
Mas nem todos os membros da OPEP estão disponíveis para este aumento da produção. O Irão tem sido o principal opositor e agora diz ter do seu lado o Iraque e a Venezuela.
"Três membros da OPEP vão bloquear" as propostas para aumentar a produção, disse à Bloomberg o representante do Irão na OPEP, Hossein Kazempour. "Se o Reino da Arábia Saudita e a Rússia querem aumentar a produção, tal requer unanimidade. Se agirem sozinhos, será uma quebra do acordo de cooperação", acrescentou.
A reunião da OPEP decorrerá na próxima sexta-feira, como habitualmente em Viena, e Trump também está a tentar influenciar o seu resultado, pois o aumento das cotações do petróleo está a reflectir-se no preço dos combustíveis na maior economia do mundo.
"Apelamos aos nossos irmãos da OPEP e também à Rússia para que não satisfaçam Trump, que avançou com sanções contra dois membros fundadores da OPEP. Somos nações soberanas com as nossas responsabilidades e valores. O mundo inteiro tem que enfrentar estas atitudes arrogantes", afirmou Kazempour.