Notícia
Costa Silva: Dos biliões do petróleo "nada ficou para os angolanos"
O gestor António Costa Silva disse hoje que Angola caiu numa "armadilha" e, dos biliões das receitas petrolíferas "nada ficou para os angolanos", 45 anos depois da independência.
09 de Novembro de 2020 às 10:13
Para António Costa Silva, a centralização do poder, a que a guerra obrigou, combinada com "um boom de receitas do petróleo" logo a seguir ao fim do conflito, levou o país, liderado então por José Eduardo dos Santos, "a uma situação de má governação, de desvio dos fundos, de desvio das receitas, sistemas de corrupção, que são absolutamente iníquos e desvirtuam o funcionamento da economia".
Quando acabou a guerra em Angola, em 2002, estava-se em "pleno boom dos preços do petróleo, portanto o país recebeu receitas financeiras absolutamente extraordinárias, e temos aqui a combinação de dois fatores que ainda levaram a maior centralização do poder", explicou o gestor, que trabalhou na petrolífera estatal angolana Sonangol e esteve ligado à luta pela independência do país.
Ora, "quando há o dinheiro fácil do petróleo, ainda por cima quando centralizadas as decisões numa pessoa é muito mais difícil o país reformar-se, diversificar a economia e apostar nos outros setores que não o petrolífero".
Angola "deixou-se armadilhar" nesse ciclo, que, "combinado com a má governação, criou uma grande armadilha de pobreza para o país no seu todo".
O Botsuana, que também tinha receitas muito significativas dos diamantes, pelo contrário, usou essas receitas financeiras para desenvolver a educação, a saúde, a inovação, a tecnologia e diversificar a economia, exemplificou Costa Silva.
"E hoje tem um país que é muito mais próspero e mais resiliente do que Angola", apontou o gestor.
Em Angola, das receitas do petróleo, 45 anos depois da independência "não ficou nada para os angolanos", admitiu, referindo que estudos de vários economistas angolanos são "contundentes sobre o destino desses biliões e biliões de dólares, que foram utilizados pela ganância pessoal e não em benefício do país".
O país, pelo contrário, "sofreu imenso ao longo desse processo", sublinhou.
Para o também presidente da Partex, empresa petrolífera que foi da Fundação Gulbenkian e agora controlada pela tailandesa PTTEP, para sair da armadilha em que se encontra o país precisa agora de "apostar na Agricultura, porque esta, nem que seja de bens básicos, cria alimento, e depois na educação e na saúde".
Quando acabou a guerra em Angola, em 2002, estava-se em "pleno boom dos preços do petróleo, portanto o país recebeu receitas financeiras absolutamente extraordinárias, e temos aqui a combinação de dois fatores que ainda levaram a maior centralização do poder", explicou o gestor, que trabalhou na petrolífera estatal angolana Sonangol e esteve ligado à luta pela independência do país.
Angola "deixou-se armadilhar" nesse ciclo, que, "combinado com a má governação, criou uma grande armadilha de pobreza para o país no seu todo".
O Botsuana, que também tinha receitas muito significativas dos diamantes, pelo contrário, usou essas receitas financeiras para desenvolver a educação, a saúde, a inovação, a tecnologia e diversificar a economia, exemplificou Costa Silva.
"E hoje tem um país que é muito mais próspero e mais resiliente do que Angola", apontou o gestor.
Em Angola, das receitas do petróleo, 45 anos depois da independência "não ficou nada para os angolanos", admitiu, referindo que estudos de vários economistas angolanos são "contundentes sobre o destino desses biliões e biliões de dólares, que foram utilizados pela ganância pessoal e não em benefício do país".
O país, pelo contrário, "sofreu imenso ao longo desse processo", sublinhou.
Para o também presidente da Partex, empresa petrolífera que foi da Fundação Gulbenkian e agora controlada pela tailandesa PTTEP, para sair da armadilha em que se encontra o país precisa agora de "apostar na Agricultura, porque esta, nem que seja de bens básicos, cria alimento, e depois na educação e na saúde".