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Cepticismo com acordo da OPEP atira petróleo para maior queda em mais de dois meses

O cancelamento da presença da Arábia Saudita numa reunião com produtores externos ao cartel da OPEP aumenta junto do mercado as dúvidas de que seja possível alcançar um acordo para o corte de produção na próxima semana. O barril perde mais de 4%.

25 de Novembro de 2016 às 20:07
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O valor das principais unidades de comercialização de petróleo está a afundar mais de 4% nos mercados internacionais, depois de o principal produtor mundial, a Arábia Saudita, ter cancelado a sua participação numa reunião com os países extra-OPEP tendo em vista alcançar um acordo para o corte de produção na próxima semana.

O barril Brent, que é referência para as compras de Portugal, cai 4,08% em Londres, para 47 dólares, enquanto a unidade negociada em Nova Iorque, o West Texas Intermediate, afunda 4,17% para 45,96 dólares.

Os recuos – os maiores em mais de dois meses – acontecem perante o cepticismo do mercado em relação ao alcance de um acordo em Viena na próxima quarta-feira, quando o cartel tenta formalizar um entendimento assinado em Setembro que reduziria a quantidade de matéria-prima que chega ao mercado, ajudando a travar o excesso e sustentando os preços que há dois anos e meio estão em queda.

Na segunda-feira, uma reunião intermédia devia servir para sentar à mesma mesa os países da OPEP e países exteriores como a Rússia – que se disponibiliza a congelar a produção mas não a cortar -, mas a Arábia Saudita pôs-se de fora argumentando que é primeiro necessário encontrar um entendimento entre os membros do cartel.

"O enigma está a chegar ao fim. (…) Tiveram de cancelar o encontro de segunda-feira para evitar o embaraço de terminar a reunião sem sucesso. O mercado tem beneficiado a retórica da OPEP e agora está pronto a puni-la duramente se não chegar a acordo," disse John Kilduff, da Again Capital LLC, à Bloomberg.

Em vez da reunião com os não membros, a OPEP marcou negociações internas para tentar chegar a um entendimento. As maiores dificuldades para tal chegam do Irão, que quer continuar a aumentar a produção até aos níveis que existiam antes das sanções internacionais impostas devido ao programa nuclear. E também do Iraque, que questiona as estimativas apresentadas pela organização.

"O mercado está céptico quanto à possibilidade da OPEP chegar a um acordo. (…) Faltam poucos dias para o encontro e os preços não estão a ir na direcção que os membros da OPEP quereriam. Ainda espero que cheguem a um acordo imperfeito, que pouco resolve, mas nem sequer isso devem conseguir fazer," disse à mesma agência o analista Bob Yawger, da Mizuho Securities USA.

O cartel pediu aos não membros para que cortem a sua produção em 500 mil barris por dia, estimando dentro da comunidade um corte de 33 milhões para 32,5 milhões de barris por dia, que fica abaixo da média diária de Outubro, de 33,6 milhões.

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