Notícia
AIE antecipa maior equilíbrio no mercado petrolífero em 2017
A AIE identifica um crescimento do consumo mais robusto e cortes "inesperados" na produção, que estão a reduzir o excesso de oferta de crude no mercado. A agência prevê um maior equilíbrio no mercado no próximo ano.
A Agência Internacional de Energia (AIE) reviu as suas estimativas para o excesso de produção de petróleo no mercado, prevendo agora um maior equilíbrio entre a oferta e a procura no próximo ano. Ainda que continue a haver excesso de oferta, a instituição argumenta que a procura está a crescer a um ritmo mais rápido que a produção.
A oferta de crude na primeira metade do ano é cerca de 40% inferior à estimada pela agência um mês antes, devido ao consumo mais robusto do que anteriormente antecipado e aos problemas que levaram à quebra da produção da matéria-prima, adiantou a AIE. Ainda que estime um reequilíbrio entre a oferta e a procura, a instituição vê pouca margem para um aumento significativo dos preços do petróleo, devido ao excesso de produção acumulado nos últimos anos.
Os preços do petróleo têm vindo a recuperar nos últimos meses. A matéria-prima dispara 80% desde os mínimos de 12 anos registados em Fevereiro, tendo superado na semana passada a barreira dos 52 dólares em Londres. A sustentar as cotações está sobretudo a quebra da produção nos EUA e as melhores perspectivas para a China.
E as expectativas da agência são que o consumo continue a aumentar no próximo ano. A AIE prevê que a procura por petróleo aumente em 1,3 milhões de barris por dia em 2017, para atingir 97,4 milhões de barris.
Na produção, a oferta fora da OPEP deverá crescer uns "modestos" 200 mil barris de petróleo por dia, sustentada pelo aumento da produção no Canadá e no Brasil. Tendo em conta as suas previsões para o consumo, que é superior à oferta dos produtores que não pertencem ao cartel, a AIE diz que os países da OPEP terão que produzir mais em 2017.
A organização, que é responsável por cerca de 40% da produção de crude mundial, terá que exportar 33,5 milhões de barris diários no próximo ano, mais 900 mil barris do que os actuais 32,6 milhões produzidos actualmente. O Irão, que tem vindo a aumentar a sua produção após o fim das sanções sobre o país, poderá aumentar as exportações em cerca de 100 mil barris por dia.