O mercado mundial de petróleo deverá enfrentar um excesso de oferta de mais de um milhão de barris diários no próximo ano, indicou esta quinta-feira a Agência Internacional de Energia (AIE). 

A insuficiente procura deve-se à debilidade da economia chinesa, principal importador de crude a nível mundial, que deverá pesar mais nos preços do que a instabilidade no Médio Oriente, que é um fator para elevar o valor do petróleo.

O aperto na procura será ainda maior se a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) decidir manter os planos de voltar a aumentar a produção, adverte a AIE no seu relatório mensal. Recentemente, o cartel decidiu adiar novamente o incremento na produção, previsto para dezembro, até janeiro.

Desde o início de outubro, os preços do petróleo caíram 11%, apesar das tensões entre Israel e o Irão, com Telavive a ameaçar mesmo atacar as instalações petrolíferas iranianas.

O consumo mundial de petróleo deverá aumentar em 920 mil barris diários este ano, um ritmo que é menos de metade do que o verificado em 2023, atingindo os 102,8 milhões de barris por dia. Para o próximo ano, a AIE aponta para que a procura cresça em 990 mil barris por dia.

Ao mesmo tempo que a procura vem a arrefecer, a oferta de produtores como os EUA, Brasil, Canadá e Guiana deve aumentar em 1,5 milhões de barris diários, estima a agência. Assim, a oferta mundial no próximo ano deverá exceder a procura em mais de um milhão de barris por dia, mesmo que a OPEP+ desista dos planos de aumentar a produção.