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AIE: Procura de petróleo vai subir em 2019 à boleia de preços mais baixos

A Agência Internacional de Energia (AIE) aponta que, apesar da desaceleração económica mundial, a procura por petróleo vai ultrapassar a do ano anterior e ter mesmo um aumento superior.

Ana Batalha Oliveira anabatalha@negocios.pt 18 de Janeiro de 2019 às 11:44

A procura por petróleo deverá crescer em 2019, indica a Agência Internacional da Energia (AIE) no último relatório. Apesar da desaceleração da economia mundial, os preços mais baixos da matéria-prima deverão impulsionar a procura por este ativo. Os Estados Unidos, um dos maiores produtores e que defende cotações mais reduzidas, deverão reforçar a liderança.

"A nossa expectativa de um crescimento ligeiramente superior da procura em 2019 mantém-se apesar do crescimento económico a nível mundial, provavelmente, apresentar uma desaceleração relativamente a 2018", lê-se no relatório da AIE. "O impacto dos preços mais elevados registados em 2018 está a desvanecer, o que ajudará a compensar um crescimento económico mais baixo", justifica a agência. 

O consumo de petróleo deverá expandir para os 1,4 milhões de barris por dia, o que se traduz num aumento de 1,4% - acima da subida de 1,3 milhões a que se assistiu no ano passado. Em 2018, os preços chegaram a aproximar-se dos 85 dólares em outubro, mas arrancaram 2019 a rondar os 54 dólares por barril. Esta quinta-feira, o barril de Brent, negociado em Londres e referência para a Europa, está a valorizar 1,10% para os 61,85 dólares, seguindo a trajetória de recuperação que tem marcado o início do ano.

Apesar destes cálculos, a agência reconhece que "a 'música ambiente' na economia global não é muito animadora", pelo que admite possíveis mudanças nas previsões.

A AIE conta ainda que os Estados Unidos reforcem o domínio que conquistaram neste mercado. "Enquanto os restantes grandes produtores cortam a produção voluntariamente, os Estados Unidos, que já são o maior fornecedor da matéria-prima, vão reforçar a liderança como o produtor de petróleo ‘número um’ no mundo", lê-se ainda no mesmo documento.


O presidente Donald Trump tem reiterado a vontade de que os preços do petróleo se mantenham baixos por diversas vezes, muitas através da própria conta do Twitter, e ditando algumas quebras nas cotações na sequência destas afirmações. Em conjunto com Vladimir Putin e o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman, forma o triângulo de personalidades com maior influência neste mercado atualmente e no futuro próximo.

Os comentários de Trump vêm muitas vezes na forma de crítica à Organização dos Países Exportadores de Petróleo, a OPEP, que tem tentado elevar os preços da matéria-prima com cortes na produção. A produção no conjunto dos 14 membros do cartel caiu em 751.000 barris por dia no último mês de 2018, a maior quebra em quase dois anos, com a Arábia Saudita a contribuir com um pouco mais de metade desta quantidade, de acordo com o relatório lançado esta quinta-feira pela OPEP. O previsto era que os cortes começassem em janeiro, mas a Arábia Saudita decidiu apressar o processo.

No passado dia 7 de dezembro, a OPEP e os respetivos aliados – que incluem a Rússia - concordaram em reduzir a produção em cerca de 1,2 milhões de barris por dia durante o primeiro semestre de 2019.

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