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"Task-force" liderada pelos EUA não afasta receios de circulação no Mar Vermelho

A "task-force" militar encabeçada pelos Estados Unidos fez pouco para acalmar para os investidores em petróleo e tem colocado os preços a subir novamente. As transportadoras marítimas não retomaram a circulação pelo Canal do Suez.

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20 de Dezembro de 2023 às 12:14
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Os preços do petróleo estão a subir mais de 1% esta quarta-feira. Os investidores ainda se centram na situação no Mar Vermelho, depois de os ataques das milícias houthis a navios comerciais terem levado algumas das maiores transportadoras marítimas mundiais a deixarem de circular na região.

O West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, soma 1,1% para 74,88 dólares por barril. Por sua vez, o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, ganha 1,27% para 80,1 dólares por barril.

O anúncio, na terça-feira, por parte do secretário de defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, de que os Estados Unidos vão liderar uma "task-force" para garantir a segurança no estreito de Bab al-Mandab, ao largo do Iémen e que separa o Oceano Índico e o Mar Vermelho, tem feito pouco para acalmar os investidores.

"Até agora, a missão naval liderada pelos Estados Unidos para mitigar os ataques dos houthis não conseguiu aliviar as preocupações generalizadas de uma passagem segura através do Mar Vermelho, com as principais transportadoras a optar por se manterem afastadas da região", explicou à Reuters o analista da IG Yeap Jun Rong.

Os houthis do Iémen, alegadamente armados pelo Irão, que têm realizado estes ataques em apoio à Palestina e a embarcações que dizem ser dirigidas a Israel, já reagiram ao anúncio dos EUA e indicaram que vão prosseguir com os ataques no Mar Vermelho.

"Mesmo que a América consiga mobilizar o mundo inteiro, as nossas operações militares não irão parar (...) quaisquer que sejam os sacrifícios que tenham de fazer", assegurou o líder rebelde Mohammed al-Bukhaiti numa mensagem divulgada na rede social X (antigo Twitter).

Depois de terem disparado os primeiros drones e mísseis de cruzeiro contra Israel, os rebeldes houthis estão agora a direcionar os ataques a navios comerciais. Desde o início da guerra já foram disparados cerca de 100 mísseis e drones contra 10 navios comerciais, informou o Departamento de Defesa dos EUA.

Em reação a esta instabilidade, cinco grandes transportadoras marítimas decidiram interromper a circulação dos seus navios no mar Vermelho. A mais recente, na passada segunda-feira, foi a britânica BP, mas também a CMA CGM, a Hapag-Lloyd, a Maersk e a MSC já o tinham feito.

"À luz da deterioração da situação de segurança para os navios no Mar Vermelho, a BP decidiu suspender temporariamente todas as passagens", anunciou a petrolífera em comunicado. "Esta pausa preventiva será objeto de uma análise permanente, em função da evolução da situação na região".


Cerca de 12% a 15% do tráfego marítimo mundial passa por esta rota, que se inicia do estreito de Bab El-Mandab, segue para o Mar Vermelho e depois pelo Canal do Suez. Cerca de 7% a 8% do petróleo mundial e 8% do gás natural liquefeito também passa pela região, segundo números do jornal Politico.

Apesar da instabilidade o impacto é limitado para os preços do "ouro negro", afirmaram analistas ouvidos pela Reuters. "Desde que a produção não seja ameaçada o mercado vai eventualmente ajustar-se à mudança das rotas de fornecimento", esclareceu o analista Ole Hansen do Saxo Bank.

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