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Paládio é o metal precioso que mais brilha este ano. E não vai parar por aqui

Os preços do paládio deverão continuar a subir este trimestre e no próximo, atingindo novos recordes, devendo depois ceder ligeiramente no final do ano devido à sua substituição por platina, que está mais barata, nos catalisadores automóveis.

11 de Maio de 2021 às 19:14
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Até agora, o paládio é o metal precioso com melhor desempenho este ano, a subir perto de 20%, e o UBS prevê que os preços deste metal branco continuem a subir no segundo semestre de 2021. Só em finais do ano é que deverá começar a recuar um pouco, para negociar em valores mais baixos na entrada em 2022, à medida que a sua substituição por platina nos catalisadores vá acelerando o ritmo.

 

Num relatório de análise aos metais preciosos a que o Negócios teve acesso, o UBS revê assim em alta as suas previsões para os preços nos dois próximos trimestres, apontando agora para 3.100 dólares por onça no final de junho e no final de setembro. Estima depois que estes recuem para 2.900 dólares no final de dezembro (ainda assim, é também uma melhoria face às estimativas anteriores) e que transacionem na casa dos 2.700 dólares no fim do primeiro trimestre de 2022.

 

Giovanni Staunovo, analista de matérias-primas do UBS, diz no relatório que antecipa que o mercado do paládio registe um défice de oferta de cerca de um milhão de onças este ano – ou 9,5% da procura de 2021. "Este será o maior défice desde 2014, quando a oferta foi inferior à procura em mais de 1,8 milhões de onças (17,1% da procura)", sublinha.

 

A motivar este grande défice está a maior procura industrial – que representa mais de 95% da procura total –, numa altura de retoma económica global, explica Staunovo. Além disso, a recente perturbação mineira na Rússia levou o UBS a rever em baixa de 545.000 onças a sua estimativa para a oferta em 2021.

 

"Para cobrir este défice, é provável que o mercado tente garantir paládio recorrendo aos inventários armazenados. Mas como 2021 está a caminho de ser o 10.º ano consecutivo de défice da oferta, estimamos que as reservas ‘acima do solo’ estejam no seu mais baixo nível desde 2003", destaca o analista.

 

Assim sendo, prossegue Staunovo, "é provável que os preços continuem a subir nos próximos meses e atinjam novos recordes, de modo a incentivar os intervenientes do mercado com elevada tolerância ao risco a liquidarem o metal que têm em mãos".

 

"Atendendo aos baixos volumes de negociação do metal branco e à pequena dimensão do mercado, só os investidores com elevada tolerância ao risco é que devem ponderar continuar a deter paládio", aconselha.

 

Uma vez que o paládio, que negoceia atualmente nos 2.937 dólares por onça, tem tido um desempenho superior ao da platina nos últimos anos, é provável que isso alimente a substituição do paládio por platina nos catalisadores automóveis. "Esperamos alguma substituição dessa procura em 2022 e um maior impacto a partir de 2023. Por isso, mantemos um ‘outlook’ cauteloso para os preços no próximo ano", refere Giovanni Staunovo.

 

Enquanto o paládio regista atualmente um ganho anual acumulado de 19,7%, a platina valoriza 16,8% desde janeiro.

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