O ouro tocou está esta manhã nos 1.227,80 dólares por onça, com uma queda de 3,9% para mínimos de 33 meses, depois dos dados económicos vindos dos Estados Unidos terem superados as expectativas, conduzindo o dólar a uma subida, que dá força à ideia da Reserva Federal norte-americana para começar a reduzir os estímulos à economia.

Também a prata regista mínimos de 34 meses, estando a cair 4,5% para 18,763 dólares por onça.

O preço do ouro revela uma descida de 26,02% desde 22 de Janeiro, o valor mais elevado de 2013, quando o metal estava avaliado em 1.692,70 dólares por onça. Desde Abril a perda foi de 22%. O preço do ouro dirige-se, assim, para o primeiro ano negativo desde 2000, e para a maior queda trimestral desde, pelo menos, 1920.

"Os preços do ouro, durante tanto tempo o porto de abrigo favorito dos investidores, estão a aproximar-se de território precário depois da declaração da Reserva Federal", diz em nota enviada aos clientes Michael Hewson, analista do CMC Markets. 

Depois de 12 anos consecutivos de ganhos, o ouro transformou-se num “bear market”, ou seja, um mercado baixista, de bom andamento, mas que está prestes a deixar de ser um porto de abrigo para a procura, depois de Ben Bernanke, presidente da Reserva Federal norte-americana, ter anunciado que em 2014 os estímulos à economia iriam ser extintos.

A queda do metal precioso acabou com a convicção daqueles que pensavam que os preços do ouro iriam subir de forma constante, de acordo com o Credit Suisse.

“Os ventos dos Estados Unidos apontavam para um crescimento forte, que levou o dólar a subir”, afirmou David Lennox, analista da Fat Prophets. “São dois pregos no caixão para o ouro: um dólar mais forte e a expectativa que a expansão monetária possa ser reduzida”.