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Falta de ácido sulfúrico é novo obstáculo para as gigantes de cobre

Inclua-se o ácido sulfúrico na lista de desafios enfrentados pelas mineradoras de cobre face à crescente procura pelo metal.

Reuters
16 de Maio de 2021 às 14:00
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O composto, usado para extrair cobre do minério, é cada vez mais difícil de encontrar. A desaceleração da refinação de petróleo durante a pandemia resultou em menos disponibilidade de enxofre, um elemento importante para o ácido. Ao mesmo tempo, uma maior quantidade de ácido produzido na Ásia tem sido usada localmente devido à retoma das indústrias. Pelo menos uma mina de cobre no Chile, o maior produtor, já foi afetada e os preços à vista subiram.

"Essa série de eventos nunca aconteceu antes", disse Peter Harrisson, analista-chefe de enxofre do CRU Group. "Em meados de 2020, as fundições preferiam não produzir ácido porque não conseguiam vendê-lo, mas agora gostariam de poder produzir mais."

 

A falta de ácido sulfúrico, também conhecido como óleo de vitríolo, coincide com a procura crescente e preços recorde do cobre, com os estímulos e campanhas de vacinação a reforçarem o otimismo sobre a recuperação económica, e o peso do metal na transição energética a sustentar o apetite a longo prazo.

Embora algumas fundições produzam ácido sulfúrico como derivado, a tecnologia de extração por solventes conhecida como eletroluição, amplamente empregada no Chile, utiliza-o como matéria-prima. Com isso, a indústria de mineração chilena é uma das utilizadoras mais intensivas de ácido sulfúrico. O país consome cerca de 8,5 milhões de toneladas por ano, das quais apenas 5,5 milhões de toneladas são adquiridas localmente, segundo a agência governamental Cochilco.

Mas com a China e outros países a exportarem menos, os embarques para o Chile caíram no primeiro trimestre. Isso já causa impacto em algumas minas.

A estatal Codelco conseguiu aumentar a produção de cobre no primeiro trimestre, mas a sua mina Gabriela Mistral registou uma queda de 40%. Um dos motivos foi a falta de acesso ao ácido sulfúrico, segundo Carmen Zuleta, que comanda o sindicato que representa os trabalhadores da mina. A Codelco não comentou de imediato.

 

A capacidade do Chile de manter altos níveis de produção de cobre enfrenta provavelmente ameaças muito maiores de uma série de negociações salariais ou outra vaga de infeções por covid-19. Ainda assim, se o aperto no fornecimento de ácido sulfúrico aumentar e se prolongar, poderá afetar até 12% da produção do país, disse Cristian Cifuentes, da Cochilco.

Enquanto os preços dos contratos de ácido estão em torno de 60 dólares a tonelada, os preços à vista subiram para 160 a 170 dólares, disse Harrisson, do CRU. Os preços devem cair para 110 a 140 dólares no final do ano, já que a aceleração da refinação produz mais enxofre, mas a oferta deve permanecer "estruturalmente apertada" durante os próximos quatro ou cinco anos, afirmou.

 

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