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China lança novo contrato de futuros sobre cobre aberto a investidores estrangeiros

Os produtos denominados em yuans servem dois fins estratégicos: dão aos participantes dos mercados globais mais uma razão para usarem o yuan e, ao mesmo tempo, reforçam o poder da China na fixação de preços em mercados chave das matérias-primas.

Reuters
18 de Novembro de 2020 às 00:55
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A China vai lançar na quinta-feira, na Bolsa Internacional de Energia de Xangai (Shanghai International Energy Exchange), um novo contrato de futuros sobre o cobre que estará aberto a operadores estrangeiros, uma iniciativa que visa impulsionar a adoção do yuan e retirar algum poder de fixação de preço aos contratos de referência deste metal industrial, negociados em Londres.

A dimensão do contrato será o mesmo que o pretendido para os operadores locais, mas excluirá impostos e taxas alfandegárias e será entregue em depósitos alfandegados, ajudando a competir ativamente com a Bolsa Londrina de Metais (London Metal Exchange – LME), refere o website Mineral Prices.

A inclusão do cobre, o metal de base mais negociado em bolsa em todo o mundo, a um crescente leque de contratos internacionais de futuros sobre commodities irá aumentar a atratividade da China junto da comunidade global de operadores, consideram alguns analistas citados pela Reuters, ainda que os limites na conversão do yuan continuem a ser uma barreira a uma adoção mais vasta da moeda chinesa.

 

Os produtos denominados em yuans servem dois fins estratégicos: dão aos participantes dos mercados globais mais uma razão para usarem o yuan e, ao mesmo tempo, reforçam o poder da China na fixação de preços em mercados chave das matérias-primas, sublinha a agência noticiosa.

 

"Não há qualquer razão para a China, sendo tão grande consumidora [deste metal], não ser uma fixadora do preço… em vez de assimiladora do preço", comentou recentemente, num webinar, John Browning, administrador executivo da Bands Financial – uma corretora internacional de intermediação das bolsas de commodities chinesas.

O cobre é considerado um barómetro da evolução da economia mundial, pela forte procura de que é alvo por parte de inúmeros setores – do metalúrgico ao da construção, passando pelos transportes e transmissão de energia – quando a atividade económica vai de vento em popa. Do mesmo modo, em épocas de contração, é dos primeiros metais industriais a dar essa indicação.

 

Devido ao seu uso generalizado na indústria, este metal não ferroso está estreitamente ligado aos acontecimentos macroeconómicos, chegando a ser chamado de "Dr. Cobre", já que muitos consideram que, por essa razão, tem um doutoramento em Economia.

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