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Caminho para o ‘aço verde’ pode custar até 278 mil milhões de dólares

A produção de aço gera cerca de 7% das emissões globais de gases com efeito de estufa.

Bloomberg
05 de Dezembro de 2021 às 15:00
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A indústria siderúrgica global poderia eliminar as emissões de gases com efeito de estufa até 2050 com o aumento da reciclagem, usando hidrogénio como combustível e capturando carbono de fábricas mais antigas, segundo um estudo da BloombergNEF (BNEF). Mas atingir essa meta não será fácil.

 

A produção de aço gera cerca de 7% das emissões globais de gases com efeito de estufa e alguns processos não conseguem funcionar facilmente com eletricidade. A mudança para métodos de produção de carbono zero exigirá que a indústria gaste entre 215 e 278 mil milhões de dólares em investimento de capital, de acordo com o relatório da unidade de análise e dados de energia da Bloomberg. Ainda assim, o aço fabricado através de um tal sistema poderá custar menos do que os preços atuais.

 

"A indústria do aço tem um caminho desafiador para a descarbonização: depende muito do carvão, tem oportunidades limitadas de aumentar a sua quota de produção de reciclados devido à fraca disponibilidade de sucata e terá de esperar que os custos do hidrogénio caiam para realizar uma produção limpa e de custo competitivo", sublinham os analistas da BNEF.

 

Cerca de 69% da produção atual é movida a carvão em altos-fornos, de acordo com o relatório. Devido à combinação de preço e resistência, não há substituição óbvia de material para o aço, que tem diversas aplicações, como edifícios, automóveis, torradeiras e equipamentos médicos.

 

Os governos terão de fornecer apoio para ajudar na transição do setor, e serão necessários subsídios até 145 dólares por cada tonelada de dióxido de carbono para incentivar as fases iniciais de mudança na próxima década, refere a BNEF. As emissões de gases com efeito de estufa do setor são equivalentes a cerca de 2,55 mil milhões de toneladas de carbono.

 

"Uma política robusta é essencial para permitir a descarbonização da indústria do aço", sublinha o relatório.

 

Aço "net zero"

 

O relatório detalha um caminho para eliminar essas emissões. A reciclagem de sucata de aço em fornos de arco elétricos seria bastante incrementada, com a eletricidade a provir de fontes renováveis. Para a produção de aço primário, os fornos recém-fabricados seriam capazes de funcionar com hidrogénio retirado da água usando energia renovável. As siderurgias que utilizam carvão ou gás poderiam começar a misturar hidrogénio para ajudar a criar um mercado para o combustível e reduzir o seu preço. Algumas siderurgias movidas a carvão existentes seriam equipadas com tecnologia de captura de emissões.

 

Até 2050, o metal produzido por esse sistema renovado custaria menos do que os preços atuais, de acordo com a BNEF. O preço médio em cinco anos para o aço bruto é de 726 dólares por tonelada, enquanto as tecnologias propostas no relatório poderiam fabricar aço a um custo entre 418 e e 598 dólares por tonelada.

 

"Os caminhos tecnológicos para a descarbonização da indústria estão a tornar-se claros. Há uma política crescente de apoio à descarbonização e a procura dos clientes por aço verde está a surgir", diz a BNEF. "Estimamos que 27% da capacidade de aço já está coberta por uma meta corporativa de ‘net zero’ [neutralidade carbónica] atualmente".

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