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Vale a pena investir nos gigantes tecnológicos?

Mais de dez anos depois da "bolha", as tecnológicas voltam a surgir no topo das preferências dos especialistas. Conheça os ingredientes que fazem deste sector um dos mais apetecíveis para os investidores.

05 de Novembro de 2010 às 09:00
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Se há sector com um forte poder de atracção sobre os investidores é o tecnológico. A constante inovação, a consolidação das marcas em todo o mundo e os sólidos resultados, apesar da crise económica, tornam estas companhias apetecíveis. Mais de dez anos depois da "bolha das tecnológicas", estas companhias continuam a proliferar, ocupando-se de novas áreas de negócio. Será esta uma boa altura para investir nos gigantes tecnológicos?

A última sondagem do Bank of America/Merrill Lynch a gestores de fundos mundiais, em Outubro, revelou que este continua a ser o sector preferido dos especialistas. Somando esta conclusão a todas as características destas empresas, podemos esperar uma nova fase de "euforia" em torno das tecnológicas? "Apenas se houver um reconhecimento de que estas 'máquinas de lucros' são alguns dos melhores negócios que os investidores podem comprar", resumiu ao Negócios Steve Berexa, co-responsável pela área de "research" da RCM em São Francisco.

Resultados sólidos mesmo em conjunturas adversas
Um dos principais pontos fortes deste sector são as contas. Apesar de não comercializarem bens de consumo essenciais, os seus resultados não têm sido afectados pela conjuntura económica adversa. A IBM, por exemplo, tem lucros crescentes há mais de sete anos. As empresas têm também conseguido bater as estimativas dos analistas trimestre após trimestre.

"As tecnológicas emergiram desde a bolha de 2000 como um sector com uma excelente rentabilidade e estabilidade, mesmo durante a recente recessão", explicou Steve Berexa. Este especialista reforçou a sua posição frisando que os desvios macroeconómicos têm tido "menos efeito" neste sector do que noutros.

Negócio com potencial em diversos segmentos
Os resultados têm sido positivos e a expectativa é de que continuem a sê-lo nos próximos anos. Pelo menos a julgar pelo elevado potencial de expansão que apresentam em diversos segmentos. Por exemplo, "os "smartphones" são apenas ainda 8% dos aparelhos móveis mundiais e representam uma oportunidade de 200 mil milhões de dólares", acredita Bruno Lippens. O gestor do fundo de comunicação digital da Pictet estima que estes aparelhos tripliquem para 450 milhões até 2012. Já o iPad, a mais recente inovação da Apple, deverá duplicar em 2012 para 60 milhões de unidades.

Outro dos potenciais a explorar é o comércio electrónico. "A incerteza económica deverá induzir a um maior foco na comparação de preços com as lojas e acelerar uma transferência para o "on-line"", sublinha Bruno Lippens. O especialista antevê que este negócio represente uma oportunidade de cerca de um bilião de dólares em cinco anos.

No topo das companhias mais valiosas
O desempenho dos últimos anos catapultou estas empresas para os lugares cimeiros das maiores capitalizações bolsistas. A Apple é a terceira maior empresa cotada em bolsa em todo o mundo. Mas recentemente chegou a ocupar o segundo lugar, com os investidores a revelarem-se satisfeitos com os números relativos às suas vendas. A companhia liderada por Steve Jobs é apenas superada pela Exxon Mobil e a Petrochina. A outra gigante do sector, a Microsoft, aparece no quinto lugar da lista.

As quedas acentuadas sofridas pelo sector financeiro, nos últimos anos, em resultado da crise, coincidiram com a boa performance das tecnológicas. "Estas empresas têm barreiras competitivas sustentáveis e poder de fixação de preços, em oposição aos bancos e aos negócios de matérias-primas", justifica Steve Bereza. O mesmo especialista aponta os "ganhos de produtividade", o crescimento dos lucros e a acumulação de liquidez destas empresas para justificar a tendência.

Remuneração atractiva para os investidores
Outro dos pontos fortes deste sector prende-se com a remuneração aos accionista, quer através de dividendos, quer através de programas de recompras de acções. Nos EUA, as empresas de tecnologias de informação substituíram, no terceiro trimestre, as companhias do sector financeiro como as mais generosas , como consequência dos elevado montantes de fundos de caixa libertos no balanço.

Dos 210 mil milhões de dólares distribuídos aos accionistas de cotadas do S&P500, até ao início de Outubro, 9,2% foram destas empresas. O peso do sector financeiro foi de 8,9%. Um cenário distinto daquele que se verificava em 2007. No período anterior à crise, as instituições financeiras representavam 30% da remuneração. As tecnológicas pesavam apenas 5,7%.

Este sector apresenta um enorme leque de oportunidades em segmentos diversos. Mas, antes de investir tome em consideração que, este ano, o Nasdaq, índice composto essencialmente por empresas tecnológicas, já subiu mais de 10%, um dos melhores desempenhos entre os principais índices. Na Europa, o índice para o sector é o terceiro mais "caro", com o rácio entre a cotação e os lucros por acção estimados (PER) a situar-se nas 16,42 vezes.




O Franklin Technology tem o melhor desempenho entre os fundos de investimento do sector tecnológico. Não só é o fundo com mais estrelas da Morningstar, como apresenta a melhor rendibilidade a 12 meses e a três anos. Apple, American Tower, Google e Amazon são as principais apostas do fundo da gestora americana. Pode adquirir os fundos mencionados num dos bancos "on-line" a operar em Portugal, como o Banco Best, ActivoBank, Banco Big ou o Deutsche Bank.




Apple no topo das empresas mais valiosas
A empresa fundada por Steve Jobs é não só uma das tecnológicas mais populares, como também a mais valiosa. No topo das maiores capitalizações do mundo, ocupa o terceiro lugar, fruto do seu desempenho em bolsa. Em 2010, a companhia valoriza 44%. A força da marca e a sua presença em todo o mundo permitem-lhe bons números nos indicadores de vendas, apesar da conjuntura adversa. Dos 51 analistas que a seguem, 46 recomendam "comprar" e nenhum aconselha a sua venda.


Lucros da IBM aumentam há 30 trimestres
Uma das empresas que reflecte o crescimento dos resultados do sector é a IBM. A tecnológica, que há cerca de duas semanas superou os máximos históricos fixados durante a "bolha", está há mais de 30 trimestres consecutivos a apresentar um aumento nos seus lucros. Os números ficaram a dever-se ao maior enfoque na área do "software". Desde 2003, comprou 60 empresas desta área. Tem 18 recomendações de "comprar" e sete de "manter". Nenhum dos analistas atribui um "rating" de "vender".


Amazon ganha com transferência para "online"
Alguns especialistas esperam que uma das consequências da actual conjuntura económica mundial seja a expansão das vendas "online". Este é mesmo considerado um dos segmentos com maior potencial de crescimento do sector tecnológico. Esta tendência deverá favorecer a maior retalhista "on-line" do mundo, a Amazon. Dos 37 bancos de investimento que acompanham a empresa, 21 conferem uma recomendação de "comprar". Apenas um diz para vender.




A febre da Redes Sociais

Algo de que muito se tem falado nos últimos meses é da estreia de empresas detentoras de redes sociais em bolsa. A febre das redes sociais poderá ser o próximo "boom" deste sector nos mercados accionistas, com a esperada estreia do Facebook.

A popularidade destas redes e as potencialidades da Internet poderão convencer um grande número de investidores.

"De facto, os próximos catalisadores para a indústria são as ofertas públicas iniciais do Facebook, Pandora, Taobao e Skype", considera Bruno Lippens. Também Steve Berexa aponta os "interessantes modelos de negócio que deverão ser bem sucedidos" destas empresas.

As redes sociais atingiram, nos últimos anos, uma enorme popularidade. De acordo com a agência Reuters, o Facebook tem cerca de 500 milhões de utilizadores activos, dos quais mais de 150 milhões fazem o acesso através dos seus aparelhos móveis. Já o número de utilizadores registados no Twitter, outra das redes sociais mais populares, é de cerca de 165 milhões. Um fenómeno que deverá ser, em breve, passado para os mercados de capitais.

A 8 de Novembro, a Mail.ru, um dos principais accionistas do Facebook faz a sua estreia no mercado de Londres. A empresa russa detém também posições na Groupon, Zynga Game Network e na rede social russa vKontakte.

A companhia anunciou a venda de 16% do seu capital. A operação está a suscitar um forte interesse junto dos investidores. Até à semana passada, a oferta pública de acções já foi subscrita, pelo menos, duas vezes pelos investidores. Aguarda-se agora pelo desempenho das suas acções. Um comportamento que será também acompanhado por empresas com actividades semelhantes para que possam, posteriormente, proceder à dispersão em bolsa.




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