Os "superdepósitos" estão de volta. Não são tão "super" como antes, mas a verdade é que estão cada vez mais atractivos. Há ofertas que chegam aos 3% de juro ao ano, mas a tendência continua a ser de aplicações de mais longo prazo, com recurso às taxas crescentes. Saiba quais as melhores.

Quem aplica as poupanças em depósitos a prazo exige, essencialmente, segurança. Mas também quer rentabilidade. Na hora de escolher onde investir, este factor tem, invariavelmente, o maior peso. Conscientes disso, os bancos voltam a "acenar" com "superdepósitos". Aplicações promocionais, mas de curto prazo, que prometem juros elevados. Mas a maioria aposta nas taxas crescentes.

"Depósito Ouro Crescente", ou "Super Depósito Crescente Mais" são alguns exemplos de produtos que estão a ser comercializados pelas instituições financeiras, aos balcões e via Internet. E mesmo nas aplicações de muito curto prazo, esta é a técnica de "marketing" de eleição, como acontece, por exemplo, na oferta apresentada pelo Finibanco: o "DP Net Crescente".

À primeira vista, parece um depósito de longo prazo. Mas não é. Tem uma duração de apenas três meses, com os juros a aumentarem mensalmente até aos 3,5%, no último. Ainda assim, a taxa anual nominal bruta (TANB) é interessante, de 2,33%. Contudo, é preciso não esquecer que esta é a remuneração anual. Para o período em questão, o juro que irá receber será de 0,58%.

O regresso das "super" taxas é, no essencial, fruto de estratégias de captação de clientes mais agressivas por parte das instituições financeiras. Mas não se pode deixar de associar estes retornos mais elevados ao actual contexto, em especial ao maior "stress" que se verifica nos mercados dívida e que veio encarecer os custos de financiamento deste sector.

"Com custos de financiamento mais elevados, é possível que os bancos tentem fidelizar os clientes oferecendo-lhes taxas um pouco melhores", disse ao Negócios Teresa Gil Pinheiro, economista do BPI. Desta forma, os bancos conseguem não só aumentar as suas quotas de mercado, como, essencialmente, obter novos fundos, a preços razoáveis, que lhes permite financiar a sua actividade.

Juros chegam a superar os 3%
Em curtos períodos de tempo, como os depósitos a seis meses, é possível conseguir TANB de 2,5% (ver tabela). Contudo, é nas aplicações com, pelo menos, um ano que as ofertas apresentadas pelos bancos começam a tornar-se mais aliciantes. Entre as 16 instituições financeiras a operar em Portugal consultadas pelo Negócios, encontram-se taxas brutas anuais que chegam a 3%.

É o caso do "Depósito Ouro Plus" do Banco Popular, que apresenta, assim, a remuneração mais atractiva para este período. Uma mesma aplicação neste banco garante-lhe um retorno de 120 euros, já líquido de impostos.

As taxas mais aliciantes são mesmo as praticadas nas aplicações a três ou mais anos. Em 36 meses, um investimento de 5.000 euros pode gerar um retorno líquido de 396 euros, no depósito "3:30" do Finibanco, aquele que tem a TANB mais elevada. Numa aplicação a quatro anos no BIG, ou a cinco no Santander, conseguirá mais de 500 euros.