Notícia
Smartphones com Google por dentro
Um sistema operativo faz a diferença num "smartphone"? Sim, toda a diferença. Com o impulso da Google, o Android está a conquistar uma posição cada vez mais sólida entre os telefones inteligentes. Alia as funcionalidades exigidas num telemóvel com a abertura ao mundo da Internet.
28 de Julho de 2010 às 08:35
No mundo dos "smartphones" é cada vez mais importante o "software" que está por dentro e não apenas as características físicas do telefone, como o processador, a memória, a câmara fotográfica ou o ecrã de toque. O iPhone, da Apple, é a prova disso mesmo, mas já antes o BlackBerry, da RIM, tinha marcado pela diferença, com maior ligação ao mundo empresarial e ao correio electrónico, uma filosofia que a Microsoft também adoptou no seu Windows Mobile.
Entrando mais tarde no mercado, mas beneficiando do impulso dado pela Google, o Android assumiu-se como um sistema operativo aberto para telemóveis, explorando a ligação intensa à Internet e ao conceito "sempre on-line". Lançado em 2008, o Android tem vindo a conquistar espaço na oferta de vários fabricantes. E, depois, de propostas muito viradas para os "techies", está agora em condições de massificar o conceito, com terminais mais baratos que não abdicam de características de topo de gama e de um desempenho à altura.
Porque até agora não o conseguiu. No final do primeiro trimestre de 2010, o Android era o sistema operativo usado em 10% dos "smartphones" vendidos no primeiro trimestre do ano, ultrapassando pela primeira vez o Windows Mobile. Os dados são de um relatório da Gartner sobre as vendas mundiais de telemóveis, onde o segmento de "smartphones" continua a ser o que mais cresce a nível global. O mesmo aconteceu em Portugal onde, no primeiro trimestre deste ano, as vendas de "smartphones" aumentaram 58%, enquanto a categoria de telemóveis cresceu apenas 21%, dizem os dados do IDC Mobile Phone Tracker.
Evolução lenta
Enquanto, a nível global, o interesse dos utilizadores pelos telefones Android vai sendo acompanhado pelo lançamento de mais terminais de diferentes marcas, em Portugal, depois da euforia do lançamento do primeiro terminal Android no Verão passado, o HTC Magic, a oferta das operadoras foi crescendo devagar. Isto, apesar de os apreciadores poderem encontrar mais variedade nas lojas, sem fidelização mas, também, sem o desconto nos preços que normalmente resulta da compra em associação a uma rede móvel.
Mas nas últimas semanas a situação mudou. O lançamento do a1 da TMN foi o primeiro a introduzir uma nota diferente nos acordes estabelecidos. A operadora já se tinha arrojado com a estratégia de colocar no mercado telefones de marca própria, primeiro com o Bluebelt e depois com o Silverbelt, ambos com Windows Mobile, mas não escondia o objectivo de fazer o mesmo com o sistema operativo Android. O a1 é, por isso, o primeiro de uma "armada" que a TMN tenciona apresentar ainda este ano, ajudando a desenvolver o mercado de "smartphones" e, também, o "bolo" de receitas de dados associadas a esta utilização.
Tal como seria de esperar, a Optimus não demorou muito a lançar a sua ofensiva para esta nova batalha com o primeiro "smartphone" de marca própria, também com Android por dentro. O Optimus Android Boston colocou-se num patamar de preço ainda mais abaixo do que o a1 da TMN, mas com características de gama média que satisfarão grande parte dos utilizadores.
Faltava só a Vodafone, que tirando partido do peso do grupo, colocou, também, nas últimas semanas nas lojas um terminal Android com marca Vodafone, o Vodafone 845, mas com a diferença de ser o primeiro com um custo abaixo de 150 euros.
Aos terminais de marca cunhada pelas operadoras vem juntar-se uma série de "smartphones" de fabricantes, como a Samsung e a Sony Ericsson, que não querem deixar passar ao lado um conceito que parece estar a dar frutos junto dos utilizadores portugueses.
A oferta começa, por isso, a ser significativa, mesmo antes de o Google Nexus One chegar (oficialmente) a Portugal. E deixa mais amplitude de escolha aos utilizadores, assim como preços mais baixos para quem quer tirar partido da inteligência dos novos sistemas sem ter de gastar uma parte significativa do rendimento mensal.
Entrando mais tarde no mercado, mas beneficiando do impulso dado pela Google, o Android assumiu-se como um sistema operativo aberto para telemóveis, explorando a ligação intensa à Internet e ao conceito "sempre on-line". Lançado em 2008, o Android tem vindo a conquistar espaço na oferta de vários fabricantes. E, depois, de propostas muito viradas para os "techies", está agora em condições de massificar o conceito, com terminais mais baratos que não abdicam de características de topo de gama e de um desempenho à altura.
Evolução lenta
Enquanto, a nível global, o interesse dos utilizadores pelos telefones Android vai sendo acompanhado pelo lançamento de mais terminais de diferentes marcas, em Portugal, depois da euforia do lançamento do primeiro terminal Android no Verão passado, o HTC Magic, a oferta das operadoras foi crescendo devagar. Isto, apesar de os apreciadores poderem encontrar mais variedade nas lojas, sem fidelização mas, também, sem o desconto nos preços que normalmente resulta da compra em associação a uma rede móvel.
Mas nas últimas semanas a situação mudou. O lançamento do a1 da TMN foi o primeiro a introduzir uma nota diferente nos acordes estabelecidos. A operadora já se tinha arrojado com a estratégia de colocar no mercado telefones de marca própria, primeiro com o Bluebelt e depois com o Silverbelt, ambos com Windows Mobile, mas não escondia o objectivo de fazer o mesmo com o sistema operativo Android. O a1 é, por isso, o primeiro de uma "armada" que a TMN tenciona apresentar ainda este ano, ajudando a desenvolver o mercado de "smartphones" e, também, o "bolo" de receitas de dados associadas a esta utilização.
Tal como seria de esperar, a Optimus não demorou muito a lançar a sua ofensiva para esta nova batalha com o primeiro "smartphone" de marca própria, também com Android por dentro. O Optimus Android Boston colocou-se num patamar de preço ainda mais abaixo do que o a1 da TMN, mas com características de gama média que satisfarão grande parte dos utilizadores.
Faltava só a Vodafone, que tirando partido do peso do grupo, colocou, também, nas últimas semanas nas lojas um terminal Android com marca Vodafone, o Vodafone 845, mas com a diferença de ser o primeiro com um custo abaixo de 150 euros.
Aos terminais de marca cunhada pelas operadoras vem juntar-se uma série de "smartphones" de fabricantes, como a Samsung e a Sony Ericsson, que não querem deixar passar ao lado um conceito que parece estar a dar frutos junto dos utilizadores portugueses.
A oferta começa, por isso, a ser significativa, mesmo antes de o Google Nexus One chegar (oficialmente) a Portugal. E deixa mais amplitude de escolha aos utilizadores, assim como preços mais baixos para quem quer tirar partido da inteligência dos novos sistemas sem ter de gastar uma parte significativa do rendimento mensal.
O que é que o Android tem? As comparações com os sistemas operativos concorrentes são obrigatórias quando está em disputa um dos mercados mais apetecíveis. iPhone, Blackberry, Symbian, Windows Phone e Android alinham-se num cenário onde há cada vez mais concorrentes. Na altura de comprar, os vários argumentos de rapidez, usabilidade e acesso às aplicações podem fazer a diferença, para além do próprio terminal. Saiba o que o Android tem para oferecer, mas experimente antes de decidir. Uso Ecrãs de toque, abertura rápida das aplicações - que podem estar a correr em paralelo, naquilo que se designa como "multitasking" - fazem parte da experiência-base dos utilizadores dos "smartphones" de gama média e de topo. E o Android não se faz rogado, com uma grande facilidade de utilização e navegação entre aplicações, que não atrapalha e surge como um factor de atractividade. Mesmo assim, haverá diferença de velocidade e alguma usabilidade entre diferentes terminais, consoante o "hardware" que está por dentro e algumas opções de colocação de botões adicionais fora do ecrã. Personalização A configuração fácil dos "widgets", definindo atalhos rápidos para as aplicações a partir do ecrã, facilita a personalização e a definição de um "interface" à medida dos desejos de cada utilizador. Conectividade A filosofia "always on" é central no Android. Quando configura o telefone, o utilizador deve associar o serviço à rede móvel mas, também, a uma conta nos serviços da Google, que dá acesso ao "e-mail", aos mapas e a outras ferramentas, como as aplicações do Android Market. Esta associação não é obrigatória mas, se faltar, limita o funcionamento integrado que foi pensado para os telemóveis. Mas atenção: para tirar partido de todas as vantagens do Android sem estar preocupado com a conta a pagar no fim do mês é aconselhável que associe ao telefone um pacote tarifário de dados. Aplicações O número de aplicações disponíveis não se aproxima ainda do que a Apple conseguiu atrair para a sua loja, mas entre as 50 milhões de aplicações grátis e pagas há muitas ferramentas úteis, jogos interessantes e curiosidades mais ou menos inúteis. Há que ter em conta, porém, que a comunidade de programadores tem replicado sucessos de outras plataformas para estes telemóveis e por isso as aplicações mais conhecidas acabam por estar em todas as lojas, ou pelo menos na da Apple e no Android Marketplace. Terminais disponíveis Se, numa fase inicial, este foi um dos calcanhares de Aquiles do Android, a situação está a mudar rapidamente. Os grandes fabricantes já demonstraram o seu interesse na plataforma e estão a colocar nas lojas cada vez mais modelos com este sistema operativo. Os próprios operadores estão a apostar em "smartphones" com marca própria e os preços já desceram a fasquia dos 150 euros, abrindo portas à massificação. |
Seis "smartphones" Android
A pluralidade de equipamentos é uma das marcas do sistema operativo da Google. Apesar de alguns requisitos mínimos para correr o sistema operativo, os fabricantes têm liberdade para diferenciar os modelos. E este espírito reflecte-se, com vantagem, nas opções e nos preços. Entre os diversos equipamentos disponíveis no mercado, escolhemos seis, não deixando de lado os terminais lançados com marca própria das três operadoras móveis.
TMN a1
A (boa) experiência da TMN com os "smartphones" Bluebelt e Silverbelt dá créditos à empresa para se abalançar no lançamento de um telemóvel Android, uma ambição já declarada pela administração da operadora.
Desta vez com a Huawey, a empresa conseguiu "desenhar" um "smartphone" com preço de gama média e características mais apuradas, onde se faz notar o cuidado com os materiais e a combinação de cores. A adaptação do "interface" ao público português não foi esquecida, com "widgets" do Sapo e Mapas da Ndrive. Por dentro, o "chipset" é igual ao de terminais Samsung e HTC, garantindo o desempenho do aparelho. De resto, as características não deixam o aparelho mal visto, embora a câmara fotográfica se limite aos 3,2 Mpixels.
Versão do Sistema Operativo Android 1.5
Ecrã 3,5 polegadas
Câmara fotográfica 3,2 Mpixels
Preço 199,9 euros sem fidelização
Optimus Boston
A oportunidade de lançar um telemóvel com marca Optimus surgiu por sinergias internacionais com a Orange, mas marca a nova aposta da operadora da Sonaecom. Fabricado pela Gigabyte, uma empresa do grupo da fabricante do iPhone, este terminal é surpreendentemente rápido e alia a simplicidade de uso ao aspecto cuidado que se exige a estes terminais. A velocidade de ligação à Internet é de 7,6 Mbps e a câmara de 5 Mpixels, somando características que noutros modelos custam bastante mais caro ao utilizador.
A personalização do operador em termos de ligações e "widgets" é escassa, deixando mais espaço à criatividade (e paciência) do utilizador.
Vodafone 845
O titulo de telemóvel Android mais barato à venda no mercado português é ganho sem disputa pelo Vodafone 845 (pelo menos para já), ao conseguir colocar a fasquia abaixo de 140 euros.
É claro, porém, que não há milagres. E mesmo a capacidade de escala do Grupo Vodafone não consegue juntar o melhor de dois mundos, pelo que o telefone reflecte algumas escolhas de compromisso, entre as quais o ecrã mais pequeno - só 2,8 polegadas, e a câmara de 4,3 Mpixels.
O sistema operativo dá acesso às mesmas funcionalidades do sistema operativo comum a todos os modelos deste grupo, com mais ou menos personalização, mas adiciona-lhe as aplicações do serviço Vodafone 360, com as sinergias criadas entre o computador pessoal e o telemóvel e o acesso a redes sociais.
Versão do Sistema Operativo Android 2.1
Ecrã 2,8 polegadas
Câmara fotográfica 3,2 Mpixels
Preço 134,9 euros sem fidelização
HTC Desire
A HTC é a fabricante que mais músculo tem colocado na produção de terminais Android, fabricando os primeiros modelos a chegar ao mercado e estando na base do Nexus One da Google. O HTC Desire foi apresentado no início deste ano como um topo de gama da classe, explorando o melhor da tecnologia de ecrã AMOLED de dimensão acima do habitual (com 3,7 polegadas) e um processados de 1 GHz. Para já, é um exclusivo da Optimus e o preço combina com as características incluídas, sendo o mais caro do pacote de telefones que escolhemos para este trabalho.
Versão do Sistema Operativo Android 2.1
Ecrã 3,7 polegadas
Câmara fotográfica 5 Mpixels
Preço 499 euros
Samsung Galaxy S
Ainda em fase de pré-registo, o novo Samsung Galaxy S é, por enquanto, um exclusivo da TMN. Com ecrã super AMOLED, GPS, câmara fotográfica de 5 megapixéis e gravação em HD, processador de 1 GHz e uma memória interna de 8 GB, este topo de gama da Samsung corre a versão 2.1 do sistema operativo desenvolvido pela Google, o Android. O equipamento integra leitor de "ebooks" e, também, uma oferta especial de um livro gratuito, "Levantado do Chão", de José Saramago.
Versão do Sistema Operativo Android 2.1
Ecrã 4 polegadas
Câmara fotográfica 5 Mpixels
Preço 399,90 Euros
Sony Ericsson X10 Mini Pro
O teclado QWERTY, que desliza sob o ecrã, marca a diferença no Sony Ericsson X10 Mini, mesmo que não seja dispensado o ecrã táctil, mais pequeno. Este modelo está, por enquanto, apenas na oferta da Vodafone e custa perto de 230 euros, um prémio que pode não se justificar totalmente, apesar da câmara de 5.0 megapixéis, autofoco e gravação de vídeo.
Embora profissional, este telefone tem uma faceta de lazer muito marcada, principalmente na ligação a redes sociais através do Timescape, uma aplicação da marca que faz a conectividade com o Facebook e o Twitter.
Versão do Sistema Operativo Android 2.1
Ecrã 2,6 polegadas
Câmara fotográfica 5 Mpixels
Preço 229 euros
Google Nexus One só para alguns
A entrada da Google na comercialização de telemóveis com o Google Nexus One, anunciada no início deste ano, foi vista por muitos como uma libertação dos modelos tradicionais. Até porque a empresa optou por uma estratégia diferente, que passava pela venda directa, através de um "site", mantendo a possibilidade de os utilizadores fazerem planos de fidelização com operadoras seleccionadas e beneficiando da subsidiação no pagamento inicial.
Mas, poucos meses depois, a empresa acabou por recuar nesta visão e por ampliar o modelo que assenta nas parcerias firmadas com revendedores e operadores, apostando-se numa maior disponibilidade do "smartphone" nas lojas onde as pessoas podem ver e tocar o equipamento.
O telefone fabricado pela HTC tem tudo para ser um modelo emblemático na representação do Android, mas acabou por não se tornar num sucesso de vendas, competindo de igual para igual com o iPhone. A primeira onda de países a receber o Nexus One, que incluía os Estados unidos, Reino Unido e Singapura, o terminal não foi recebido com grande entusiasmo, e mesmo o alargamento a mais países, sobretudo na Europa, falhou na dinâmica de "marketing". Portugal não está, ainda, na lista dos países oficialmente "eleitos" para receber o telefone da Google, mas algumas lojas começaram a vender um número reduzido de terminais, disponíveis a preços mais elevados do que no circuito oficial. Em Abril, o telefone já estava à venda em lojas "on-line", através da Expansys, mas também em algumas lojas de electrónica de consumo, como a FNAC, Worten e Mediamarket. Uma situação comum a vários países da Europa que ainda não estavam no circuito oficial. Em alguns casos, os preços situavam-se entre 600 e 800 euros, perto do dobro do valor fixado pela Google, um prémio elevado pelo pioneirismo, ainda para mais porque a empresa alertava que não estavam cobertos na garantia técnica.