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Reduza a factura do seu carro

A subida do preço do petróleo nos mercados internacionais reflecte-se acentuadamente no bolso dos condutores portugueses. Como se não bastasse a escalada da matéria-prima, os impostos cobrados sobre os produtos petrolíferos geram um efeito multiplicativo...

14 de Maio de 2010 às 09:28
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A maior economia dos novos automóveis em circulação está a baixar o saldo importador de Portugal. Abrande a sua dependência energética com um carro menos guloso e poupe milhares de euros.

A subida do preço do petróleo nos mercados internacionais reflecte-se acentuadamente no bolso dos condutores portugueses. Como se não bastasse a escalada da matéria-prima, os impostos cobrados sobre os produtos petrolíferos geram um efeito multiplicativo na factura energética das famílias que contam com o seu carro como meio de transporte. Por isso, na hora de comprar automóvel novo, os portugueses têm privilegiado os mais económicos.

Na primeira posição dos veículos ligeiros mais vendidos no primeiro trimestre deste ano está a carrinha Renault Mégane 1.5 dCi de 110 cavalos, mostram os dados da Associação do Comércio Automóvel de Portugal. Esta viatura consome 4,4 litros de gasóleo num percurso misto de 100 quilómetros, o que fica bastante aquém da média de quase seis litros de consumo de gasóleo dos automóveis ligeiros novos à venda em Portugal.

Graças à ajuda da economia dos novos carros em circulação, o saldo importador da energia de Portugal está a reduzir-se. Em 2009, esse saldo ficou abaixo de 5.000 milhões de euros, uma redução de 40% face a 2008, indica a Direcção-Geral de Energia e Geologia, uma unidade do Ministério da Economia, Inovação e Desenvolvimento. No ano passado, a importação de petróleo bruto e refinados reduziu-se quase 10%.

Os avanços tecnológicos dos construtores automóveis estão a permitir reduções drásticas nos consumos. Apesar disso, a par dos veículos mais económicos, há ainda muitos carros que continuam a gastar muitos litros de combustível para percorrerem uma centena de quilómetros. Embora tendam a ser mais baratos, a factura acaba por ser mais elevada.

Se, em vez de adquirir um carro que consome seis litros de gasóleo, comprar um que gaste menos um terço, ao fim de 300 mil quilómetros poupou sete mil euros, tendo em conta o preço actual do diesel. Consegue uma economia semelhante se preferir um carro que gaste menos 25% de gasolina do que a média dos automóveis novos, que é de oito litros por 100 quilómetros. Essa poupança de sete mil euros é bom ponto de partida para a compra do seu carro seguinte.

O Negócios analisou os consumos das várias versões de 291 modelos de carros novos à venda em Portugal - dos 3,3 litros de gasóleo do Smart Fortwo cdi aos 21,7 litros de gasolina do Lamborghini Murciélago - e diz-lhe quais são as mais económicas em cada segmento. Veja as opções e escolha.






Conheça as escolhas mais económicas para oito segmentos

Fomos à procura dos carros mais poupados em oito segmentos diferentes e fizemos as contas. Conheça as conclusões e a opção que melhor lhe poderá servir.


Económico
Quanto mais pequeno mais leve na carteira

Gasolina: Smart fortwo coupé mhd 71cv, Toyota iQ 1.0 (4,3l/100km)
Gasóleo: Smart fortwo cdi (3,3l/100km)

Ainda não surgiu o automóvel que vai bater o baixo consumo do Smart a gasóleo: a versão cdi necessita de 3,3 litros de diesel para percorrer uma centena de quilómetros, o que quer dizer que um depósito chega para percorrer 1000 quilómetros por menos de 39 euros. Porém, são os veículos a gasolina que reinam no chamado segmento económico. Nesse campo, ao Smart coupé mhd de 71 cavalos junta-se o Toyota iQ 1.0: ambos apresentam um consumo misto de 4,3 litros por 100 quilómetros. Embora o iQ tenha mais 2 reduzidos lugares traseiros do que o Smart, é preciso adicionar 3.000 euros ao preço-base de quase 10 mil euros do Smart para o comprar.



Inferior
Abaixo dos quatro litros

Gasolina: Mitsubishi Colt 1.1 ClearTec (4,9l/100km)
Gasóleo: Opel Corsa 1.3 CDTI, Seat Ibiza 1.4 TDI Ecomotive (3,7l/100km)

Os construtores automóveis continuam a lançar novas tecnologias para reduzir o consumo de combustíveis e as emissões de gases poluidores. O sistema ClearTec permitiu à Mitsubishi colocar o Colt na primeira posição dos pequenos citadinos que menos gasolina gastam. O Colt 1.1 ClearTec é o único a apresentar um consumo combinado inferior a cinco litros por 100 quilómetros de percurso. Nos veículos diesel, a redução do consumo tem sido mais surpreendente. As soluções Ecomotive da Seat e ecoFlex da Opel levaram o Ibiza 1.4 TDI e o Corsa 1.3 CDTI aos 3,7 litros. Apenas mais dois automóveis desta gama conseguem manter o consumo misto abaixo dos quatro litros de gasóleo por cada cem quilómetros: o Peugeot 207 1.6 HDi 99g, que consome 3,8 litros, e o Mini Cooper D, que bebe 3,9 litros num circuito de uma centena de quilómetros.



Médio inferior
Geração da tecnologia híbrida

Gasolina: Toyota Prius (3,7l/100km)
Gasóleo: Seat Leon 1.6 TDI Ecomotive, Volkswagen Golf 1.6 TDI BlueMotion, Volvo C30 1.6D DRIVe (3,8l/100km)

São três carros com tecnologia híbrida que menos gasolina gastam: o Toyota Prius, com a impressionante marca de 3,7 litros por 100 quilómetros, segue à frente, seguido dos Hondas Insight e Civic Hybrid (4,4 e 4,6 litros, respectivamente). No campo do diesel, a mesma tecnologia permite colocar dois automóveis na liderança com um consumo misto de 3,8 litros. No Seat Leon 1.6 TDI essa tecnologia chama-se Ecomotive e no Volkswagen Golf 1.6 TDI é BlueMotion. A Volvo consegue igualar a proeza da engenharia germânica com a ciência sueca. No entanto, o Volvo C30 1.6D DRIVe custa mais cerca de 1500 euros do que o Golf e mais aproximadamente 2600 euros do que o Leon.



Médio superior
Familiares de baixo consumo

Gasolina:
BMW 316i e 318i (6,3l/100km)
Gasóleo: Volvo S40/V50 1.6D DRIVe (3,9l/100km)

O programa EfficientDynamics está a levar a BMW mais longe com menos gasolina. Graças a soluções como o "start-stop" automático e a regeneração de energia da travagem, os modelos 316i e 318i, com 1597 e 1995 centímetros cúbicos, consomem cerca de 6,3 litros num circuito misto de uma centena de quilómetros. Na área do gasóleo, é a Volvo que consegue o melhor registo: 3,9 litros, bem longe dos 4,5 litros da segunda posição do BMW 316d. Tal como os BMW a gasolina, o Volvo S40 1.6D DRIVe (bem como a carrinha V50 com a mesma motorização) consegue um bom desempenho em resultado de um conjunto de soluções economizadoras, como uma caixa de velocidades ajustada a um baixo consumo e pneus de menor atrito.



Superior
Executivos que pensam na poupança

Gasolina:
Mercedes E 200 CGI BlueEfficiency (6,8l/100km)
Gasóleo: Volvo V70 1.6D DRIVe (4,9l/100km)

É uma tendência de difícil inversão: cada construtor está a desenvolver pacotes de soluções que permitam a economia de combustível e de emissões de dióxido de carbono. A Mercedes-Benz, a marca principal da alemã Daimler, chamou à sua tecnologia "BlueEfficiency". É na gama dos carros executivos que se destaca: o Mercedes E 200 CGI BlueEfficiency percorre 100 quilómetros com a modesta quantidade de 6,8 litros de gasolina. Nos automóveis a diesel, a Volvo volta a dar cartas com o DRIVe. A carrinha Volvo V70 de 1560 centímetros cúbicos de cilindrada não chega a beber cinco litros para viajar 100 quilómetros.



Luxo
Engenharia alemã na vanguarda

Gasolina:
BMW 630i Coupé, Mercedes S 400 Hybrid (7,9l/100km)
Gasóleo: BMW 730d (6,8l/100km)

Quando os preços dos automóveis roçam ou ultrapassam os 100 mil euros, é preciso alguma engenharia alemã para manter os consumos no mínimo. Na classe em que o consumo combinado médio é de 13 litros de gasolina por centena de quilómetros, o BMW 630i Coupé e o Mercedes S 400 Hybrid conseguem marcar 7,9 litros ao terminarem os 100 quilómetros em percurso misto. O Mercedes é o primeiro automóvel de produção em série a incluir um motor eléctrico propulsionado por uma bateria de iões de lítio. Se o seu desejo é um automóvel de luxo impelido a diesel mas que gaste pouco, então a escolha deve recair sobre o BMW 730d ou o 730Ld. São os únicos que consomem menos de sete litros.



SUV
Todo-o-terreno híbrido

Gasolina:
Lexus RX 450h Business (6,0l/100km)
Gasóleo: Peugeot 3008 1.6HDi (4,9l/100km)

A Lexus pegou no conceito de um desportivo todo-o-terreno e cruzou com a ideia de um veículo híbrido. O resultado foi o Lexus RX 450h que apresenta um consumo combinado de 6,3 litros por 100 quilómetros. Com o objectivo de reduzir ainda mais consumo, a Lexus desenvolveu o modelo Business: em vez de tracção integral passou a concentrar a força nas rodas dianteiras. Assim, o consumo combinado baixou para seis litros. Não é por acaso que o Peugeot 3008 é o SUV que mais vende em Portugal: o motor 1.6 HDi permite-lhe consumir apenas 4,9 litros na versão de 110 cavalos.



Monovolumes
Para todas as ocasiões


Gasolina:
Renault Modus/Grand Modus 1.2 (5,9l/100km)
Gasóleo: Peugeot 1007 1.4 HDi (4,4l/100km)

Embora tenham os mesmos motores que os automóveis familiares dos mesmos construtores automóveis, os monovolumes tendem a consumir mais devido ao peso superior. Em média, os alimentados a gasolina devoram sete litros por 100 quilómetros e os diesel seis litros. Contudo, os Renaults Modus e Grand Modus 1.2, fabricados em Valladolid, Espanha, gastam exactamente o mesmo que a última geração do Clio, apesar de terem mais 10 centímetros de altura. Por seu lado, o Peugeot 1007, baseado na plataforma do 206 e do Citroën C3, move-se com um consumo combinado de 4,4 litros de gasóleo na versão 1.4HDi. O 1007 é reconhecido pelas suas portas deslizantes, muito práticas em ruas urbanas estreias.




Quer poupar dinheiro?

Reserve um carro eléctrico

Embora ainda não se conheçam os preços dos primeiros automóveis eléctricos, tudo indica que serão bons investimentos de longo prazo. Os consumos já conhecidos mostram que os carros 100% eléctricos pesarão cerca de um quinto da factura mensal de transporte das famílias portuguesas com veículos a gasolina e a gasóleo.

Neste momento já é possível fazer pré-reserva de automóveis eléctricos da Nissan e da Renault. O Nissan Leaf deverá ser o primeiro a chegar, já em Dezembro. Estima-se que custará menos de 30 mil euros, mas os primeiros cinco mil compradores de veículos totalmente eléctricos receberão um incentivo estatal de cinco mil euros.

O Leaf, que é ligeiramente maior do que um Volkswagen Golf, tem uma autonomia de 160 quilómetros. A sua bateria demora cerca de oito horas a carregar. As pré- -reservas estão abertas no sítio nissan.pt.

A Renault também já permite a pré-reserva do Kangoo Z.E., um utilitário compacto, e do Fluence Z.E., uma berlina familiar, em renault-ze.com. O gasto é muito diferente entre o Fluence Z.E. e o Fluence 1.5 dCi: se carregar a bateria nas horas de vazio da tarifa regulada bi-horária, o Z.E. percorre 100 quilómetros por cerca de 1,02 euros, enquanto o automóvel a diesel gasta actualmente 5,26 euros num percurso misto. Para saber se esta poupança de 80% compensa, só falta saber a que preços será vendida a gama Z.E. da Renault.




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