Notícia
Poupe no cabaz alimentar
O Investidor Privado foi às compras. Entrou em quatro grandes superfícies e foi ver os preços de dez produtos alimentares que formam um cabaz bastante familiar. O objectivo foi o de verificar como se pode poupar. O Minipreço mostrou-se o mais barato. O Pão de Açúcar, o mais caro. Vamos a contas?
Desfaçam-se as dúvidas. O Pingo Doce não é a grande superfície com preços mais baratos. Ou melhor, não o é em todos os segmentos. O Investidor Privado foi às compras a quatro grandes supermercados de Lisboa – Continente ("on-line"), Pingo Doce (Graça e 5 de Outubro), Minipreço (Graça e Marquês de Tomar) e Pão de Açúcar (Amoreiras,) – e surpreendeu-se com a grande disparidade que existe em determinados produtos.
Feito um cabaz de 10 produtos, estava na hora de agarrar em papel e caneta e fazer comparações. Os empregados e demais clientes observavam com estranheza. Talvez pensassem que a crise também faz destas coisas, que um cêntimo aqui, dois cêntimos acolá, podem fazer uma grande diferença.
Açúcar, leite, arroz, esparguete, iogurte, café, manteiga, ovos, bolachas Maria e conserva de atum foram os escolhidos para o nosso cabaz alimentar, preparado da forma mais homogeneizada possível. Sim, porque entre os iogurtes, há os cremosos, com pedaços, com aroma, de agricultura biológica, magros (e neste segmento também os há com pedaços), enriquecidos com ómega 3, com polpa de fruta, líquidos, infantis, naturais e com todo o tipo de frutas que se possa imaginar.
No leite, além das versões magro, meio gordo e gordo, também os há de especiais crescimento, com cálcio ou especiais digestão. Nos cafés, há para máquina, para saco, em grão e com moagens grossas e finas, com regiões seleccionadas e um sem número de pequenas "nuances" que podem fazer toda a diferença no preço.No arroz, o agulha e o carolino são os grandes representantes em Portugal, mas a quantidade de variações é tão vasta quanto um campo orizícola – basmati, integral, aromático e vaporizado são um pequeno exemplo. No atum, "apenas" ‘au natural’, em azeite ou óleo, isto se não quisermos entrar em especificidades como o facto de ser em posta ou em filetes, assado ou com piripiri. Nos ovos, há as classes M, L e XL (que têm a ver com o tamanho) para a gama tradicional, mas também os há com ómega 3, biológicos, de galinhas criadas ao ar livre... é só escolher. O "passeio" prometia.
Feitas as contas para este cabaz de sobrevivência à crise, a principal conclusão é que é possível adquirir os 10 produtos por menos de 10 euros. Somámos o preço mais barato de cada produto em cada supermercado – quando não havia de marca própria, que se revelou sempre a mais económica, valeu a marca com a oferta ao mais baixo preço. E eis a pergunta: onde comprar, então, mais barato?
Minipreço no pódio
Em termos agregados, o Minipreço revelou-se o mais económico, com o cabaz a ascender a 7,66 euros. Logo a seguir, o Continente com 8,07 euros, o Pingo Doce com 8,30 euros e o Pão de Açúcar com 8,70 euros. Este último, que faz parte do grupo Auchan, como os hipermercados Jumbo, provou ser, de facto, o mais caro dos quatro analisados.
As "nuances" abundam neste cabaz, uma vez que alguns supermercados só dispõem de uma (ou nenhuma) alternativa à marca própria relativamente a alguns produtos e também porque nem sempre o volume é equiparável. Um exemplo: consultámos o preço dos pacotes de 200 gramas bolacha Maria, mas as embalagens da Triunfo são de 180 gramas. O mesmo acontece com a oferta Maria da Auchan, pelo que optámos no que diz respeito ao Pão de Açúcar por comparar com o pacote de 200 gramas mais barato que aquele supermercado disponibilizava. O Continente tem a Maria mais imbatível, com quatro pacotes da sua marca Tal a custarem um total de 0,69 euros. Mas como as contas foram feitas à unidade, que não havia disponível desta marca, a opção foi comparar com a marca Continente.
No atum, o Investidor Privado deparou-se com o mesmo problema. No Pão de Açúcar, a lata da marca económica Polegar custa 0,55 euros, mas tem apenas 110 gramas, pelo que comparámos com a marca própria Auchan (0,70 euros) – já que tem 120 gramas, à semelhança das suas congéneres à venda nas restantes grandes superfícies. Este foi um dos produtos que apresentou maior disparidade de preços entre a marca própria e a marca mais cara.
Ainda neste campo, os ovos revelaram-se uma tarefa complicada. Sem ovos não se fazem omoletas e o Negócios ia ficando a meio do cozinhado. O Pingo Doce só tinha disponíveis embalagens de 6 unidades, que custam 0,68 euros. Como a unidade de base era a dúzia, precisámos de "comprar" duas embalagens de meia dúzia para termos um valor de comparação.
Dentro dos iogurtes, e dada a diversidade tão grande, escolhemos como referência os pedaços de morango, pois é o sabor mais consumido pelos portugueses. E excluímos os magros, que apresentam um preço ligeiramente superior.
Uma descoberta curiosa nesta ida às compras: o Pingo Doce é a única grande superfície que apresenta uma marca própria para o açúcar branco granulado. Por outro lado, a marca Sidul faz-se presente em todos os supermercados.
Feitas as contas aos números, agora a escolha é sua. Os sabores não são iguais, o formato do recinto de compras também influi – há-os mais intimistas, mais frios, mais ou menos organizados... – e os gostos não se discutem. Mas os preços sim.
As análises de preços nunca são fáceis de fazer, nem mesmo depois de percorrer durante uma semana os vários estabelecimentos mencionados. O ideal seria que os preços fossem todos iguais, num determinado momento, em toda a rede de lojas de uma determinada insígnia. Mas não acontece assim. Os preços são determinados pela concorrência e esta dita que o preçário seja permanentemente revisto e alterado. É por isso que duas unidades da mesma rede podem ter preços diferentes quer se localizem em Alfragide ou Amoreiras. Uma margem tarifária permitida inter-grupos pela (maior ou menor) autonomia concedida aos gerentes de loja.
Feito um cabaz de 10 produtos, estava na hora de agarrar em papel e caneta e fazer comparações. Os empregados e demais clientes observavam com estranheza. Talvez pensassem que a crise também faz destas coisas, que um cêntimo aqui, dois cêntimos acolá, podem fazer uma grande diferença.
No leite, além das versões magro, meio gordo e gordo, também os há de especiais crescimento, com cálcio ou especiais digestão. Nos cafés, há para máquina, para saco, em grão e com moagens grossas e finas, com regiões seleccionadas e um sem número de pequenas "nuances" que podem fazer toda a diferença no preço.No arroz, o agulha e o carolino são os grandes representantes em Portugal, mas a quantidade de variações é tão vasta quanto um campo orizícola – basmati, integral, aromático e vaporizado são um pequeno exemplo. No atum, "apenas" ‘au natural’, em azeite ou óleo, isto se não quisermos entrar em especificidades como o facto de ser em posta ou em filetes, assado ou com piripiri. Nos ovos, há as classes M, L e XL (que têm a ver com o tamanho) para a gama tradicional, mas também os há com ómega 3, biológicos, de galinhas criadas ao ar livre... é só escolher. O "passeio" prometia.
Feitas as contas para este cabaz de sobrevivência à crise, a principal conclusão é que é possível adquirir os 10 produtos por menos de 10 euros. Somámos o preço mais barato de cada produto em cada supermercado – quando não havia de marca própria, que se revelou sempre a mais económica, valeu a marca com a oferta ao mais baixo preço. E eis a pergunta: onde comprar, então, mais barato?
Minipreço no pódio
Em termos agregados, o Minipreço revelou-se o mais económico, com o cabaz a ascender a 7,66 euros. Logo a seguir, o Continente com 8,07 euros, o Pingo Doce com 8,30 euros e o Pão de Açúcar com 8,70 euros. Este último, que faz parte do grupo Auchan, como os hipermercados Jumbo, provou ser, de facto, o mais caro dos quatro analisados.
As "nuances" abundam neste cabaz, uma vez que alguns supermercados só dispõem de uma (ou nenhuma) alternativa à marca própria relativamente a alguns produtos e também porque nem sempre o volume é equiparável. Um exemplo: consultámos o preço dos pacotes de 200 gramas bolacha Maria, mas as embalagens da Triunfo são de 180 gramas. O mesmo acontece com a oferta Maria da Auchan, pelo que optámos no que diz respeito ao Pão de Açúcar por comparar com o pacote de 200 gramas mais barato que aquele supermercado disponibilizava. O Continente tem a Maria mais imbatível, com quatro pacotes da sua marca Tal a custarem um total de 0,69 euros. Mas como as contas foram feitas à unidade, que não havia disponível desta marca, a opção foi comparar com a marca Continente.
No atum, o Investidor Privado deparou-se com o mesmo problema. No Pão de Açúcar, a lata da marca económica Polegar custa 0,55 euros, mas tem apenas 110 gramas, pelo que comparámos com a marca própria Auchan (0,70 euros) – já que tem 120 gramas, à semelhança das suas congéneres à venda nas restantes grandes superfícies. Este foi um dos produtos que apresentou maior disparidade de preços entre a marca própria e a marca mais cara.
Ainda neste campo, os ovos revelaram-se uma tarefa complicada. Sem ovos não se fazem omoletas e o Negócios ia ficando a meio do cozinhado. O Pingo Doce só tinha disponíveis embalagens de 6 unidades, que custam 0,68 euros. Como a unidade de base era a dúzia, precisámos de "comprar" duas embalagens de meia dúzia para termos um valor de comparação.
Dentro dos iogurtes, e dada a diversidade tão grande, escolhemos como referência os pedaços de morango, pois é o sabor mais consumido pelos portugueses. E excluímos os magros, que apresentam um preço ligeiramente superior.
Uma descoberta curiosa nesta ida às compras: o Pingo Doce é a única grande superfície que apresenta uma marca própria para o açúcar branco granulado. Por outro lado, a marca Sidul faz-se presente em todos os supermercados.
Feitas as contas aos números, agora a escolha é sua. Os sabores não são iguais, o formato do recinto de compras também influi – há-os mais intimistas, mais frios, mais ou menos organizados... – e os gostos não se discutem. Mas os preços sim.
EM TODAS AS GRANDES SUPERFÍCIES VISITADAS,
É POSSÍVEL COMPRAR ESTE CABAZ POR MENOS DE 10 EUROS
Os hipermercados combatem os produtos concorrentes com marcas próprias, antes chamadas de marcas brancas. A marca própria principal pretende ter a melhor oferta sobre a concorrência em termos de qualidade/preço. Mas as sub-marcas que as grandes superfícies criam, que são denominadas de marcas económicas, conseguem ser efectivamente as imbatíveis. Basta verificar o resultado da nossa investigação para se dar conta disso. Resta saber se, em termos de degustação, os produtos “brancos” são tão saborosos quanto os restantes. Aqui, é a questão do gosto que entra em campo. É POSSÍVEL COMPRAR ESTE CABAZ POR MENOS DE 10 EUROS
As análises de preços nunca são fáceis de fazer, nem mesmo depois de percorrer durante uma semana os vários estabelecimentos mencionados. O ideal seria que os preços fossem todos iguais, num determinado momento, em toda a rede de lojas de uma determinada insígnia. Mas não acontece assim. Os preços são determinados pela concorrência e esta dita que o preçário seja permanentemente revisto e alterado. É por isso que duas unidades da mesma rede podem ter preços diferentes quer se localizem em Alfragide ou Amoreiras. Uma margem tarifária permitida inter-grupos pela (maior ou menor) autonomia concedida aos gerentes de loja.