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Pouco recomendados para o seu bolso

A inflação nacional é superior ao retorno dos fundos de tesouraria que, em média, é negativo. Os cortes de juros são uma ameaça nos próximos meses

Pouco recomendados para o seu bolso
11 de Fevereiro de 2009 às 11:25
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A inflação nacional é superior ao retorno dos fundos de tesouraria que, em média, é negativo. Os cortes de juros são uma ameaça nos próximos meses

É nos momentos de crise, como o actual, que a apetência por segurança dispara. Tudo o que a maioria dos cidadãos não quer ouvir falar é de pôr o seu dinheiro em risco.

Investir defensivamente torna-se a palavra de ordem e assumem-se objectivos pouco ambiciosos. Mas isso não quer dizer que as soluções mais conservadoras para o seu dinheiro o obriguem a perder poder de compra. É, justamente, o que está a acontecer à maioria dos portugueses que, atraídos pelo risco muito baixo, colocaram as suas poupanças em fundos de tesouraria. Perante a forte perspectiva de novas descidas das taxas de juro, é expectável que esta situação venha a agravar-se.



No último ano, apenas um fundo de tesouraria teve um resultado em linha com a taxa de inflação de 2008, que se situou em 2,6%. Foi o caso do Espírito Santo Monetário, que rende 2,65% nos últimos 12 meses, segundo os últimos dados da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património (APFIPP).

Ainda mais revelador dos fracos resultados é o facto de a maioria destes produtos apresentar perdas de capital. Metade dos 18 fundos de tesouraria dos bancos portugueses registam desempenhos negativos no último ano, sendo que a média da classe revela perdas superiores a 1%. E isto num período em que ainda ser verificaram subidas de juros na Europa. Uma situação que impulsiona sempre a rendibilidade do património deste tipo de produtos, constituído maioritariamente por obrigações, depósitos bancários e papel comercial.

Se o desempenho passado pouco faz pela popularidade deste tipo de aplicações, o mesmo acontece em relação às perspectivas futuras. É que os juros na Europa estão em queda livre, reduzindo o retorno potencial dos investimentos em tesouraria. Para evitar o colapso da economia europeia, o Banco Central da Zona Euro deverá baixar a sua taxa de referência, uma vez mais, no próximo mês. A maioria dos economistas aguarda por um corte de 50 pontos base, que colocaria os juros no mínimo histórico de 1,5%.

Esta política monetária europeia de estímulo à economia e, ao mesmo tempo, cada vez menos preocupada com a subida dos preços, reduz em muito as perspectivas de rentabilidade futura dos fundos de tesouraria. Mesmo perante a expectativa de inflação mais baixa em 2009 (1% segundo a estimativa da Comissão Europeia), fruto do forte abrandamento da economia portuguesa.
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