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Pergunta para um mihão de euros: Quando é que o crédito a empresas vai recuperar?

Os bancos emprestaram 16.478 milhões de euros a empresas, entre Janeiro e Julho. Trata-se do pior arranque de ano de sempre. Ao mesmo tempo, há 14 meses consecutivos que o "stock" de crédito está em queda.

Russell Boyce/Reuters
03 de Outubro de 2017 às 10:08
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Rui Serra
Economista chefe da Caixa Económica Montepio Geral

Segundo o BCE, atingiu os 75.609 milhões de euros, em Agosto, o valor mais baixo desde que estes dados começaram a ser divulgados em 2003. Quando é que o crédito às empresas vai começar a recuperar?

"Tem sido visível uma desalavancagem das empresas quer em termos absolutos (ou seja, em euros), quer em termos relativos já que, em percentagem do PIB, estamos em mínimos desde 1999, o ano da criação do euro", começa por explicar Rui Serra. Como adianta o economista chefe da Caixa Económica Montepio Geral, "se compararmos com a Zona Euro, o endividamento das empresas portuguesas em percentagem do PIB ainda é superior à média, pelo que o processo de desalavancagem absoluto poderia continuar".

Ainda assim, o economista acredita que este "processo de convergência poderá continuar a fazer-se do ponto de vista relativo, basta para tal que o crédito cresça a um ritmo inferior ao do PIB nominal". É esse o cenário actual: estamos "num processo de inversão do 'stock' de crédito a empresas, quer resultante das melhorias ao nível da oferta de crédito (pese embora se assista a uma maior selectividade, para evitar erros do passado), quer da procura".

Do lado da procura, há factores que vão contribuir para o seu aumento como a recuperação da actividade económica, a redução da taxa de desemprego e a eliminação do excesso de capacidade instalada nas empresas. Quanto à oferta, "a redução do incumprimento bancário (acompanhando a recuperação da economia) também aumenta, em tese, a propensão dos bancos a conceder crédito às empresas, sendo que a subida do 'rating' da República e a redução do 'spread' da dívida portuguesa face à alemã também concorrem para uma melhoria das condições de financiamento dos bancos", conclui Rui Serra.

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