Notícia
Ouro - O refúgio dourado dos investidores
É o factor medo. Por medo - da crise da dívida na Zona Euro, impasse no crescimento, queda das acções e obrigações, pressões inflacionistas nos EUA - o ouro está a ser cada vez mais procurado. Valoriza 10% este ano e os analistas dizem que vai continuar a subir...
É o factor medo. Por medo - da crise da dívida na Zona Euro, impasse no crescimento, queda das acções e obrigações, pressões inflacionistas nos EUA - o ouro está a ser cada vez mais procurado. Valoriza 10% este ano e os analistas dizem que vai continuar a subir
A aposta em acções de empresas de mineração ligadas à produção e exploração de ouro são uma alternativa de investimento
Seabridge Gold dispara 45% em 2010
44,8% Valorização em 2010
A actividade da Seabridge Gold consiste em adquirir projectos de ouro na América do Norte, que depois expande e verifica estes recursos, movendo-os para reservas para determinar o seu valor económico. Em seguida ou o vende ou forma parcerias com outras empresas maiores para a sua construção e produção. Em 2010, os títulos disparam quase 45%.
Newmont é uma das preferidas dos gestores
16,1% Valorização em 2010
É uma das maiores empresa de produção de ouro do mundo e está também na lista de preferências dos gestores que apostam em acções para beneficiar com a evolução do ouro. Em 2010, a americana Newmont valoriza mais de 16%. Fundada em 1921, a mineira tem operações nos EUA, Austrália, Peru, Indonésia, Gana, Canadá, Nova Zelândia e México.
Canadiana GoldCorp detém mina de Red Lake
10,2% Valorização em 2010
Com operações em seis países, a GoldCorp detém a mina canadiana Red Lake, uma das maiores minas de ouro do mundo. Já no início deste ano, a empresa de mineração acordou a aquisição de 70% da mina chilena El Morro. De acordo com a informação divulgada aquando do negócio, a mina contém 6,7 milhões de onças de ouro.
Barrick Gold lidera produção global de ouro
7,77% Valorização em 2010
A canadiana Barrick Gold é actualmente a maior exploradora de ouro, com 26 minas activas em todo o mundo. A empresa tem projectos em desenvolvimento nos EUA, Canadá, América do Sul, Austrália e África e é uma das companhias beneficiadas pela valorização do metal precioso. Desde o início do ano sobe perto de 8%.
AngloGold Ashanti produz 10% do ouro global
5,65% Valorização em 2010
A AngloGold Ashanti é uma empresa mineira de ouro sul-africana, com operações espalhadas por 11 países, em quatro continentes. A empresa produz entre seis a sete milhões de onças de ouro por ano, o que corresponde a 10% da produção mundial do metal precioso. A cotada foi fundada em 2004, com a fusão da AngloGold e da Ashanti Goldfields.
Os preços do ouro continuam imparáveis. A subirem pelo décimo ano consecutivo, atingiram recentemente sucessivos máximos históricos que o catapultaram para um recorde de 1.249,40 dólares por onça. Mas a escalada não vai ficar por aqui, a atender às previsões das maiores casas de investimento.
Este ano, o preço médio do metal amarelo será de 1.160 dólares por onça, segundo as projecções de 21 analistas, compiladas pela Bloomberg. A estimativa mais baixa é a do Westpac Banking, que aponta para uma média de 1.016 dólares. Já Ronald-Peter Stöferle, analista do Erste Bank AG/Áustria, é quem tem as perspectivas mais positivas. Para este estratega, as cotações do ouro ascenderão a 1.552 dólares em 2010.
Stöferle é, aliás, o analista mais optimista para o longo prazo. Em declarações ao Negócios, diz que o ouro estará nos 2.300 dólares em 2012 e nos 2.500 dólares um ano depois. "Recomendamos ouro físico nas carteiras. Mas é de lembrar que as acções das empresas mineiras de ouro e prata continuam subavaliadas", diz o analista do Erste Bank.
Menos efusivo, mas igualmente optimista está Eugene Weinberg, responsável pelo departamento de análise de matérias-primas do Commerzbank. Para este especialista, o ouro deverá estar nos 1.100 dólares por onça no Verão, subindo até aos 1.300 dólares no final do ano. "O actual preço altista deve-se ao medo e à crise da dívida pública na Europa. O ouro funciona como um valor-refúgio contra estes receios", afirmou.
Eugene Weinberg salienta que, neste momento, a aposta tem estado prioritariamente voltada para o ouro físico e para os Exchange Traded Funds (instrumento s que replicam o desempenho dos índices), pois os investidores querem proteger-se numa altura de queda das acções e das obrigações. "Mas espero que não o vendam já amanhã, que tenham boas perspectivas para o longo prazo", refere.
A confirmar o forte volume da aposta no curto prazo está o facto de o preço do ouro "spot" (metal para entrega imediata) estar a subir mais rapidamente do que as cotações na negociação de contratos para entrega futura, uma vez que os investidores optam pelo metal físico em detrimento das acções ou de títulos "em papel".
A ideia destes investimentos no curto prazo não é tanto ganhar dinheiro, mas sim encontrar uma protecção para ter em mãos, defende Weinberg. Na sua opinião, quando se fala em ouro, não temos de pensar em termos de preços, pois o que acontece é que este metal funciona como seguro, não como via de enriquecimento. "O ouro não é um bom investimento para se ficar rico. É uma boa apólice de seguro. Investe-se nos vários mercados por dois motivos: por ambição e por medo. O ouro está no escalão do medo", declarou Weinberg ao Negócios.
E é esse medo que está a funcionar como impulsionador do ouro. A crise na Zona Euro e os receios de contágio, o pessimismo macroeconómico, a aversão ao risco e a incerteza nos mercados estão entre os factores que mais contribuem para esta escalada, sublinha o Barclays Capital na sua mais recente análise para as matérias-primas. Além disso, o intensificar de tensões entre as duas Coreias também ajuda à tendência. Quem ganha com tudo isto é o dólar, que está a fortalecer face ao euro, deixando assim recear um crescimento da inflação nos EUA. E isto, por sua vez, aumenta o apetite pelo ouro. Por outro lado, o Conselho Mundial do Ouro prevê um aumento da procura física, o que também está a sustentar o movimento altista.
Anne-Laure Tremblay, analista do BNP Paribas, comentou ao Negócios que as suas previsões são de um preço médio de 1.075 dólares por onça para este ano, "se bem que exista o risco de as nossas previsões serem superadas". Este valor, abaixo da média das estimativas, deve-se ao facto de o banco francês considerar que a situação na Zona Euro, "que desencadeou esta recente escalada dos preços", irá normalizar.
Além da crise da dívida soberana, a procura por parte das joalharias retomou face aos mínimos do primeiro semestre do ano passado, o que ajudou a impulsionar os preços, sublinhou Anne-Laure Tremblay. No entanto, "a forte valorização do dólar limita o âmbito para grandes subidas adicionais dos preços", acrescentou a analista. *com PA
Ganhar com acções
Stöferle é, aliás, o analista mais optimista para o longo prazo. Em declarações ao Negócios, diz que o ouro estará nos 2.300 dólares em 2012 e nos 2.500 dólares um ano depois. "Recomendamos ouro físico nas carteiras. Mas é de lembrar que as acções das empresas mineiras de ouro e prata continuam subavaliadas", diz o analista do Erste Bank.
Menos efusivo, mas igualmente optimista está Eugene Weinberg, responsável pelo departamento de análise de matérias-primas do Commerzbank. Para este especialista, o ouro deverá estar nos 1.100 dólares por onça no Verão, subindo até aos 1.300 dólares no final do ano. "O actual preço altista deve-se ao medo e à crise da dívida pública na Europa. O ouro funciona como um valor-refúgio contra estes receios", afirmou.
Eugene Weinberg salienta que, neste momento, a aposta tem estado prioritariamente voltada para o ouro físico e para os Exchange Traded Funds (instrumento s que replicam o desempenho dos índices), pois os investidores querem proteger-se numa altura de queda das acções e das obrigações. "Mas espero que não o vendam já amanhã, que tenham boas perspectivas para o longo prazo", refere.
A confirmar o forte volume da aposta no curto prazo está o facto de o preço do ouro "spot" (metal para entrega imediata) estar a subir mais rapidamente do que as cotações na negociação de contratos para entrega futura, uma vez que os investidores optam pelo metal físico em detrimento das acções ou de títulos "em papel".
A ideia destes investimentos no curto prazo não é tanto ganhar dinheiro, mas sim encontrar uma protecção para ter em mãos, defende Weinberg. Na sua opinião, quando se fala em ouro, não temos de pensar em termos de preços, pois o que acontece é que este metal funciona como seguro, não como via de enriquecimento. "O ouro não é um bom investimento para se ficar rico. É uma boa apólice de seguro. Investe-se nos vários mercados por dois motivos: por ambição e por medo. O ouro está no escalão do medo", declarou Weinberg ao Negócios.
E é esse medo que está a funcionar como impulsionador do ouro. A crise na Zona Euro e os receios de contágio, o pessimismo macroeconómico, a aversão ao risco e a incerteza nos mercados estão entre os factores que mais contribuem para esta escalada, sublinha o Barclays Capital na sua mais recente análise para as matérias-primas. Além disso, o intensificar de tensões entre as duas Coreias também ajuda à tendência. Quem ganha com tudo isto é o dólar, que está a fortalecer face ao euro, deixando assim recear um crescimento da inflação nos EUA. E isto, por sua vez, aumenta o apetite pelo ouro. Por outro lado, o Conselho Mundial do Ouro prevê um aumento da procura física, o que também está a sustentar o movimento altista.
Anne-Laure Tremblay, analista do BNP Paribas, comentou ao Negócios que as suas previsões são de um preço médio de 1.075 dólares por onça para este ano, "se bem que exista o risco de as nossas previsões serem superadas". Este valor, abaixo da média das estimativas, deve-se ao facto de o banco francês considerar que a situação na Zona Euro, "que desencadeou esta recente escalada dos preços", irá normalizar.
Além da crise da dívida soberana, a procura por parte das joalharias retomou face aos mínimos do primeiro semestre do ano passado, o que ajudou a impulsionar os preços, sublinhou Anne-Laure Tremblay. No entanto, "a forte valorização do dólar limita o âmbito para grandes subidas adicionais dos preços", acrescentou a analista. *com PA
Ganhar com acções
A aposta em acções de empresas de mineração ligadas à produção e exploração de ouro são uma alternativa de investimento
Seabridge Gold dispara 45% em 2010
44,8% Valorização em 2010
A actividade da Seabridge Gold consiste em adquirir projectos de ouro na América do Norte, que depois expande e verifica estes recursos, movendo-os para reservas para determinar o seu valor económico. Em seguida ou o vende ou forma parcerias com outras empresas maiores para a sua construção e produção. Em 2010, os títulos disparam quase 45%.
Newmont é uma das preferidas dos gestores
16,1% Valorização em 2010
É uma das maiores empresa de produção de ouro do mundo e está também na lista de preferências dos gestores que apostam em acções para beneficiar com a evolução do ouro. Em 2010, a americana Newmont valoriza mais de 16%. Fundada em 1921, a mineira tem operações nos EUA, Austrália, Peru, Indonésia, Gana, Canadá, Nova Zelândia e México.
Canadiana GoldCorp detém mina de Red Lake
10,2% Valorização em 2010
Com operações em seis países, a GoldCorp detém a mina canadiana Red Lake, uma das maiores minas de ouro do mundo. Já no início deste ano, a empresa de mineração acordou a aquisição de 70% da mina chilena El Morro. De acordo com a informação divulgada aquando do negócio, a mina contém 6,7 milhões de onças de ouro.
Barrick Gold lidera produção global de ouro
7,77% Valorização em 2010
A canadiana Barrick Gold é actualmente a maior exploradora de ouro, com 26 minas activas em todo o mundo. A empresa tem projectos em desenvolvimento nos EUA, Canadá, América do Sul, Austrália e África e é uma das companhias beneficiadas pela valorização do metal precioso. Desde o início do ano sobe perto de 8%.
AngloGold Ashanti produz 10% do ouro global
5,65% Valorização em 2010
A AngloGold Ashanti é uma empresa mineira de ouro sul-africana, com operações espalhadas por 11 países, em quatro continentes. A empresa produz entre seis a sete milhões de onças de ouro por ano, o que corresponde a 10% da produção mundial do metal precioso. A cotada foi fundada em 2004, com a fusão da AngloGold e da Ashanti Goldfields.