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O computador é quem decide

Os computadores são praticamente indispensáveis nos dias que correm. Usamo-los para trabalhar, para enviar "e-mails", falar com os amigos, fazer compras, entre muitas outras coisas. Mas já pensou pôr o seu dinheiro a ser gerido por um...

02 de Outubro de 2009 às 10:15
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Os computadores são cada vez mais indispensáveis nas nossas vidas e o investimento não é excepção. Mas, já pensou pôr o seu dinheiro a ser gerido por uma máquina? Se tiver uma mente aberta e estiver disposto a assumir uma dose de risco, existem fundos em que quem toma as decisões é o computador.


Os computadores são praticamente indispensáveis nos dias que correm. Usamo-los para trabalhar, para enviar "e-mails", falar com os amigos, fazer compras, entre muitas outras coisas. Mas já pensou pôr o seu dinheiro a ser gerido por um computador? Actualmente, já há fundos de investimento em que é o computador que decide o que comprar e o que vender.

Através dos fundos quantitativos ou quânticos é possível ter acesso a uma gestão exacta e rigorosa dos mercados, onde o homem e as suas emoções não têm um papel activo. Mas será isto positivo? Ou, na verdade, a máquina ainda não tem capacidade suficiente para substituir o homem? Apesar de não haver uma resposta definitiva, estes produtos tendem a obter melhores retornos em períodos positivos para os mercados e a acentuar as quedas em tempos mais agitados nas bolsas. Ainda assim, os retornos dos últimos anos são modestos.

"Ao contrário dos fundos normais, em que a equipa de gestão é responsável pelas tomadas de decisão, os 'fundos quant' baseiam o seu processo decisório em modelos matemáticos", explicou ao Negócios Diogo Serras Lopes. O director de investimentos do Banco Best acrescentou que "o papel do gestor fica muito reduzido nestes fundos, podendo, em muitos casos, ser inexistente". Artur Vieira, da direcção de marketing do ActivoBank7, sublinha que, enquanto nos fundos tradicionais as decisões são tomadas por um "'processo humano' que poderá retirar a objectividade", nos quantitativos não há espaço para subjectividade e o gestor apenas "define os critérios de decisão destes modelos e, sempre que necessário, procede a reajustamentos".

Os fundos quantitativos decidem com base no modelo matemático. Ao longo dos anos, estes modelos têm vindo a aperfeiçoar-se e a tornarem-se cada vez mais complexos. Apesar de serem elaborados pelo homem, depois é apenas o modelo quem toma as decisões de investimento, seguindo os dados financeiros históricos seleccionados. Este é o modelo "quant" puro.

No entanto, há fundos que juntam as duas abordagens, "completando a componente quantitativa com as decisões do gestor, nomeadamente, incorporando na análise os fundamentais macroeconómicos conjunturais, alterações regulamentares e outro tipo de decisões cuja modelação num modelo matemático é difícil ou, mesmo, impossível", detalhou o director de investimentos do Banco Best.

Diego Franzin, gestor de fundos quantitativos da Pioneer, explicou ao Negócios que a escolha das acções é feita pelos modelos matemáticos, no entanto, cabe ao gestor avaliar "o orçamento de risco para cada estratégia". Por outro lado, "quando a estrutura correlacional se altera, o gestor reavalia o modelo". Com uma carteira média com cerca de 150 títulos, o gestor da Pioneer garante que a principal aposta destes fundos é a diversificação do risco.

"Estes fundos baseiam-se em modelos que permitem analisar um extenso conjunto de séries de dados, no sentido de serem identificados os factores e critérios que melhor permitem prever o comportamento futuro dessas mesmas séries", adiantou Artur Vieira.

Além desta mais-valia na pesquisa de um grande número de acções num curto espaço de tempo, não há subjectividade, nem especulação nas decisões, "baseando-se essencialmente nos indicadores fundamentais das empresas e não em factores de natureza especulativa e emocional", acrescenta o responsável do ActivoBank7.

Mas as máquinas também erram e estes fundos pecam por estarem presos a dados passados, não precavendo outras situações. "Estes fundos estão sujeitos a alterações nos padrões dos mercados financeiros, que provocam um desajustamento dos modelos e a consequente ruptura dos mesmos, podendo induzir a perdas significativas", realçou Diogo Serras Lopes.






Conheça seis fundos comercializados em Portugal

Apesar de a gama de oferta não ser muito alargada, os investidores portugueses podem investir em vários fundos quantitativos sobre acções, que podem subscrever junto dos bancos "on-line". ActivoBank7, Banco Best e BiG disponibilizam fundos quantitativos que mantêm exposição a acções europeias, americanas ou globais. Em Portugal, são distribuídos nove produtos de investimento.




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