A primeira ideia de um portátil de baixo custo surgiu do projecto One Laptop per Child (OLPC) promovido por Nicholas Negroponte com o apoio do MIT, que pretendia desenvolver um equipamento cujo custo não ultrapassasse os 100 dólares e pudesse ser distribuído às crianças e jovens de países em desenvolvimento, que de outra forma não teriam acesso a um computador. O conceito acabou por "pegar" e dar balanço a outras iniciativas de âmbito regional ou global, entre as quais se conta o "peso-pesado" Classmate, da Intel, um "design" conceptual que deu forma a projectos específicos, como o português Magalhães.

Rapidamente o conceito acabou por ultrapassar a ideia do "portátil para os países sub-desenvolvidos" e algumas empresas fabricantes de computadores começaram a ampliar o projecto de um portátil de baixo custo aos mercados maduros da Europa e dos Estados Unidos.

Apesar dos "notebooks" já conquistarem uma faixa de utilizadores cada vez maior em substituição dos "desktops" nestes mercados, a ideia de vender um equipamento mais pequeno e leve, mas sem grande sacrifício das características básicas do desempenho, e com um preço significativamente mais baixo, foi acolhida com entusiasmo, acabando por lançar um movimento de contágio que se tornou massivo no último ano.

Menos por menos

Seja qual for o nome ou a sigla utilizada para designar esta nova categoria de equipamentos, as características básicas são as de um equipamento de custo baixo – normalmente abaixo dos 300 ou 400 euros, mais pequeno e leve, com ligações de rede Wi-Fi e suporte para 3G, que integra as principais ferramentas de produtividade e garante conexão à Internet.

Depois de um primeiro arranque da Asus, com os Eee PC, e da Acer, com os Aspire One, outras marcas mais "tradicionais" juntaram-se ao desenvolvimento de "low cost PC", também designados por "netbooks", "Ultra Mobile PC" (UMPC) ou "Ultra Low Cost PC" (ULCPC). É o caso da Toshiba, que começa a vender em Novembro o NB100, por menos de 400 euros, e a Dell, que ainda não tem data para comercializar o Inspiron mini 9 em Portugal, mas que já o está a vender nos Estados Unidos.

As estimativas da Gartner para as vendas de "netbooks" este ano, já foram revistas em alta para oito milhões e a consultora de mercado aponta agora para um total de unidades vendidas de 50 milhões em 2012, um número justificado pela crescente procura dos consumidores que, cada vez mais, "privilegiam as dimensões, peso, facilidade de uso e preço" dos equipamentos. Ainda ninguém consegue antecipar o efeito real que este interesse nos "low cost PC" terá no mercado de portáteis. As fabricantes mostram-se cautelosas, embora não deixem de lado o potencial deste segmento.

Mesmo que sejam comprados como segundo portátil, a usar em viagem ou em deslocações onde existe uma menor exigência de "performance" do portátil, a Gartner acredita que 70 por cento dos utilizadores dos mini-laptops serão consumidores comuns e não crianças e que, ainda em 2010, é possível que as vendas dos computadores de baixo custo ultrapassem as dos portáteis convencionais. Até porque são mais baratos do que um "smartphone" de gama média.

O que escolher, de 229 a 399 euros

Os preços entre 230 e 400 euros podem justificar até uma compra de impulso, garantindo melhor mobilidade do que muitos ultraportáteis – que normalmente estão no topo de gama das famílias de "notebooks". Os sacrifícios em termos de desempenho de processamento são compensados pelo facto de serem mais pequenos e leves.

Magalhães, especialmente para os mais novos

É um computador a sério e não um brinquedo, mas ao contrário de outros "netbooks" ou "low cost PC", o portátil produzido em Portugal pela J.P. Sá Couto tem algumas características que o tornam especialmente "reservado" aos utilizadores mais jovens, pelas características de "design" e do revestimento, assim como a segurança contra quedas e derrame de líquidos.

O objectivo do Governo de entregar 500 mil Magalhães às famílias este ano, poderá levar a que muitos pais e educadores recebam, pela primeira vez, um computador em suas casas, tomando contacto com as aplicações de produtividade e a ligação Internet, se ela existir ou for contratada junto de um ISP. O portátil que até teria capacidade de processamento para abrir o Orçamento do Estado, poderá muito bem ser utilizado como ferramenta de acesso aos serviços fiscais "on-line", para entrega do IRS, de outras obrigações tributárias, consulta de registos e outros serviços que a Administração Pública já disponibiliza pela via da Internet.

Acer Aspire One
€299,00
Em várias opções coloridas, o Aspire One da Acer é um dos mais populares "netbooks", com um ecrã de 8,9 polegadas e opções de 512 MB ou 1 Gbyte de RAM e duas alternativas de armazenamento, entre os 4 e 16 Gbytes, em SSD. Na bateria, há também alternativa entre 3 e 6 células, com autonomia entre 3 e 6 horas.

Ficha técnica
Processador – Intel Atom N227 a 1,6 GHz
Ecrã – 8,9 polegadas
RAM – 512 MBytes
Disco – 8 Gbytes SSD
Conectividade – Wi-Fi, Ethernet
Sistema operativo –Linux (há também
versões com Windows XP)





Acer Aspire One 150
€399,00
Mais artilhado, o Acer Aspire One 150 tem mais capacidade de RAM e armazenamento em disco do que o Aspire One e também por isso o preço é mais elevado, próximo dos 400 euros. Tem igualmente opções coloridas e partilha o processador e ecrã da linha Aspire One.

Ficha técnica
Processador – Intel Atom N227 a 1,6 GHz
Ecrã – 8,9 polegadas
RAM – 1 GBytes
Disco – 160 Gbytes
Conectividade – Wi-Fi, Ethernet
Sistema operativo –Windows XP






Asus Eee PC 701
€229,00
Verdadeiramente "low cost", este portátil está abaixo das outras opções que apresentamos em termos de desempenho e do próprio formato. Com apenas 7 polegadas de ecrã, um processador Intel Dothan a 900 MHz e 512 MBytes de RAM, além de um armazenamento de 4 Gbytes SSD, dificilmente pode ser considerado uma alternativa a quem quer trabalhar a sério. Mas a Asus tem outras opções mais "poderosas".

Ficha técnica
Processador – Intel Dothan a 900 MHz
Ecrã – 7 polegadas
RAM – 512 MBytes
Disco – 4 Gbytes
Conectividade – Wi-Fi, Ethernet
Sistema operativo –Windows XP/Linux


Asus Eee PC 901
€399,00
Já com um ecrã de 8,9 polegadas, processador Intel Atom a 1,6 GHz e 1 GByte de RAM, o Eee PC 901 da Asus eleva o preço mas melhora a "performance" da gama de "netbooks" da companhia. A bateria é também mais duradoura, suportando entre 3 e 4 horas.

Ficha técnica
Processador – Intel Atom N227 a 1,6 GHz
Ecrã – 8,9 polegadas
RAM – 1 GBytes
Disco – 20 Gbytes SSD
Conectividade – Wi-Fi, Ethernet
Sistema operativo –Windows XP/Linux








Dell Inspiron mini 9
Preço por definir
Ainda não está à venda em Portugal, mas é possível que o Dell Inspiron mini 9 não demore muito a chegar às lojas nacionais.
As características são muito semelhantes às dos outros "netbooks" aqui apresentados, usando o mesmo processador Atom, mas perdendo na memória RAM e no armazenamento face ao Toshiba. O preço não está ainda definido para o mercado português.

Ficha técnica
Processador – Intel Atom N227 a 1,6 GHz
Ecrã – 8,9 polegadas
RAM – 512 Mbytes
Disco – 4 a 16 Gbytes SSD
Conectividade – Wi-Fi, Ethernet
Sistema operativo – Windows XP/ Linux




Toshiba NB100
€399,00
É o "netbook" mais caro do mercado mas as características justificam claramente o preço. O NB100 tem todo o aspecto de um computador "à séria", com 1 GigaByte de memória RADM e um ecrãs de 8,9 polegadas TruBrite que mostra um bom desempenho em condições de boa luminosidade. O disco rígido é também superior ao de outros "Low Cost PC", com 160 Gbytes. Em Portugal, só estará à venda o modelo com Windows XP apesar de, noutros mercados, a Toshiba comercializar também modelos com Linux.

Ficha técnica
Processador – Intel Atom N227 a 1,6 GHz
Ecrã – 8,9 polegadas
RAM – 1 Gbyte
Disco – 160 Gbytes
Conectividade – Wi-Fi, Ethernet
Sistema operativo – Windows XP