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"Já não temos o luxo do tempo". UE acelera União da Poupança e Investimento

Trazer o aforro para o mercado de capitais, estimular o investimento em setores críticos, reduzir entraves transfronteiriços na gestão de ativos e centralizar supervisão estão entre os planos de Bruxelas. A competitividade da banca vai ser alvo de avaliação.

LUSA_EPA
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A Comissão Europeia está a avançar com o projeto da União da Poupança e do Investimento, tendo publicado esta quarta-feira uma estratégia com o objetivo de melhorar a forma como o sistema financeiro da União Europeia (UE) canaliza a poupança para investimentos produtivos. Em conferência de imprensa, a comissária portuguesa Maria Luís Albuquerque repetiu que o projeto é urgente.

"Quando será uma realidade depende da nossa capacidade de discutir e aprovar as medidas no terreno. É um projeto para o longo prazo, mas quanto mais depressa começarmos a implementar, mais depressa vamos ver resultados", sublinhou Maria Luís Albuquer, defendendo que a união "permite entrar num ciclo muito virtuoso, em que todos beneficiamos".

A estratégia visa dar aos europeus acesso mais alargado aos mercados de capitais e melhores opções de financiamento para as empresas. A ideia é que a promoção da riqueza dos cidadãos acabe por estimular o crescimento económico e a competitividade da União Europeia, alinhando-se igualmente com as metas de reforço do investimento em defesa.

Questionada sobre se a União da Poupança e do Investimento pode acabar por seguir os passos da União do Mercado de Capitais (que nunca saiu do papel), a comissária rejeitou, apontando para uma mudança de postura dos decisores nacionais. "Estamos a perder na competitividade com os parceiros internacionais", alertou. "Não só é reconhecida a importância, como passou a ser reconhecida a urgência. Este projeto tem agora uma possibilidade muito mais real de avançar rapidamente", disse, acrescentando: "Já não temos o luxo do tempo. Não há tempo a perder".


A união implica a criação de um ecossistema de financiamento para beneficiar os investimentos nos objetivos estratégicos da UE e tem quatro pilares, a começar pelos aforradores, através de incentivos à alocação de poupanças em instrumentos do mercado de capitais de maior rendimento, nomeadamente com vista à reforma. Para estimular os investimentos, em especial em setores críticos, a Comissão Europeia vai também introduzir iniciativas destinadas a melhorar a disponibilidade e o acesso ao capital para todas as empresas, incluindo as pequenas e médias empresas.

Ao nível da integração e escala, a Comissão define como objetivo reduzir ineficiências decorrentes da fragmentação, eliminando quaisquer obstáculos regulamentares ou de supervisão às operações transfronteiras das infraestruturas de mercado, à gestão de ativos e à distribuição de fundos. Por último, quer ainda garantir que todos os participantes nos mercados financeiros recebam um tratamento semelhante no que diz respeito à supervisão, independentemente da sua localização.

A União da Poupança e do Investimento centra-se não só nos mercados financeiros, mas também na banca. Nesse sentido, Maria Luís Albuquerque anunciou que será feita uma avaliação à competitividade global do sistema bancário no mercado único. "Estamos a antecipar algo que estávamos a planear para mais tarde. Estamos a antecipar muitas coisas porque temos de agir com urgência", explicou a portuguesa.

Sobre os próximos passos, a Comissão Europeia indica que as ações propostas na estratégia vão ser desenvolvidas em diálogo com as partes interessadas. Ainda em 2025 serão adotados pacotes de medidas nalguns domínios, com prioridade ao reforço da competitividade da economia da UE. No segundo trimestre de 2027, a Comissão publicará uma avaliação intercalar dos progressos globais registados na realização da União da Poupança e do Investimento.

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