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Europa fecha com maioria dos índices no verde. DAX foi exceção
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta quarta-feira.
Europa fecha com maioria dos índices no verde. DAX foi exceção
A maioria dos principais índices europeus fecharam em tereno positivo pela quarta sessão consecutiva. Durante o dia de hoje, os investidores continuaram a avaliar os progressos de um potencial acordo de cessar-fogo na Ucrânia. Agora, as atenções viram-se para o lado de lá do Atlântico, com a decisão da Reserva Federal (Fed) norte-americana sobre o rumo da política monetária a ser conhecida esta tarde.
O índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – subiu 0,19%, para os 555,37 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o francês CAC-40 subiu 0,70%, o espanhol IBEX 35 valorizou 0,40%, o italiano FTSEMIB ganhou 0,45%, o holandês AEX ganhou 0,96% e o britânico FTSE 100 pulou 0,02%. Já o alemão DAX recuou 0,40%.
Os investidores estão a acompanhar as tentativas de garantir uma trégua na Ucrânia. O Presidente norte-americano, Donald Trump, referiu que os esforços para acabar com a guerra estão "no bom caminho", depois de ter tido uma chamada com o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, que caracterizou como "muito boa".
Ainda assim, há quem considere que a Europa deve ter um papel mais ativo nas negociações de paz. É o caso de Stephan Kemper, estratega-chefe de investimentos do BNP Paribas Wealth Management em Frankfurt. O especialista disse à Bloomberg que era necessário um maior envolvimento europeu para impulsionar os mercados. "As empresas só estarão dispostas a colocar dinheiro na mesa quando houver a perspetiva de uma paz estável e duradoura", disse Kemper. "Só nesse cenário veríamos um aumento das expectativas de crescimento", acrescentou.
Nesta linha, as ações de algumas das principais empresas europeias de defesa acabaram por corrigir, após uma forte subida impulsionada por planos para aumentar as despesas militares em todo o continente, incluindo na Alemanha. Esta terça-feira, a câmara baixa do parlamento alemão - o Bundestag - aprovou o alívio ao "travão da dívida" - que terá ainda de passar pelo crivo da câmara alta esta sexta-feira – abrindo a porta a centenas de milhares de milhões de euros de despesas com a defesa e as infraestruturas. As alemã Rheinmetall perdeu mais de 4%, com a francesa Thales a seguir o mesmo caminho e a desvalorizar mais de 2% esta quarta-feira.
As atenções viram-se agora para a decisão da Fed, que deverá anunciar que irá manter as taxas diretoras nos EUA inalteradas num intervalo entre de 4,25% e 4,5%.
Entre os setores, o retalho e os media tiveram das maiores valorizações, com subidas de 1,50% e 1,08%, respetivamente. Por outro lado, as telecomunicações caíram 0,73% e o setor químico recuou 0,59%.
Quanto aos movimentos de mercado, a Swatch pulou quase 1,50%, depois de o diretor executivo do produtor de relógios suiço ter afirmado que espera que a empresa seja privatizada. Já a produtora de automóveis Saab perdeu mais de 5,30%, após o Danske Bank ter feito um duplo corte na notação da empresa sueca, devido a preocupações com a avaliação da produtora de automóveis.
Juros aliviam em toda a linha na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro registaram alívios em toda a linha esta quarta-feira, num dia de valorização da maioria dos principais índices europeus.
Num dia em que a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) angariou 1.223 milhões de euros em dívida com maturidade a um ano, tendo pago um cupão de 2,227%, os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, aliviaram 0,8 pontos base, para 3,290%. Em Espanha a "yield" da dívida com o mesmo vencimento caiu 1,2 pontos, para 3,422%.
Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa decresceu 1,2 pontos base para 3,474%. Já os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, aliviaram 0,8 pontos, para 2,800 pontos.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, seguiram a mesma tendência e caíram 1,6 pontos base para 4,629%.
Petróleo inverte para ganhos com queda dos stocks de gasolina
Os preços do "ouro negro" seguem em ligeira alta, sustentados pela redução dos inventários de gasolina e de destilados nos EUA. De manhã estavam a perder terreno, à conta do aumento das reservas de crude, mas agora inverteram e registam ganhos, se bem que tímidos.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a somar 0,07% para 66,95 dólares por barril.
Já o Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 0,16% para 70,67 dólares.
As reservas norte-americanas de crude aumentaram em 1,7 milhões de barris na semana passada, para 437 milhões de barris, quando o consenso dos analistas inquiridos pela Reuters apontava para um acréscimo de 512.000 barris.
Já os stocks de gasolina recuaram em 530.000 barris, para 240,6 milhões de barris, contra a previsão de uma queda na ordem dos 2,2 milhões de barris. Por seu lado, os inventários de destilados – que incluem gasóleo e combustível para aquecimento – caíram 2,8 milhões de barris, para 114,8 milhões (as projeções eram de uma redução de 300.000 barris).
Dólar ganha em dia de anúncio da Fed. Lira turca afunda com agitação política
O dólar segue a valorizar, em dia de decisão de política monetária da Reserva Federal (Fed) norte-americana. A nota-verde valoriza 0,54% face à moeda europeia, para 0,9186 euros. O dólar regista ainda ganhos contra o iene (+0,40%), a libra (+0,26%) e o franco suíço (+0,38%).
O dólar recupera, assim, de mínimos de vários meses, numa altura em que os investidores esperam que a Fed mantenha os juros inalterados - a decisão deverá ser conhecida ao final da tarde de hoje. Apesar de já ser dado como certo que não haverá mexidas nesta reunião, o mercado estará atento às projeções económicas e as pistas que Jerome Powell pode dar sobre o rumo da política monetária. A pesar na avaliação da Fed estará, certamente, o impacto das tarifas comerciais anunciadas - e por anunciar - do Presidente Donald Trump.
A valorização do dólar acontece a par de um abalo nas moedas dos mercados emergentes, com a lira turca a afundar cerca de 12% face ao dólar, depois de as autoridades terem detido o principal rival político do Presidente Tayyip Erdogan. Neste momento a lira segue a desvalorizar cerca de 3% contra o dólar.
Ouro arrefece ligeiramente à espera da reunião da Fed
Depois de ter tocado novos máximos históricos nos 3.045,24 dólares por onça durante a madrugada, o ouro arrefeceu ligeiramente e tem negociado estável ao longo desta quarta-feira, com os investidores à espera de novidades da reunião da Fed ao final do dia.
Pelas 13h35 de Lisboa, o preço do ouro spot caía 0,1%, para 3.030,13 dólares por onça.
Num ano que tem sido marcado pela guerra comercial do segundo mandato de Donald Trump, o metal precioso - visto como um investimento seguro em períodos de inflação ou volatilidade económica - já subiu mais de 15% neste ano.
Wall Street afasta receios económicos e negoceia no verde em dia de reunião da Fed
As bolsas norte-americanas arrancaram a sessão desta quarta-feira em alta, depois de terem sido bastante penalizadas por um "sell-off" tecnológico na terça-feira. O foco dos investidores vira-se, agora, para a Reserva Federal (Fed) dos EUA, que vai apresentar as suas projeções económicas para o resto do ano – já com as tarifas de Donald Trump a pesar sobre as expectativas.
O S&P 500 ganha 0,41% para 5.637,63 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite valoriza 0,53% para 17.596,31 pontos e o industrial Dow Jones avança 0,48% para 41.777,81 pontos. Na semana passada, o S&P 500 juntou-se ao Nasdaq e entrou em território de correção, tendo já perdido mais de 10% desde os máximos históricos atingidos em fevereiro. Já o Dow Jones está a cerca de 2% de calcar território de correção.
A Fed deve manter as taxas de juro inalteradas no intervalo entre 4,25% e 4,50% esta quarta-feira. Em foco, para além das previsões económicas, vai estar o "dot plot" – mapa trimestral que mostra como cada representante do banco central estima as mexidas nos juros diretores –, que deve apontar para mais dois cortes de 25 pontos base nos juros diretores até ao final do ano.
A narrativa adotada por Jerome Powell, presidente da Fed, deve ser pautada por cautela, numa altura em que as tarifas de Trump ameaçam o caminho de desaceleração que a inflação norte-americana tem vindo a percorrer. O primeiro corte é esperado em julho pelos mercados, mas tudo pode mudar consoante os avanços e recuos na política comercial protecionista adotada pelo Presidente dos EUA.
"As tarifas tendem a ser inflacionistas por natureza e a ter um impacto negativo no crescimento económico", explica Jordan Rizzuto, diretor de investimentos da GammaRoad Capital Partners, à Reuters. É de relembrar que existe uma série de taxas aduaneiras a serem implementadas em abril, caso Trump não volte atrás na sua palavra.
Entre as principais movimentações de mercado, a General Mills recua 3,03% para 58,65 euros, depois de a produtora de alimentos norte-americana ter reduzido as suas previsões de crescimento para o resto do ano, com este novo contexto económico em mente.
Já as Sete Magníficas recuperam das grandes quedas registadas na sessão anterior, com a Tesla a liderar os ganhos entre o grupo seleto de cotadas. A fabricante automóvel avança 2,94% para 231,93 dólares, mas continua com um saldo anual bastante negativo de mais de 40%.
Euribor a três meses volta a cair para novo mínimo desde janeiro de 2023
A Euribor desceu hoje a três, a seis e a 12 meses em relação a terça-feira e no prazo mais curto para um novo mínimo desde janeiro de 2023.
Com as alterações de hoje, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter descido as taxas diretoras em 25 pontos base em março, a taxa a três meses, que baixou para 2,411%, ficou abaixo da taxa a seis meses (2,421%) e acima da taxa a 12 meses (2,406%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou hoje, ao ser fixada em 2,421%, menos 0,001 pontos.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a janeiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,75% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,52% e 25,57%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor recuou para 2,406%, menos 0,010 pontos.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses baixou hoje, ao ser fixada em 2,411%, menos 0,015 pontos e um novo mínimo desde 19 de janeiro de 2023.
A taxa Euribor a três meses entra no cálculo da taxa base dos Certificados de Aforro, que é determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil de cada mês, para vigorar durante o mês seguinte, e não pode ser superior a 2,50% nem inferior a 0%.
A taxa de juro bruta para novas subscrições de Certificados de Aforro, Série F, foi fixada de novo em 2,500% em março de 2025.
Em termos mensais, a média da Euribor em fevereiro voltou a descer a três e a seis meses.
A Euribor a 12 meses, que tinha subido em janeiro pela primeira vez depois de nove meses a cair, também desceu em fevereiro.
Assim, a média da Euribor a três, seis e a 12 meses em fevereiro desceu 0,177 pontos para 2,525% a três meses, 0,154 pontos para 2,460% a seis meses e 0,118 pontos para 2,407% a 12 meses.
Como antecipado pelos mercados, o BCE decidiu em março reduzir, pela quinta vez consecutiva em seis meses, as taxas de juro diretoras em um quarto de ponto, para 2,5%.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, deu a entender que a instituição está preparada para interromper os cortes das taxas de juro em abril.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 16 e 17 de abril em Frankfurt.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa
Sem fim do conflito na Ucrânia à vista, Europa negoceia sem rumo
As bolsas europeias arrancaram a sessão desta quarta-feira divididas entre ganhos e perdas, depois de a conversa entre Donald Trump e Vladimir Putin ter falhado em entregar uma direção clara para o fim do conflito na Ucrânia. Os investidores vão estar particularmente atentos ao final da reunião do Comité Federal de Mercado Aberto da Reserva Federal (Fed) norte-americana, que vai dar a conhecer as suas projeções económicas para o resto do ano já a contar com o impacto das tarifas.
O "benchmark" para a negociação europeia, Stoxx 600, recua 0,21% para 553,14 pontos, ainda muito próximo dos máximos históricos que atingiu em meados de fevereiro. A grande maiora do setores negoceia em território negativo esta manhã, mas o pior desempenho é registado pelo mineiro, que desvaloriza mais de 1%. Já o setor energético é dos poucos que consegue ganhar esta quarta-feira.
As negociações ente o Presidente norte-americano e o seu homólogo russo deixaram um sabor agridoce na bosa dos investidores. Apesar de Putin ter prometido não atacar alvos energéticos ucranianos pelos próximos 30 dias, não se comprometeu, para já, com uma trégua total, embora tenha deixado a porta aberta a essa possibilidade.
"As empresas só vão começar a aumentar os seus investimentos assim que existirem perspetivas sólidas de uma paz duradoura e estável em cima da mesa", começa por explicar Stephan Kemper, estratega de investimentos do BNP Paribas, à Bloomberg. "Só nesse cenário é que vamos começar a ver uma aumento das expectativas de crescimento [das empresas], conclui.
Entre as principais movimentações de mercado, a Traton afunda 4,49% para 34 euros por ação, depois de a sua casa-mãe, a Volkswagen, ter vendido uma participação de 2,2% da empresa por 360 milhões de euros. Este valor avalia a capitalização bolsista da empresa em 16.262,63 milhões de euros - um valor bastante inferior aos cerca de 17.758 milhões em que a companhia estava avaliada ao fecho de terça-feira.
Entre as principais praças europeias, o alemão DAX recua 0,46%, o espanhol IBEX cai 0,35% e o britânico FTSE100 cede 0,35%. Do lado dos ganhos, o francês CAC-40 valoriza 0,16%, enquanto o holandês AEX salta 0,35% e o italiano FTSEMIB ganha 0,22%.
Juros aliviam na Zona Euro após votação histórica na Alemanha
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a alivar esta manhã, numa altura em que o Parlamento alemão (Bundestag) decidiu aprovar uma alteração constitucional que permite mexer no chamado "travão da dívida", abrindo a porta ao financiamento de um fundo de 500 mil milhões de euros para investir em defesa e infraestruturas.
A antecipação deste desfecho já tinha sido incorporado pelo mercado e levado a grandes movimentações nas obrigações europeias. Esta manhã, os juros das "Bunds" alemãs com maturidade a dez anos, que servem de referência para a região, recuam 2,9 pontos base para 2,780% - o valor mais baixo desde 5 de março.
Por sua vez, as obrigações francesas com a mesma maturidade aliviam 2,6 pontos para 3,460%.
Nos países do sul da Europa, as "yields" portuguesas cedem 1,9 pontos para 3,279%, enquanto os juros da dívida espanhola caem 2,1 pontos para 3,413%. Já as obrigações italianas recuam 1,7 pontos para 3,899%.
Fora da Zona Euro, a tendência mantém-se com as "yields" britânicas a cederem 1,3 pontos para 4,632%, em antecipação à reunião do Banco de Inglaterra, que se realiza na quinta-feira.
Euro perde força após reunião entre Putin e Trump
O euro está a recuar de máximos de cinco meses face ao dólar, depois de as negociações entre o Presidente norte-americano e o seu homólogo russo terem deixado um sabor agridoce na boca dos investidores.
A divisa comum europeia recua 0,34% para 1,0908 dólares, depois de ter vivido uma sessão bastante positiva na terça-feira. O euro esteve a beneficiar da aprovação histórica do alívio ao "travão da dívida" alemão, que vai permitir desbloquear centenas de milhares de milhões de euros para investir no setor da defesa e em infraestruturas do país – o que os investidores antecipam que tenha ramificações bastante positivas na economia.
Por sua vez, o índice do dólar – que mede a força da moeda face aos seus principais concorrentes – recupera parcialmente das mais recentes quedas ao avançar 0,32% para 103,576 pontos. A divisa norte-americana está a recuperar terreno face ao iene, depois de o Banco do Japão (BoJ) ter mantido as taxas de juro inalteradas em 0,5%.
Apesar do movimento ter sido antecipado pelos mercados, o governador da autoridade monetária nipónica adotou uma postura mais cautelosa no seu discurso pós-decisão, argumentando que será necessário ter em conta o possível impacto das tarifas norte-americanas na economia do país – um sinal que os investidores estão a interpretar como um possível adiamento de uma escalada nas taxas de juro. A esta hora, o dólar 0,26% para 149,66 ienes.
Ouro alcança mais um recorde. É o décimo quinto só este ano
O ouro voltou a atingir máximos históricos esta quarta-feira, numa altura em que o metal precioso continua a beneficiar da sua posição como ativo-refúgio predileto dos investidores contra um pano de fundo de incerteza económica e tensão geopolítica mundial.
O metal amarelo atingiu o décimo quinto recorde este ano, ao tocar nos 3.045,24 dólares por onça. Entretanto, o ouro reduziu os ganhos e está mesmo a negociar em território negativo, perdendo 0,19% para 3.029,03 dólares, com os investidores a aproveitarem estas movimentações para procederem à tomada de mais-valias.
Com o fantasma da recessão presente nos EUA e com os receios de uma "marcha-atrás" na trajetória descendente da inflação, os investidores aguardam com expectativa as projeções económicas e o "dot plot" da Reserva Federal (Fed) norte-americana, que vão ser conhecidos esta quarta-feira.
"Se a Fed adotar um tom mais ‘dovish’ em relação a toda esta incerteza que se vive nos mercados em torno do impacto das tarifas no crescimento económico, isto pode ser a ‘luz verde’ para o ouro acelerar até aos 3.050 dólares", explica Tim Waterer, analista da KCM Trade, à Reuters.
Na frente geopolítica, o pequeno passo em frente dado pela Rússia nas negociações para pôr fim à guerra na Ucrânia parece estar a ser eclipsado por um aumento de tensões no Médio Oriente. Para além dos ataques dos EUA aos rebeldes houthis do Iémen, Israel intensificou a ofensiva em Gaza e matou mais de 400 pessoas, na sua maioria civis, na madrugada desta terça-feira.
O conflito entre as duas partes tinha sido interrompido com um acordo de cessar-fogo assinado há menos de dois meses, mas Israel promete agora "abrir as portas do Inferno" em Gaza, caso o Hamas não liberte imediatamente os 59 reféns ainda na sua posse.
Petróleo em queda com reservas norte-americanas a aumentarem
Os preços do petróleo estão a negociar em baixa esta manhã, numa altura em que as reservas norte-americanas de crude estão a aumentar e os investidores continuam apreensivos com a política comercial de Donald Trump e as suas potenciais ramificações para a economia.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para o mercado norte-americano – recua 0,45% para 66,60 dólares por barril, enquanto o Brent, usado na Europa, perde 0,38% para 70,29 dólares. Os dois crudes de referência até tinham iniciado a semana com o pé direito, impulsionados pelas renovadas tensões no Médio Oriente, mas as preocupações com a procura desta matéria-prima parecem estar a pesar novamente sobre o sentimento.
Na terça-feira, a associação comercial American Petroleum Institute (API) revelou que os "stocks" de crude aumentaram em 4,6 milhões de barris na semana passada – um crescimento bem acima do esperado pelos analistas. Os dados devem ser confirmados pelo Departamento norte-americano da Energia esta quarta-feira.
Depois de ter atingido um pico em janeiro, o petróleo tem vindo a perder força ao longo do ano. Sinais de uma economia mundial em abrandamento, o que tem um reflexo direto na procura por crude, têm pressionado os preços, numa altura em que a OPEP e os seus aliados estão a preparar-se para aumentar a produção, introduzindo ainda mais petróleo num mercado já saturado.
"A recuperação dos preços do petróleo perdeu o seu ímpeto nas últimas semanas, mesmo com o aumento das tensões geopolíticas. O crescimento das reservas de crude nos EUA só veio aumentar ainda mais esta pressão", explica Warren Patterson, estratega de matérias-primas do ING Groep. "É provável que os receios macro continuem a ditar o movimento dos preços", conclui.
"Sell-off" das tecnológicas deixa Ásia incerta. Europa aponta para o vermelho
As bolsas asiáticas encerraram a sessão desta quarta-feira divididas entre ganhos e perdas, com um "sell-off" nas ações tecnológicas iniciado nos EUA a estender-se também para as principais praças da região. Pela Europa, a negociação de futuros aponta para uma abertura no vermelho, com o Euro Stoxx 50 a cair 0,40%.
As praças japonesas centraram as atenções dos investidores, depois de o Banco do Japão (BoJ) ter decidido manter as taxas de juro inalteradas em 0,5% - um movimento que já era antecipado pelos mercados. Kazuo Ueda, Governador do BoJ, deixou alertas sobre o possível impacto das tarifas dos EUA na economia nipónica, argumentando que a inflação se encontra numa trajetória ascendente, mas ainda longe do objetivo de 2% definido pelo banco central.
"O BoJ parece estar a considerar fatores externos, incluindo os riscos das tarifas, no seu processo de decisão. Isto pode diminuir a narrativa mais ‘hawkish’ que tinha vindo a adotar", explica Charu Chanana, analista da Saxo Markets, que acrescenta: "na era Trump, os bancos centrais têm um papel menos dominante".
Neste contexto, a volatilidade dominou a negociação japonesa. O Nikkei 225 oscilou entre ganhos e perdas, mas acabou por encerrar no vermelho, a desvalorizar 0,25%. Já o Topix avançou 0,45%.
Pela China, a sessão foi marcada por correções, após o mais recente "rally" no setor tecnológico. Tanto o Hang Seng, de Hong Kong, como o Shanghai Composite terminaram a negciação com perdas limitadas, ao caírem 0,01% e 0,09%, respetivamente. De acordo com analistas do Bank of América, as ações chinesas podem vir a enfrentar uma "correção significativa em breve", dada as similaridades deste "rally" com o ciclo de expansão e recessão de 2015.
Entre os restantes principais índices asiáticos, o sul-coreano Kospi valorizou 0,62%, o indiano Nifty avançou 0,35%, enquanto o australiano S&P/ASX 200 caiu 0,41%.