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GPL - A sigla certa para poupar nos combustíveis

Abastecer o automóvel está cada vez mais caro. Os preços do gasóleo e da gasolina não param de subir. Estão, mesmo, em máximos históricos. Valores recorde que se tornam incomportáveis e que incentivam a procura por alternativas. Uma delas é o GPL. Pode permitir uma poupança de mais de 700 euros ao final de um ano.

28 de Janeiro de 2011 às 09:00
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Alguma vez pensou ter um carro a GPL? Não. Porquê? Não é seguro. Estraga o motor e, ainda por cima, gasta mais. Estes são alguns dos mitos sobre este combustível alternativo. Mitos. Porque, na realidade, um veículo a GPL não tem mais, nem menos, problemas do que um a gasolina ou a gasóleo. É verdade que gasta mais, mas também o preço por litro é substancialmente mais baixo.

Numa altura em que os consumidores enfrentam subidas acentuadas nos preços dos combustíveis, e em que tanto a gasolina como o gasóleo estão em máximos históricos, o GPL pode ser uma boa solução. Pode permitir contornar os recordes e, assim, gerar uma poupança significativa de cada vez que tem de ir ao posto de abastecimento para atestar o veículo.

O litro de GPL não está imune às subidas de preços. No último ano, o valor por litro subiu 18%. Ainda assim, está nos 0,745 euros, de acordo com os dados semanais da Direcção Geral de Energia e Geologia. Ou seja, um litro de GPL custa sensivelmente metade do que um de gasolina de 95 octanas. Uma diferença substancial que pode traduzir-se numa poupança de 770 euros ao ano, de acordo com cálculos do Negócios.

Esta poupança tem em conta que serão percorridos 20 mil quilómetros num ano e que um veículo a GPL gasta um pouco mais. "É normal é que haja um aumento no consumo na ordem dos 20%. Ou seja, um carro que gaste cerca de oito litros de gasolina a cada 100 quilómteros, passará a consumir 9,5 a 10 litros, em números redondos, de GPL", explicou Miguel Rodrigues, presidente da Associação Nacional de Instaladores e Consumidores de GPL (ANIC).

Mesmo com o consumo adicional, um veículo a GPL revela-se mais económico face a outro a gasolina. Comparativamente a um carro a gasóleo, também há uma poupança mas é menor, na ordem dos 25 euros por ano, isto porque estes últimos apresentam consumos substancialmente mais baixos. No "confronto" entre estes dois combustíveis, o custo de instalação do sistema de GPL não compensa.

No caso da gasolina, a situação é bem diferente. "O preço de instalação de um sistema de GPL não varia muito. Depende das características dos motores, mas o preço ronda, normalmente, os 1.500 euros", disse Miguel Rodrigues ao Negócios. Um valor que rapidamente é amortizado. Assumindo que o utilizador percorre 20 mil quilómetros por ano, consegue-se anular o custo inicial ao final de dois anos.

É esta poupança que está a atrair os portugueses. "Actualmente, a estimativa é de que existam cerca de 60 mil carros a GPL", referiu o presidente da ANIC. Seriam mais se houvesse "alguma da motivação adicional na aquisição de veículos novos a GPL" como há na Inglaterra, onde existe uma redução dos custos de circulação, nomeadamente no centro de Londres". Em Itália ou França, há "benefícios fiscais obtidos que muitas das vezes equivalem ao valor da conversão e até o ultrapassam".

Mesmo não existindo incentivos à conversão de veículos para GPL, estes deverão aumentar. "É normal que as pessoas procurem combustíveis alternativos quando os preços da gasolina e do gasóleo disparam", disse o mesmo responsável. "A conjuntura económica actual favorece a procura pelo GPL".

Mas são muitos os que resistem à mudança. A explicação está numa série de receios em torno deste combustível. O principal é o de que os carros a GPL podem explodir. Poder podem, mas também todos os outros. "Actualmente, é impossível que haja falhas de segurança nestes sistemas", garantiu Miguel Rodrigues. "É uma questão que não se coloca".

Outro ponto que afasta os portugueses do GPL é o facto de estes carros não poderem ser estacionados em parques subterrâneos. Algo que poderá mudar em breve já que a ANIC avançou com um pedido de alteração à legislação para os carros movidos a GPL: "solicitamos que passem a haver inspecções periódicas, tal como as que existem para os restantes veículos, em que sejam avaliadas também as condições do sistema de GPL", explica Miguel Rodrigues.






Instalação de GPL amortizada ao fim de dois anos

Há marcas que vendem carros novos a GPL. Mas são poucas. Daí que a maioria opte pela conversão dos veículos, através da instalação de sistemas de GPL. Quanto custam? O preço varia, mas muito pouco. Ronda os 1.500 euros. É um investimento algo elevado, mas que rapidamente poderá ser compensado. Tendo em conta os actuais preços do litro de GPL e da gasolina de 95 octanas, e assumindo que o utilizador percorre 20 mil quilómetros por ano, o custo inicial terá sido amortizado ao final de dois anos. A partir daí, e assumindo os preços actuais, é só poupar. Por ano, a diferença de gasto em combustível atinge os 770 euros. Face aos veículos a gasóleo, a vantagem é menor, porque os consumos destes últimos são mais baixos. Mas, atenção: os veículos a gasóleo são invariavelmente mais caros.



GPL

Consumo médio
7,8l/100km

Litros num ano
1.560 euros

Custo anual
1.162 euros




Gasóleo

Consumo médio
4,6l/100km

Litros num ano
920 euros

Custo anual
1.190 euros




Gasolina

Consumo médio
6,5l/100km

Litros num ano
1.300 euros

Custo anual
1.932 euros




Nota: Os valores apresentados como custo anual com combustível têm por base uma média de 20 mil quilómetros por ano, e os preços médios referentes à última semana, apresentados pela DGEG. O consumo médio estimado para o veículo a GPL assume um aumento de 20% face ao da gasolina.
Para as médias combinadas, tiveram por base os consumos anunciados para o Renault Mégane III a gasolina (1.4 TCs de 130CV) e a gasóleo (1.5 dci 110CV). A selecção do modelo teve por base o facto de ter sido um dos carros mais vendidos em 2010.
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