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Escolha fundos de índice para reduzir a factura do investimento

Os fundos que acompanham de perto índices de mercado podem custar apenas 0,60% do património durante um ano.

Escolha fundos de índice para reduzir a factura do investimento
20 de Abril de 2011 às 08:49
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Foi algo de inédito o que os gestores de fundos do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria fizeram em Novembro de 2004: transformaram o seu fundo de poupança em acções num fundo de índice, algo que deu generosos frutos aos investidores nos mais de seis anos que se seguiram. A administração do produto, que adoptou a designação BBVA PPA Índice PSI 20, simplificou-se: agora os gestores apenas têm de replicar a composição do principal índice de acções portuguesas. No início de Abril, o PSI 20 era dominado pelas acções da EDP, da Galp Energia e da Portugal Telecom, cada uma absorvendo pouco mais de 15% do cabaz. Na mesma altura, as maiores apostas do BBVA PPA Índice PSI 20 eram exactamente os mesmos títulos, também representando pouco mais de 15% do património do fundo cada um.

Os gestores do BBVA não puderam continuar a cobrar uma comissão de gestão de 1,10% como faziam até Novembro de 2004. Agora, essa comissão anual é, no máximo, de 0,60%. Se o fundo tiver um desempenho negativo, os responsáveis do fundo não cobram pelo serviço de gestão. Naturalmente, o menor custo repercutiu-se na rendibilidade do fundo. Desde que assumiu a identidade de fundo de índice até ao início de Abril, o BBVA PPA Índice PSI 20 ganhou 18,68%, enquanto os fundo de poupança em acções acumularam 8,10%, em média, segundo a Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios. Os ganhos efectivos dos investidores do produto do BBVA são, porém, mais baixos, porque existem comissões de 0,5% sobre o valor subscrito e o património reembolsado.

Retire as emoções da equação
Não há qualquer problema em tentar ganhar mais dinheiro, mas a maioria dos investidores tropeça nas suas próprias emoções. É por isso que John Bogle, o pai dos fundos de índice, aconselha a indexação. Bogle estima que apenas 4% dos fundos tradicionais consegue ganhar mais do que o seu índice de referência. Por isso, o melhor investimento é comprar o próprio índice, através de um fundo barato que o replique.

"Escolher os fundos mais rentáveis do passado falha na tentativa de ser uma estratégia vencedora", diz John Bogle, baseado em dados estatísticos de 20 anos do mercado norte-americano, no seu mais recente livro, "Don't Count on It".

O sucesso está à vista: o Vanguard 500 Index Fund, o primeiro fundo de índice (que nasceu como First Index Investment Trust), rendeu mais de 3200% desde que foi lançado por John Bogle em Agosto de 1976, o equivalente a 10,76% por ano. Este produto replica exactamente a evolução do Standard & Poor's 500, o índice das maiores empresas estado-unidenses, e pode ser comprado como os fundos tradicionais, desde que o banco do investidor o comercialize. O Vanguard 500 Index Fund vale hoje 77 mil milhões de euros, o suficiente para comprar todas as acções cotadas em Lisboa - e ainda sobraria algum dinheiro.

Além de retirar as emoções da equação do investimento, os fundos de índice primam pelo baixo custo. Segundo as últimas informações, todos os custos do Vanguard 500 Index Fund resumem-se a um valor entre 0,07% e 0,18% do património dos investidores participantes. Embora seja um valor muito baixo, há outros produtos ainda mais baratos nos Estados Unidos da América: a versão cotadas na bolsa do mesmo fundo, o Vanguard S&P 500 ETF, custa 0,06% por ano, fora as comissões de negociação.

Em busca do melhor fundo de índice
Os investidores portugueses podem comprar 17 fundos de índice através dos bancos nacionais, mas nem todos primam pelo perfil de baixo custo. É normal a comissão de gestão de um fundo de acções de mercados desenvolvidos ser de 0,6% por ano. Por isso, há poucas (ou nenhumas) razões para um aforrador optar por investir num fundo como o UBS EF Euro Stoxx 50, que cobra o dobro.

Também é normal os gestores facturarem um pouco mais em fundos de índice que apostam em mercados mais exóticos. É o caso, por exemplo, do Pictet Emerging Markets Index, cuja comissão de gestão é de 1,35%.

O que não é normal é o BNY Mellon Euro Government Bond Index Tracker, o único fundo de índice de obrigações, ter uma comissão de gestão de 1%. Esse custo é superior ao de 75% dos fundos concorrentes não indexados. Como é caro, o fundo do BNY Mellon ficou entre os 12% de fundos da categoria de obrigações governamentais em euros menos rentáveis no último ano. Não se esqueça: pagar mais comissões é sinónimo de menor rendimento. Como diz John Bogle, "na indústria de fundos, recebe-se o que não se paga".







ETF procurados por gestores nacionais

Os investidores profissionais também gostam de fundos de índice. Estes são os mais subscritos pelos gestores de fundos portugueses.

Muitos responsáveis portugueses por fundos que investem noutros fundos são os primeiros a eleger os fundos de índice para as suas carteiras. No início de Abril, os fundos de fundos tinham mais de 88 milhões de euros aplicados em fundos cotados, conhecidos normalmente por "exchange-traded funds" ou ETF. Conheça os mais populares entre os investidores profissionais na praça nacional. As informações financeiras são de 7 de Abril.





iShares Euro Corporate Bond

Rendibilidade 1 ano:
1,01%
Taxa de dividendos: 3,77%
Taxa global de custos: 0,20%
Bolsa: Amesterdão

Este fundo investe o dinheiro dos investidores em obrigações de empresas da Zona Euro. Quase metade dos títulos na carteira são de bancos, o que pode explicar o facto da cotação do fundo estar abaixo do seu valor de há cinco anos. Agora, as três maiores apostas são nos títulos das farmacêuticas Roche Holdings e GlaxoSmithKline e do Royal Bank of Scotland. Nenhum dos activos no portefólio é português.





Lyxor ETF Euro Corporate Bond

Rendibilidade 1 ano:
0,63%
Taxa de dividendos: não aplicável
Taxa global de custos: 0,20%
Bolsa: Paris

O Lyxor ETF Euro Corporate Bond procura replicar exactamente o mesmo índice que o iShares Euro Corporate Bond, por isso as suas rendibilidades serão sempre próximas. Além de não distribuir dividendos como o produto anterior, a grande diferença é que o fundo da Lyxor ETF é mais de 100 vezes maior do que o da iShares: vale quase 550 mil milhões de euros. Desde o início de 2009 que o fundo está em alta. Nesse ano rendeu mais de 13%. Em 2010 ganhou cerca de 4,5%.





Lyxor EuroMTS Global

Rendibilidade 1 ano:
-2,30%
Taxa de dividendos: não aplicável
Taxa global de custos: 0,17%
Bolsa: Paris

Este fundo segue um índice global de obrigações governamentais da Zona Euro. Face à crise soberana na Europa, a rendibilidade dos últimos 12 meses é negativa. As Obrigações do Tesouro português representam cerca de 2,5% do património do fundo, pouco mais do que os títulos irlandeses. A Grécia absorve cerca de 4,5% da carteira do Lyxor EuroMTS Global. As economias mais representadas são a italiana, a francesa e a alemã, cada uma com mais de 20% do cabaz.





db x-trackers MSCI Europe

Rendibilidade 1 ano:
7,70%
Taxa de dividendos: não aplicável
Taxa global de custos: 0,30%
Bolsa: Frankfurt

O índice seguido pelos gestores da DB Platinum, responsáveis pelo db x-trackers MSCI Europe, é composto por acções de empresas europeias ou que tenham uma importante parte do seu negócio nesta região. Assim, cerca de 56% da carteira está aplicada na bolsa londrina, como nos títulos do HSBC, da Vodafone e da BP. A maior aposta é na Suíça Nestlé. Não há qualquer investimento em Portugal, embora isso esteja previsto. O sector financeiro é o mais representado.





db x-trackers MSCI Emerging Markets Index

Rendibilidade 1 ano:
9,16%
Taxa de dividendos: não aplicável
Taxa global de custos: 0,65%
Bolsa: Frankfurt

O gestores do db x-trackers MSCI Emerging Markets Index cobram um pouco mais do que os responsáveis pelos produtos anteriores. Isso deve-se à especialização nas acções dos mercados emergentes. Os responsáveis têm no portefólio mais de 800 acções de empresas de 25 países, da Argentina à China. Todavia, a taxa global de custos de 0,65% não chega a valer um terço da taxa média dos fundos não cotados comercializados em Portugal que investem nos títulos dos mercados emergentes.
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