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Como vender 'on-line' aquilo que já não usa
Os "sites" de leilões e de classificados podem ser uma saída interessante para esvaziar o sótão e aumentar a receita o fim do mês. Veja como funcionam, o que os diferencia e como maximizar as hipóteses de sucesso no papel de vendedor. Cristina A. Ferreira/Casa dos Bits
09 de Novembro de 2011 às 08:50

Um estudo recente realizado pela Netsonda garante que, em média, cada português - internauta, já que a pesquisa foi realizada neste universo - terá em casa perto de 500 euros em bens que já não usa, contas feitas pelos próprios. Acumular antiguidades no sótão pode ser uma saída. Dar a quem precisa, ou a um amigo é outra hipótese, tal como vender.
Anunciar nestas plataformas é simples, não tem custos (ou são baixos), tem alguns riscos mas que podem ser mitigados e pode assegurar uma fonte extra de receita ao fim do mês. A colocação dos anúncios na maior parte dos casos é gratuita. Só terá custos quando decide colocar um empenho extra no negócio e maximizar as hipóteses de visualização. As hipóteses aí serão diversas e vão dos 2 euros semanais para letras em negrito aos 20 euros para destaques de primeira página, dependendo da plataforma escolhida.
Nos "sites" de classificados a publicação de anúncios é sempre gratuita e um endereço de "e-mail" é suficiente para submeter produtos, embora dessa forma o vendedor possa perder algumas das comodidades só disponíveis para quem se regista, ao nível da gestão dos anúncios essencialmente.
Nos "sites" de leilões há mais regras. O registo é sempre obrigatório, há sempre custos associados às transacções e pode haver custos associados à colocação de produtos. Para além destas, a diferença essencial entre estas plataformas e as de classificados está na licitação que, pelo menos teoricamente, faz dos "sites" de leilões uma escolha mais atraente em termos de receita. Se encontrar vários interessados nas ofertas publicadas é expectável que estejam prontos a disputá-las e isso acontecerá num período de tempo definido e que é relativamente curto.
Nos "sites" de leilões quando a oferta é colocada "on-line" é fixada uma data para o fim do leilão e até lá é esperar pelas propostas. Para se defender o vendedor pode estabelecer um preço mínimo aceitável para a venda. Como também pode vender através da modalidade "Comprar já", disponível quer no Leiloes.net quer no Miau.pt, as duas plataformas mais relevantes no mercado português. Neste caso a venda é directa e permite arrematar o produto antes que seja feita uma primeira licitação.
Nos classificados "on-line", como nos "sites" de leilões a comunidade que alimenta os negócios é um misto de utilizadores privados à procura de uma oportunidade para realizar algum dinheiro extra, e de vendedores profissionais, que complementam "on-line" negócios "físicos". Uns e outros têm aumentado de forma exponencial, como mostram os números do leiloes.net que tem activos neste momento mais de meio milhão de negócios. Com os cuidados e a estratégia adequados, estas são definitivamente montras a ter em conta para quem anda a pensar em dar uma nova vida aos objectos que já não usa e ganhar alguma folga no orçamento.

Vender ou leiloar, mas onde?
O número de plataformas que permite vender "on-line" o que já não usa tem aumentado. Veja as principais características das mais populares. Afinal, a quantidade de potenciais compradores que passa pela montra onde vai pôr os seus produtos, também é um elemento crítico para o sucesso.
Leiloes.net


Mais vendidos: Vestuário e acessórios, telemóveis e telefones, relógios e jóias, informática e jogos de consolas.
Miau.pt


Mais vendidos: Telefones e Acessórios, Informática, Jogos e Consolas, Vestuário e acessórios, Coleccionáveis, Audio, TV e Fotografia
CustoJusto


Mais procurados: Imobiliário; automóvel (incluem-se peças e acessórios); artigos para casa e vestuário, informática e electrónica; desporto e lazer.
OLX


Mais visitados: Automóveis; imobiliário (venda e aluguer); Emprego
Coisas.com


Mais visitados: Motores, imóveis, empregos e encontros

Dez Conselhos úteis para vender com sucesso
1. Faça uma triagem do que tem lá por casa e já não precisa. Escolha a plataforma onde quer vender, adequando os produtos à procura. Em cada plataforma há categorias onde é mais fácil vender.
2. Fotografe os objectos com detalhe e preocupe-se com a apresentação de imagens de boa qualidade. Artigos com imagens têm cinco a dez vezes mais probabilidade de chamar a atenção.
3. Use informação clara e detalhada para descrever cada produto.
4. Seja claro em relação às formas de pagamento e à informação relativamente aos portes de envio. Deve ficar claro quanto custam e quem os paga.
5. Use um título chamativo para a oferta e seja cuidadoso como os erros ortográficos, ou corre o risco do produto passar ao lado dos filtros de pesquisa.
6. Antes de fixar um preço olhe para a concorrência e perceba que valores estão a ser cobrados. Lembre-se também que sobre cada venda terá de pagar uma comissão (se escolher um 'site' de leilões). Incorpore essa margem no preço.
7. Assegure-se que regista a oferta na secção adequada ao tipo de produto, para garantir que é encontrada.
8. Mantenha a oferta actualizada. Os anúncios organizam-se por "ordem de chegada". Quem está nas primeiras páginas garante maior destaque e pode jogar com isso. Nos sites de classificados, onde os anúncios não estão "presos" à cadência temporal do leilão, pode alterar conteúdo ou apagar e recolocar. Em todas as plataformas pode comprar destaques.
9. Nos 'sites' de leilões os votos nos vendedores são uma forma de auto- -regulação. Essa informação constrói credibilidade e potencia negócio. Por isso, seja honesto nas propostas, cumpra prazos e seja solicito na resposta às questões que os potenciais compradores possam colocar-lhe via estas plataformas.
10. O crescimento exponencial destas lojas 'on-line' atraiu esquemas de fraude que não vitimam só os compradores. Seja cuidadoso com os envios a pagar no destino e analise devidamente os comprovativos de transferência bancária. A concretização do negócio presencialmente ou usando os serviços de pagamento 'on-line' mais comuns também é uma alternativa a considerar.