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Como poupar no crédito para as compras

Comemorou-se na segunda-feira o dia mundial dos Direitos dos Consumidores. O esforço que as autoridades têm feito para diminuir os abusos por parte das instituições financeiras na sua relação com os clientes e a crise financeira dos últimos dois anos, tornaram os...

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Recorrer ao crédito não é um pecado. Mas há cuidados a ter para garantir que paga o menos possível e consegue honrar os seus compromissos financeiros. No Dia Mundial dos Direitos do Consumidor, conheça as soluções mais defensivas.


Comemorou-se na segunda-feira o dia mundial dos Direitos dos Consumidores. O esforço que as autoridades têm feito para diminuir os abusos por parte das instituições financeiras na sua relação com os clientes e a crise financeira dos últimos dois anos, tornaram os portugueses mais activos na defesa dos seus interesses.

Só nos primeiros dois meses deste ano, a DECO já recebeu 10.500 reclamações relativas a serviços financeiros prestados. E, no ano passado, o número de queixas ascendeu a 81 mil. Só na área da banca foram mais de 60 mil. Mais do dobro do registado em 2008.

Segundo a associação de defesa dos consumidores, o acesso ao dinheiro é cada vez mais fácil e a actual geração habituou-se a consumir hoje e a pagar no futuro. Comprar casa, adquirir carro, fazer aquela viagem de sonho, ter o computador portátil mais moderno ou o último grito nas tecnologias, para boa parte da população passou a ser possível através do recurso ao crédito.

Recorrer ao crédito não é, contudo, um pecado. Mas é essencial que haja uma "utilização moderada e responsável", alerta Carla Oliveira, jurista da DECO. Até porque o nível de sobreendividamento tem vindo a aumentar nos últimos anos, como revelam os números do Banco de Portugal. Antes de se aventurar em novas despesas, há um cálculo simples que não deve negligenciar para avaliar se o seu orçamento familiar pode suportar mais crédito. O montante de endividamento não deve ser superior a 40% do rendimento disponível.
Tendo este cuidado como ponto de partida, então os portugueses têm à sua disposição diversas formas de ir às compras com recurso a financiamento. Reduzir os encargos passa por uma análise cuidada de todas as condições impostas por cada uma das soluções ao dispor.

Como poupar no crédito
Imagine que pretende adquirir um Macbook Pro,um televisor que já utiliza uma tecnologia LED ou mobiliário para compor o recheio da casa. Resolve contrair um empréstimo de 1.500 euros e amortizá-lo em 12 meses. O Negócios foi comparar os custos totais que um consumidor teria de suportar caso optasse por usar um cartão de fidelidade, por um dos cartões de créditos mais baratos comercializados pelos cinco maiores bancos a operar em Portugal ou se pedisse um crédito pessoal para o efeito.

A conclusão global é que há diferenças que podem tornar, de facto, o mesmo produto mais caro. Vejamos. Se utilizar o cartão Light do Santander Totta, que tem associada uma das taxas de juro efectivas globais (TAEG) mais baixas do mercado, então um crédito de 1.500 euros terá um custo total de 1.603,40 euros. Mas, se optar por contrair um crédito pessoal na Caixa Geral de Depósitos, a factura subirá em 24,57 euros. E usando o cartão El Corte Inglés a diferença aumenta para 29,77 euros.

Ainda assim, não é possível concluir que usar o cartão de crédito é sempre a solução mais barata, nem que o cartão de loja é a mais cara. Bastaria, por exemplo, ser detentor do cartão de crédito BES Verde para que o custo total do crédito ascendesse a 1.688,11 euros. Ou seja, mais 54,94 euros que o cartão El Corte Inglés.

Deste modo, antes de ir às compras, escolha o cartão de crédito que lhe oferece os mais baixos juros e outros encargos. E, além disso, avalie se é preferível optar por se fidelizar numa loja, usufruindo ainda de outras vantagens oferecidas.





Conheça as principais vantagens de cinco cartões de fidelidade

Várias são as cadeias que possibilitam aos seus clientes a adesão a cartões de loja que lhes permitem uma série de condições facilitadas de pagamento, mas que são acrescidas de outros custos como o pagamento de TAEG, TAN e imposto de selo. Para além das condições facilitadas de pagamento, os cinco cartões de loja analisados pelo Negócios disponibilizam aos aderentes uma série de vantagens.


Cartão Fnac
Os aderentes ao Cartão Fnac dispõem de várias modalidades de pagamento, como é o caso do pagamento a 30 ou 60 dias sem juros. Ao montante em dívida é acrescido o imposto de selo e uma TAEG de 0,5%. Para além destas soluções de pagamento, a Fnac apresenta algumas vantagens como acumular 5% do valor de todas as compras no saldo do cartão, 10% de desconto em livros, portes grátis em encomendas, uma hora por dia grátis no parque de estacionamento sempre que efectuar compras, entre outras.


Cartão Worten
A Worten também disponibiliza aos detentores do seu cartão algumas facilidades no pagamento dos bens adquiridos. Uma delas consiste no pagamento do total das compras num dia certo do mês. Outras são o pagamento em três vezes sem juros ou o pagamento em seis ou doze mensalidades às quais acresce uma taxa de juro nominal anual de 19% e uma TAEG de 22,2%. O cartão da Worten é gratuito, não apresentando despesas de adesão e anuidades. É válido em todas as lojas Worten numa compra de qualquer valor.


Cartão Jumbo
O pagamento mediante o Cartão Jumbo permite aos clientes usufruirem de algumas vantagens nas lojas do Grupo Auchan. Entre as vantagens mencionadas pelo grupo está o desconto de 10% no serviço de entrega ao domícilio e as caixas de pagamento exclusivas. Outra vantagem consiste no benefício de campanhas de crédito que são sazonais e definidas pelas lojas, permitindo o pagamento em 3, 6, 10, 12, 18 e 24 vezes sem juros. Contudo, o cliente deve conhecer as condições destas campanhas definidas na altura.


El Corte Inglés
Este cartão permite aos clientes adquirirem qualquer artigo ou serviço no El Corte Inglés, nas agências de viagens e em qualquer outro centro comercial da organização. Os clientes têm apenas que assinar os talões de venda. A concessão e manutenção deste cartão é gratuita. O cliente recebe todos os meses um resumo das compras. O pagamento é efectuado no final do mês seguinte na conta bancária. O valor a pagar é escolhido entre pagamento total, percentagem do saldo apresentado ou uma quantidade fixa mensal.


Cartão IKEA
A cadeia sueca oferece aos detentores do seu cartão uma linha de crédito permanente, sendo possível solicitar o aumento do "plafond" disponível, sempre que quiser. Outra das vantagens é a possibilidade de proceder a amortizações gratuitas, sempre que desejar. O Cartão de Crédito do IKEA pode ser utilizado também em compras em estabelecimentos que aceitem pagamentos automáticos, permite efectuar levantamentos a crédito e outros serviços Multibanco. As duas primeiras anuidades são grátis.




Quanto custa um crédito para as compras?

Uma compra a crédito no valor de 1. 500 euros, amortizada em 12 meses, tem custos bem diferentes


Fonte Bancos e Banco de Portugal; * TAEG - Taxa Anual Efectiva Global: inclui a taxa de juro anual nominal, anuidades e outros encargos com o crédito. As simulações apresentadas resultam, por motivos de comparabilidade e sobretudo no caso dos créditos pessoais (em que os simuladores da banca são, com raras excepções, inexistentes ou muito incompletos), de simulações efectuadas junto do Banco de Portugal, com base nas taxas de juro apresentadas pelos bancos.


O Negócios comparou os custos totais que os consumidores suportam ao efectuarem compras a crédito no valor de 1.500 euros: através dos cartões de cinco lojas de elevado volume de negócios, os cartões mais baratos de cada um dos cinco maiores bancos e as soluções de crédito pessoal sem finalidade oferecidas pela banca. É preciso notar que os resultados das simulações podem ser bastante distintos dos apresentados caso o cartão de crédito eleito tenha custos diferentes. E há casos em que as taxas de juro efectivas superam os 30% ao ano. Uma vez que os simuladores dos bancos não explicitam, todos, as condições do crédito (prestação, TAEG, juros e encargos totais e custo total do crédito, o Negócios optou por utilizar o simulador disponibilizado pelo Banco de Portugal. Logo, há casos em que a simulação no banco apresenta resultados ligeiramente distintos dos obtidos nas simulações acima especificadas.





Quatro dicas de crédito


Avaliar capacidade financeira
Antes de contrair um novo crédito ou subscrever um novo cartão de loja, verifique se tem capacidade financeira para suportar mais dívidas. Há um cálculo simples. Os encargos fixos mensais com as dívidas não deve ser superior a 40% do rendimento disponível.


Comparar soluções de crédito
Seja elevado ou baixo o valor do crédito que pretende contrair, é importante comparar qual a solução - cartão de crédito, cartão de loja ou solicitar um crédito pessoal - que lhe sai mais barata. A TAEG permite comparar os custos totais envolvidos.


Mais cartões, mais comissões
Cada cartão tem associados custos, como a anuidade. Quanto mais utiliza um cartão maiores são, por norma, as vantagens oferecidas. A anuidade gratuita, é uma delas. Mas se tiver muitos cartões, provavelmente usará pouco alguns deles. Logo, está a pagar comissões desnecessárias.


Aproveitar os juros zero
Se amortizar o saldo utilizado de um cartão de crédito e amortizar a dívida no mês seguinte, não paga juros. E os de loja têm opções de pagamento sem juros. Mas há as comissões a considerar.





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