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Como investir das matérias-primas

São varias as alternativas para investir no mercado de matérias-primas. Desde as que têm mais risco, como os futuros e os warrants, até aos fundos de investimento e produtos estruturados, onde o investidor assume um risco inferior.

02 de Janeiro de 2008 às 13:08
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Futuros: Investir directamente nos mercados de "commodities"

As matérias-primas são negociadas em bolsa através dos chamados contratos de futuros, que são instrumentos financeiros que permitem assegurar, no presente, um preço futuro para a compra de um activo. Por exemplo, se adquirir hoje um futuro sobre o petróleo negociado em Nova Iorque para Março de 2008 a 90 dólares por barril, poderá adquiri-lo por esse preço naquela data, mesmo estando a matéria-prima actualmente a 95 dólares no mercado. Mas para quem investe, interessa, sobretudo, a variação do preço do futuro no mercado.

O primeiro passo para investir em futuros é abrir uma conta numa instituição financeira que disponibilize uma plataforma de transacção de derivados, como o Banco Best, Banco Big , LJ Carregosa ou Orey Itrade, que permite dar as ordens de compra e venda e acompanhar, em tempo real, as cotações.

Uma importante característica destes contratos é que é necessário depositar uma margem para negociar, que é variável. O que significa que o investidor tem de possuir alguma liquidez para estes "voos". Mas porque esta margem é inferior ao valor dos contratos, existe um efeito de alavancagem. Por exemplo, para investir num contrato de 500 barris para o "crude" é necessária uma margem de 4.050 euros, 12 vezes menos que o valor do contrato, que é de 48.738 euros (500 vezes o preço por barril de 97,5 dólares). Isto permite ter ganhos muito elevados com variações pequenas na cotação, mas implica, também, perdas mais avultadas. Um dos atractivos dos futuros é que permitem apostar quer na subida, quer na descida das cotações. Outro dado importante é que os contratos são denominados em dólares, pelo que existe risco cambial. Além disso, existem comissões. Antes de investir informe-se bem das condições e tenha em atenção os horários de negociação dos contratos.

Descanse, que nunca receberá os barris em casa, uma vez que as corretoras cancelam o contrato antes da liquidação física. As instituições financeiras mencionadas disponibilizam a negociação da grande maioria das matérias-primas disponíveis, embora a oferta varie de banco para banco.

Warrants: Apostar na subida e na descida dos preços

Os "warrants" permitem ao investidor ganhar tanto com a subida dos preços das matérias-primas, como com as descidas. Isto porque estes instrumentos financeiros, que são cotados em bolsa e estão indexados a activos negociados nos mercados de capitais, dão ao investidor o direito de comprar ou vender o activo ao preço fixado no contrato (preço de exercício) e numa data futura fixada previamente (data de maturidade).

O que quer dizer que o investidor pode procurar aproveitar a expectativa de subida dos preços, neste caso, das matérias-primas, subscrevendo os chamados "call warrants", ou, no caso de a sua visão for de descida das "commodities" e pretender proteger-se de quedas, um "put warrant".

Nas duas situações, o desempenho do "warrant" dependerá sempre da "performance" da matéria-prima a que se encontra indexado. Por isso, o risco é elevado. Para quem, em Portugal, quiser aproveitar a polivalência destes instrumentos no investimento em matérias-primas, é apenas possível fazê-lo sobre petróleo, ouro e prata.

Fundos de Investimento: Aproveitar a gestão profissional e dinâmica

Investir em matérias-primas exige um conhecimento do sector e disponibilidade para acompanhar a sua dinâmica. Uma preparação que não é acessível a todas as pessoas, daí a mais-valia proporcionada pelos fundos de investimento. Os resultados estão bem à vista.

Nos últimos três anos, os cinco melhores fundos especializados em matérias-primas, vendidos em Portugal, registam uma valorização média do capital que ultrapassa os 122%. O melhor produto desta categoria nos últimos três anos - o prazo mínimo de investimento recomendado pelas gestoras - é o Merril Lynch World Mining.

Com uma rentabilidade acima dos 200%, este produto segue uma estratégia focalizada em acções de empresas mineiras produtoras de metais não preciosos e minérios industriais. Mas entre os melhores, há produtos para todos os gostos. Por exemplo, o fundo da American Express concentra-se em fontes de energias como o petróleo e o gás natural.

Neste sector, há apenas um fundo português, o Caixagest Matérias-Primas. É um fundo especial de investimento, que aposta em fundos administrados por outras sociedades gestoras e, ainda, em "hedge funds".

Produtos estruturados: Para quem prefere investir sem risco

Os produtos estruturados procuram reunir a segurança de um depósito, com o potencial de ganhos de um fundo ou outro veículo de investimento.

O Deutsche Bank comercializa dois depósitos estruturados, cujo retorno está indexado ao índice de matérias-primas "Deutsche Bank Liquid Commodity Index - Mean Reversion Plus", que segue o comportamento das matérias-primas com mais liquidez (volume de negociação) em cada um dos grupos de "commodities". São eles o Depósito db Commodity Guarantee - ICAE e o Depósito db Commodity Plus - ICAE.

O primeiro tem capital garantido e paga 10% no primeiro ano. Caso o índice se valorize, a taxa de juro anual mantém-se inalterável nos 10%. Caso se desvalorize, a soma do valor absoluto das desvalorizações mensais do índice é subtraída ao valor da taxa de juro inicial, até ao mínimo de 2,5%. O segundo permite ter uma remuneração máxima de 20%, ou superior no fim do prazo, mas não tem remuneração mínima.

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