Notícia
Cinco regras para eleger um fundo de investimento
Tal como no mundo político, os candidatos que escolhe para a sua carteira podem não estar à altura das suas expectativas. Saiba como nomear um fundo que dure vários mandatos no seu portefólio.
19 de Abril de 2011 às 08:46
Já são muitos os aforradores que perceberam que os fundos de investimento estão entre as melhores soluções para aplicar as suas poupanças. As últimas estatísticas mostram que, em média, cada português tem dois mil euros investidos nestes organismos de aforro colectivo. Assim, os fundos de investimento, que são subscritos normalmente junto dos bancos, estão entre as aplicações financeiras mais populares. Ficam apenas atrás dos depósitos a prazo e dos seguros de capitalização.
É fácil apontar as razões do sucesso dos fundos de investimento: são fáceis de adquirir, são baratos, diversificam o risco, a oferta é vasta e são geridos por equipas de profissionais. Todavia, nem todas as vantagens são uniformes. Há candidatos a povoar as suas poupanças mais capazes do que outros.
Não é suficiente pedir conselhos ao balcão do seu banco, como faz mais de metade dos clientes bancários, segundo o último inquérito do Banco de Portugal. Pense pela sua própria cabeça antes de eleger os fundos que conduzirão as suas poupanças. O Negócios compilou as cinco principais regras que deve ter em conta na selecção dos melhores fundos de investimento.
1. Reduza as comissões
William Sharpe, o professor da Stanford University laureado com o Nobel da Economia em 1990, não teve dúvidas quando um entrevistador lhe perguntou como ele escolhe os melhores fundos de investimento: "A primeira coisa a procurar é a taxa global de custos." Há muito tempo que Sharpe, apontado por muitos como o pai da avaliação de fundos, alerta os investidores para as despesas que pagam.
Os custos envolvidos no investimento num fundo podem ser escandalosos, como é o caso do Banif Euro Crédito. Quem quiser investir neste fundo de obrigações tem de pagar logo à entrada uma comissão de subscrição de 5% do valor da aplicação. Se quiser abandoná-lo antes de Setembro de 2012 tem ainda de desembolsar uma comissão de resgate de 5% do valor da aplicação na altura.
Não é normal os gestores dos fundos cobrarem tanto. A regra é não haver comissão de subscrição e, tradicionalmente, a de resgate é nula após um determinado período de investimento, normalmente um ano para os fundos de acções e um semestre para os fundos de obrigações. Quando seleccionar os seus fundos garanta que não paga comissões de subscrição e de resgate. Note que o Banif Euro Crédito não é um fundo comum: está desenhado para durar apenas três anos e três meses quando a esmagadora maioria não tem data de validade.
No dia-a-dia, o grupo Banif também cobra comissões de gestão e de depósito, bem como desconta vários custos operacionais à carteira do fundo. A taxa global de custos, o indicador que William Sharpe gostaria de ver no topo das preocupações dos aforradores, resume a maioria dessas despesas. Por isso, é simples saber se o fundo que está a estudar é barato: confirme que não pagará comissões de subscrição nem de resgate e que a taxa global de custos é mais baixa do que a dos produtos concorrentes.
É fácil apontar as razões do sucesso dos fundos de investimento: são fáceis de adquirir, são baratos, diversificam o risco, a oferta é vasta e são geridos por equipas de profissionais. Todavia, nem todas as vantagens são uniformes. Há candidatos a povoar as suas poupanças mais capazes do que outros.
1. Reduza as comissões
William Sharpe, o professor da Stanford University laureado com o Nobel da Economia em 1990, não teve dúvidas quando um entrevistador lhe perguntou como ele escolhe os melhores fundos de investimento: "A primeira coisa a procurar é a taxa global de custos." Há muito tempo que Sharpe, apontado por muitos como o pai da avaliação de fundos, alerta os investidores para as despesas que pagam.
Os custos envolvidos no investimento num fundo podem ser escandalosos, como é o caso do Banif Euro Crédito. Quem quiser investir neste fundo de obrigações tem de pagar logo à entrada uma comissão de subscrição de 5% do valor da aplicação. Se quiser abandoná-lo antes de Setembro de 2012 tem ainda de desembolsar uma comissão de resgate de 5% do valor da aplicação na altura.
Não é normal os gestores dos fundos cobrarem tanto. A regra é não haver comissão de subscrição e, tradicionalmente, a de resgate é nula após um determinado período de investimento, normalmente um ano para os fundos de acções e um semestre para os fundos de obrigações. Quando seleccionar os seus fundos garanta que não paga comissões de subscrição e de resgate. Note que o Banif Euro Crédito não é um fundo comum: está desenhado para durar apenas três anos e três meses quando a esmagadora maioria não tem data de validade.
No dia-a-dia, o grupo Banif também cobra comissões de gestão e de depósito, bem como desconta vários custos operacionais à carteira do fundo. A taxa global de custos, o indicador que William Sharpe gostaria de ver no topo das preocupações dos aforradores, resume a maioria dessas despesas. Por isso, é simples saber se o fundo que está a estudar é barato: confirme que não pagará comissões de subscrição nem de resgate e que a taxa global de custos é mais baixa do que a dos produtos concorrentes.
2. Despeça o gestor do seu fundo
Assumindo que evita as comissões de subscrição e de resgate, o principal custo do fundo é ter de pagar ao gestor. Se calhar não vale a pena. Numa entrevista diferente da de William Sharpe, Daniel Kahneman, laureado com o Nobel da Economia 12 anos depois do seu colega, afirmou que é praticamente impossível bater o mercado. "Simplesmente, isso não vai acontecer", respondeu Kahneman.
Se os gestores dos fundos não conseguem bater sempre o mercado, os investidores podem preferir comprar o próprio mercado. Isso é possível através de fundos de índice: cabazes que replicam a composição dos índices de referência. A grande vantagem é que as comissões são bastante mais baixas. O fundo Fidelity Euro Stoxx 50, que procura replicar o cabaz das acções das 50 maiores empresas europeias, por exemplo, tem uma comissão de gestão de 0,6% por ano.
Ainda mais baratos são os fundos cotados, que, em vez de serem subscritos junto do banco, são comprados na bolsa como se fossem acções. As comissões descem até 0,06% por ano, como é o caso do Vanguard S&P500 ETF, que investe em acções norte-americanas. A desvantagem dos fundos cotados (também conhecidos por "exchange-traded funds" ou ETF) é que as operações de compra e de venda são alvo de comissões de bolsa, logo só são indicados para quem possa aplicar alguns milhares de euros de cada vez.
3. Não precisa de ficar no banco do dia-a-dia
A maioria dos grandes bancos restringe o acesso dos seus clientes aos fundos geridos no seio do seu grupo. A excepção é o Millennium BCP: ao juntar produtos da responsabilidade de sociedades estrangeiras, o grupo bancário elevou o número de fundos que comercializa para perto de uma centena.
É um mau princípio abrir várias contas bancárias, porque as comissões de que pode ser alvo avolumam-se. No entanto, alguns bancos mais pequenos e voltados para as poupanças isentam os seus clientes da maioria dos custos correntes. É nessas instituições financeiras que encontrará mais fundos. No Banco Best, controlado pelo Grupo Espírito Santo, havia 1738 fundos de investimento no início de Abril. No ActivoBank, que pertence ao Banco Comercial Português, o número roça os 900, enquanto o Banco Big disponibiliza quase 600 e o Deutsche Bank 300.
4. Fundos de fundos "roubam" comissões
Quem quer evitar comissões não subscreve fundos de fundos. Estes produtos diversificam as suas carteiras através da compra de outros fundos de investimento. Assim, os fundos de fundos representam comissões em duplicado e, algumas vezes, em triplicado.
Um participante de um fundo de fundos paga directamente as comissões de gestão e de depósito que deve ao seu gestor, mas, indirectamente, também paga as comissões de gestão e de depósito (e, eventualmente, outras) dos fundos que fazem parte da composição do seu produto.
Veja o exemplo do Millennium Prestige Conservador, o maior fundo de fundos. Um aforrador que aplique 1000 euros neste produto pode contar que, no final de um ano, as comissões de gestão e de depósito que paga lhe retirem até 20 euros. A isso acresce-se as comissões que o gestor do Millennium Prestige Conservador tem de pagar aos fundos que compra. O Millennium Obrigações é o que tem mais peso: cobra pela gestão e pelo depósito 0,875% por ano. Assim sendo, o investidor sabe à partida que, em um ano, pode perder até 28,75 euros dos seus 1000 euros iniciais só em comissões se os fundos que fizerem parte da carteira do Millennium Prestige Conservador tiverem a mesma estrutura de comissões do Millennium Obrigações.
Na realidade, os custos do Millennium Prestige Conservador são mais baixos: o Millennium bcp tem a cortesia de não cobrar a comissão de gestão na proporção da carteira investida nos fundos da casa. Nem todas as sociedades gestoras fazem isso.
5. A tradição ainda é o que era
É normal os investidores sentirem-se atraídos pelo desconhecido, o que os leva a subscrever fundos fora do tradicional trio de acções, obrigações e tesouraria. Todavia, muitos dos que se lançam sobre o desconhecido acabam por cair num abismo, o que pode ter pesadas consequências para o orçamento.
Quando a Morgan Stanley lançou fundos que apostam em câmbios, muitos foram atraídos pela reputação do banco de investimento. Contudo, até hoje, o Morgan Stanley Absolute Return Currency está abaixo do seu preço de lançamento, em Fevereiro de 2007. O Caixagest Private Equity, que investe em fundos de capital de risco, também ainda não recuperou o valor inicial de Dezembro de 2006. O Art Invest, um fundo de obras de arte gerido no seio do grupo Banif, também está abaixo do seu valor registado em Janeiro de 2004. É preciso atenção porque há muitos outros casos de fundos pouco convencionais que não convenceram os aforradores que neles investiram.
Apoie-se em quem sabe
Há especialistas que o podem ajudar à distância de um clique.
Não é fácil decidir quais são os melhores fundos de cada categoria. Entre nacionais e estrangeiros, há mais de seis mil fundos de investimento em comercialização em Portugal, contabilizando as várias versões que podem existir de um mesmo produto. Na eleição precisa de avaliar os desempenhos, os riscos envolvidos e os custos inerentes ao aforro. Naturalmente, a informação a processar poderá ser excessiva para a maioria dos mortais.
Os bancos que distribuem os fundos são os primeiros a ajudá-lo. Regra geral, os seus sítios na internet são um bom ponto de partida para a sua análise. Contudo, não se sinta limitado, porque há exércitos de especialistas dispostos a ajudá-lo. O batalhão da Morningstar é um dos mais populares. Através do sítio de internet do Negócios, indo à área de cotações de fundos, pode consultar todas as estatísticas compiladas pelos especialistas dessa firma. Para lhe facilitar o trabalho, reunimos aqui os produtos mais rentáveis entre os favoritos da Morningstar.