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Banif - Internacionalização e expansão lançam banco na rota do sucesso
Com uma imagem renovada e a “força de acreditar”. Foi a forma que o Banif encontrou para assinalar a entrada em 2008 e os seus 20 anos de existência. Também já este ano, o banco de Horácio Roque anunciou a realização de um aumento de capital para repor os
Até ao final do ano, o banco pretende abrir 50 agências em Portugal. No primeiro trimestre inaugurou dois novos balcões em Malta e três no Brasil.
A internacionalização é, aliás, uma das marcas do Banif e um dos seus pontos fortes. Brasil, Estados Unidos, Espanha e Malta são alguns dos 14 mercados onde o banco está presente. José Fialho, analista do banco BiG, considera que a expansão externa “tem mesmo que ser a tendência” seguida pelo banco, num momento em que “convém ter uma maior abrangência”. Esta estratégia permite-lhe também aproximar-se dos três grandes rivais cotados na bolsa nacional.
O banco madeirense tem na sua dimensão mais reduzida um dos principais entraves ao seu desempenho. A forte campanha publicitária desenvolvida em torno da nova imagem do Banif permitiu ao banco regressar às luzes da ribalta. A falta de notícias, associada ao “free float” escasso e ao facto de não integrar o índice principal são factores condicionadores do desempenho do título, que desde o início do ano caiu 26,5%.
No final de Fevereiro passado, a instituição financeira surpreendeu o mercado com o anúncio de um aumento de capital de cem milhões de euros, juntando-se aos seus concorrentes BCP e BPI. “Como vínhamos a dizer desde Maio de 2007, o Banif tem uma situação de capital muito apertada, com o rácio ‘core tier 1’ nos 4,3% em Junho de 2007, o que forçou este aumento de capital”, referiu a analista do BPI Maria de Lurdes Pinho, numa nota de investimento divulgada na altura.
Este aumento de capital, que vai ser realizado metade através de reservas e outra metade com recurso ao mercado de capitais, é apontado pelos analistas como um acontecimento-chave. A UBS acredita que esta operação vai ser assegurada pelos principais accionistas e continua a olhar para o banco como o mais barato do mercado português. A administração do Banif prevê que o reforço de capitais esteja concluído em Junho, faltando ainda revelar os detalhes do mesmo.
Também o analista do BiG diz que o título “já começa a ficar em níveis mais atraentes” , depois de ter estado muito inflacionado devido à especulação de concentração com o Finibanco, começando a negociar em linha com o sector financeiro nacional. José Fialho acrescentou ainda que a “elevada exposição ao mercado nacional”, apesar do esforço de internacionalização do banco, continua a ser um dos problemas para solucionar.
Um dos eternos títulos a aguardar a promoção ao índice de referência, o que poderia aumentar a sua visibilidade, o Banif mantém-se no segundo lugar da lista de espera.
Roque controla mais de 60% do banco
Estrutura accionista do Banif
Fonte: Relatório e contas.
Acções desvalorizam mais de 26%
Evolução das acções desde o início do ano
Fonte: Bloomberg
O Banif acompanha as quedas do sector em Portugal e recua mais de 26% em 2008. Ainda assim, desde os mínimos de Março, o título tem aliviado das fortes perdas do início do ano e consegue mesmo registar um saldo positivo, avançando cerca de 9,5% desde dia 17 de Março. A estabilização dos mercados de crédito e da economia poderão animar a cotação das acções da instituição. Uma possível entrada para o PSI-20 poderá também impulsionar o título.
Banca de investimento rendeu ao Banif 9,4milhões de euros
Fonte: Bloomberg e empresa.
Os lucros do banco recuaram 16,6% no primeiro trimestre, para os 18 milhões de euros. A banca de investimento foi responsável por mais de metade dos lucros do banco.