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Abrande o consumo do seu carro

Se está à procura de um automóvel, prefira um que lhe pese pouco na carteira na hora de abastecer. Evite os veículos gulosos. Conheça os novos carros que menos consomem.

15 de Junho de 2011 às 08:49
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A crise financeira já era suficiente para estragar os planos orçamentais de muitas famílias portuguesas. Todavia, o aumento dos custo dos combustíveis veio reduzir ainda mais a folga que ainda se poderia ter. O preço do gasóleo, cujo consumo continua a subir, segundo a Direcção-Geral de Energia e Geologia, aumentou 20% no último ano. A gasolina, que foi menos procurado pelo condutores ao longo do último ano, encareceu-se em 15%. É cada vez mais importante eleger um meio de transporte económico para o futuro, porque não há sinais de abrandamento do valor do barril de petróleo nos mercados internacionais durante o próximo ano.

Se está a pensar adquirir um carro novo, saiba que o seu consumo deve ser um dos factores mais decisivos. Um carro a gasóleo que consuma quatro litros por 100 quilómetros em vez de seis litros, resgata-lhe 8400 euros ao fim de 300 mil quilómetros, assumindo os preços mais recentes do combustível. Um automóvel a diesel que gaste seis em vez dos tradicionais oito litros permite-lhe poupar mais de 9600 com a mesma quilometragem. Se amealhar esta poupança, terá um bom pé-de-meia para comprar o veículo seguinte dentro de alguns anos.

O Negócios investigou os consumos médios de mais de duas centenas de automóveis à procura dos carros mais económicos para os portugueses. Saiba quais são os mais poupados em cada segmento.






Conheça os modelos mais amigos da sua carteira

Da classe económica aos automóveis mais luxuosos, escolha a solução que melhor trata o seu dinheiro.


Económico

Quanto mais pequeno mais leve na carteira
Gasolina smart fortwo coupé mhd (4,3l/100km)
Gasóleo smart fortwo cdi (3,3l/100km)

Embora os consumos mínimos continuem a descer, é difícil bater a marca do smart a gasóleo: o pequeno carro de dois lugares gasta 3,3 litros de diesel para calcar uma centena de quilómetros, graças aos seus 770 quilogramas. Assim, o seu depósito, que se pode atestar com cerca de 46 euros, é suficiente para percorrer 1000 quilómetros num percurso misto. O preço dos cdi da smart começam nos 12.600 euros. Para quem os dois lugares do smart não são suficientes terá de se socorrer junto do Fiat 500 1.3 Multijet. Esses dois acentos adicionais representam um custo de mais 4100 euros sobre o smart e um aumento do consumo para 3,9 litros.

No segmento económico são os veículos a gasolina que reinam. Nesse campo, o smart também lidera. Na versão "micro hybrid drive", o smart coupé bebe 4,3 litros por 100 quilómetros, ligeiramente menos do que o Nissan Pixo e o Suzuki Alto (4,4 litros). O smart mais barato custa cerca de 10 mil euros.



Inferior

Híbridos chegam aos pequenos
Gasolina Honda Jazz Hybrid (4,5l/100km)
Gasóleo Seat Ibiza 1.2 TDI Ecomotive, Volkswagen Polo 1.2 TDI BlueMotion (3,4l/100km)

A Honda conseguiu reclamar o menor consumo de um carro a gasolina da gama inferior transportando a tecnologia híbrida já aplicada no Insight e no CR-Z para o pequeno Jazz. A tecnologia centra-se num motor eléctrico adicional que fornece mais 14 cavalos aos 88 do motor de 1339 centímetros cúbicos. Com alguma paciência na condução, o consumo médio pode descer até aos 4,5 litros numa centena de quilómetros, afirma o construtor. Só o preço não é baixo: quase 20 mil euros.

Nos veículos a diesel, a redução do consumo também tem sido surpreendente. A engenharia alemã do grupo Volkswagen leva os consumos combinados aos 3,4 litros por 100 quilómetros. Quem o consegue são as versões Ecomotive do Seat Ibiza 1.2 TDI e BlueMotion do Volkswagen Polo 1.2 TDI. Ambos têm função "start & stop" e sistemas de recuperação de energia. A grande diferença está no preço-base: o Seat pode ser adquirido por cerca de 17.600 euros e o Volkswagen por 18.400 euros. Bem perto nos consumos ficam o Citroën C3 1.6 e-HDi, o Fiat Punto Evo 1.3 Multijet de 85 cavalos e o Opel Corsa 1.3 CDTI ecoFlex. Consomem 3,6 litros por centena de quilómetros.



Médio inferior

Abaixo dos quatro litros
Gasolina Toyota Prius (3,9l/100km)
Gasóleo Seat Leon 1.6 TDI Ecomotive, Volkswagen Golf 1.6 TDI BlueMotion, Volvo C30 1.6D DRIVe (3,8l/100km)

Os pequenos motores eléctricos que os fabricantes estão a adicionar aos automóveis estão a garantir mais quilómetros de marcha com menos combustível. O Toyota Prius é o porta-estandarte desta missão. O construtor japonês consegue que os quase 1400 quilogramas deste veículo rolem a menos de quatro litros de gasolina por 100 quilómetros. Atrás dele fica o Honda Insight a consumir 4,4 litros.

No campo dos diesel, o grupo Volkswagen consegue colocar dois automóveis no topo: o Seat Leon 1.6 TDI que usa a tecnologia Ecomotive e o Volkswagen Golf 1.6 TDI que abraça a solução BlueMotion. A Volvo consegue igualar a proeza alemã graças à engenharia sueca. Todavia, o Volvo C30 1.6D DRIVe custa mais cerca de 1400 euros do que o Golf e mais aproximadamente 3900 euros do que o Leon.



Médio superior

Familiares de baixo consumo
Gasolina BMW 316i e 318i (6,3l/100km)
Gasóleo Volvo S40/V50 1.6D DRIVe (3,8l/100km)

As tecnologias desenvolvidas sobre a designação DRIVe da Volvo colocam o S40 e a V50 no pódio dos automóveis familiares mais económicos nos postos de abastecimento de gasóleo. São várias as soluções que os engenheiro suecos da Volvo encontraram para registar os 3,8 litros por 100 quilómetros percorridos, incluindo uma caixa de velocidades ajustada a um baixo consumo e pneus de menor atrito.

A BMW, através do programa EfficientDynamics, está a levar os seus veículos mais longe com menos gasolina. As soluções como o "start-stop" automático e a regeneração de energia da travagem garantem aos modelos 316i e 318i, com 1597 e 1995 centímetros cúbicos, respectivamente, consumos combinados de 6,3 litros num circuito misto de uma centena de quilómetros.



Superior

Executivos mais leves com novas tecnologias
Gasolina Audi A6 2.8 FSI Multitronic (7,4l/100km)
Gasóleo BMW 520d (4,9l/100km)

Os especialistas da Audi escalaram mais alguns degraus para reduzir o consumo do recém-lançado A6. Para começar, parte da estrutura do carro é agora em alumínio híbrido, algo apenas comum nos veículos de competição. Depois, todas as soluções que começam a ser padrão nos automóveis mais económicos foram incluídas: desde o sistema "start-stop" aos recuperadores de energia das desacelerações e das travagens, passando pelos faróis LED de baixo consumo. Assim o motor 2.8 a gasolina que equipa a versão-base do Audi A6 apresenta um consumo combinado de 7,4 litros por 100 quilómetros.

Entre os automóveis da gama superior a gasolina, a BMW, recorrendo mais uma vez ao cabaz EfficientDynamics, leva o 520d a um gasto inferior a cinco litros por 100 quilómetros de percurso. Obviamente, a economia não prejudica a capacidade de aceleração do BMW: a velocidade máxima é de 227 quilómetros por hora.



Luxo

Mercedes estende economia aos mais ricos
Gasolina Mercedes CLS 350 CGI (6,8l/100km)
Gasóleo Mercedes S 250 CDI (5,7l/100km)

Os clientes de luxo da Mercedes-Benz são cada vez mais conscientes do meio ambiente e, por isso, o fabricante alemão também tem de se preocupar em reduzir o impacto ecológico das suas viaturas. Graças à relação directa entre o consumo e as emissões de gases nocivos para a atmosfera, o facto do novo motor do CLS 350 a gasolina emitir agora menos 20% de poluição é também benéfico na factura na gasolineira. Este coupé de 85 mil euros consome 6,8 litros por 100 quilómetros em percurso misto.

Nos automóveis de luxo movidos a gasóleo, a Mercedes também dá cartas. O S 250 CDI é o mais económico, ao gastar 5,7 litros por 100 quilómetros. Nos veículos da marca alemã, a eficiência chama-se BlueEfficiency. Trata-se de pacotes de optimização do consumo e do meio ambiente que incluem, por exemplo, melhorias aerodinâmicas e pneus de reduzido atrito ao rolamento.



SUV

Todo-o-terreno ambiental
Gasolina Lexus RX 450h fwd (6,1l/100km)
Gasóleo Hyundai ix35 1.7 CRDi, Peugeot 3008 1.6HDi (5,2l/100km)

A Lexus, a divisão de carros de luxo do fabricante japonês Toyota, combinou o conceito de um desportivo todo-o-terreno com um veículo híbrido. Assim, nasceu o Lexus RX 450h, que consegue atingir um consumo combinado de 6,3 litros por cada centena de quilómetros. Para os condutores mais conscientes da economia, a Lexus desenvolveu o modelo fwd: a tracção passa a ser apenas nas rodas dianteiras, o que lhe permite reduzir o consumo médio para 6,1 litros.

Embora tenham perfil para sair das estradas convencionais de alcatrão, o Hyundai ix35 e o Peugeot 3008 já nasceram apenas com duas rodas motrizes. Nas suas versões a gasóleo menos despesistas, estes carros conseguem registar consumos combinados de 5,2 litros por 100 quilómetros.



Monovolumes

Versáteis cada vez mais pequenos
Gasolina Hyundai ix20 1.4 CVVT, Toyota Verso-S 1.33 Dual VVT-i (5,6l/100km)
Gasóleo Nissan Note 1.5 dCi (4,2l/100km)

Os motores que equipam a maioria dos monovolumes são os mesmo que alimentam os automóveis familiares produzidos pelos construtores. Porém, como os monovolumes tendem a ser maiores e mais pesados que os familiares, os consumos médios alcançados por esta gama automóvel são bastante superiores. Contudo, um novo nicho de monovolumes começa a invadir as estradas portuguesas: são os pequenos monovolumes que ajudam os agregados familiares a manter o orçamento de combustíveis sobre controlo. É o caso Hyundai ix20 1.4 CVVT e Toyota Verso-S 1.33 Dual VVT-i: com cerca de quatro metros de comprimentos e pouco mais de um Metro e meio de altura, estes veículos gastam 5,6 litros de gasolina por 100 quilómetros.

Nos monovolumes a diesel, a Nissan colocou o motor 1.5 dCi da Renault num patamar que nem a marca francesa conseguiu alcançar com um monovolume. O Nissan Note consome 4,2 litros de gasóleo nos 100 quilómetros de caminho misto.



Quer abandonar o petróleo? Compre um carro eléctrico

Os novos automóveis a electricidade permitem poupar mais de 90% em energia.


Graças à interminável escalada dos preços dos derivados do petróleo, os carros eléctricos, que começam agora a povoar as estradas portuguesas, convertem-se numa surpreende fonte de poupança. Ao ligar o Nissan Leaf, um dos primeiros a estrear-se, a uma tomada eléctrica durante oito horas para encher as baterias, gasta-se cerca de 1,12 euros, assumindo a tarifa paga pela maior parte das famílias. No carro a gasolina mais económico do mercado, o Toyota Prius, os mesmos 175 quilómetros que podem ser percorridos com bateria completa do Leaf custam cerca de 10,92 euros. A poupança de 89,74% pode ainda ser aumentada se a carga for efectuada no tarifário de vazio. O custo energético desse carregamento é de 0,66 euros.

Embora ainda não se saiba os detalhes completos de todos os veículos eléctricos que serão comercializados em 2011, os preços oscilam entre cerca de 34.700 euros e pouco mais de 37.000 euros. O maior problema destes carros será a autonomia, já que será mais complicado abastecê-los que um veículo a gasolina ou gasóleo. O Mitshubishi i-Miev deverá ser o mais barato, apesar de não ser o que tem menos autonomia: uma carga de sete horas será suficiente para calcar 160 quilómetros. O Citroën C-Zero e o Peugeot iOn têm uma autonomia de 150 quilómetros. Os 185 quilómetros do Renault Fluence ZE tornam-no no mais independente da tomada.

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