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Portugueses tiram perto de mil milhões dos fundos em 2016

O volume de resgates nos fundos geridos por entidades nacionais foi o mais elevados desde 2011, ano marcado pela entrada da troika.

Reuters
18 de Janeiro de 2017 às 16:18
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O último ano foi marcado pelo regresso dos resgates aos fundos de investimento. Depois de terem voltado a captar dinheiro pela primeira vez em três anos em 2015, os fundos geridos por entidades nacionais fecharam 2016 com um saldo negativo entre subscrições e resgates próximo de mil milhões de euros.


Os fundos terminaram o ano passado com subscrições líquidas negativas de 923 milhões de euros, um volume de saídas que ultrapassou os resgates de 873,7 milhões de euros no final de 2014, ano marcado pela crise no BES, segundo dados divulgados pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património (APFIPP). É preciso recuar até 2011, ano do pedido de assistência financeira do país, para obter um montante tão elevado de subscrições negativas na indústria (2.625,5 milhões de euros).


Este desinvestimento nos fundos ocorreu num ano marcado pelo regresso da incerteza aos mercados globais, com o receio em relação à economia global, o Brexit e a expectativa em torno da subida dos juros nos EUA a afastarem os investidores dos activos de risco.


Em termos mensais, o mês de Dezembro foi positivo. As subscrições superaram os 453,9 milhões de euros, enquanto os resgates atingiram 291,9 milhões de euros, tendo ainda sido liquidado um fundo que resultou em reembolsos de 1,1 milhões, elevando o volume de saídas mensal para 293 milhões. Tudo somado, o saldo, em Dezembro, foi positivo em 160,9 milhões.


Por categorias, os fundos de mercado monetário euro foram a classe mais penalizada pelos resgates. Perderam perto de 496 milhões de euros nos últimos 12 meses, um comportamento justificado pelas rendibilidades nulas destes produtos, devido às taxas de juro em mínimos históricos na região do euro. Sem perspectivas de melhoria, os investidores retiraram o dinheiro desta categoria, privilegiando outra classe de baixo risco: os fundos de tesouraria.


Os fundos de curto prazo euro, antes denominados fundos de tesouraria, foram a categoria que recolheu mais investimento no último ano, ao receber 414,3 milhões de euros. Ainda que também estejam a ser afectados pelo ambiente de baixas taxas de juro, estes fundos têm conseguido driblar as rendibilidades negativas. Sobem, em média, 0,47% nos últimos 12 meses.


Já os fundos de acções nacionais fecharam o ano com saídas de 26 milhões de euros, um desinvestimento num ambiente dominado por desempenhos negativos e fraca visibilidade para a bolsa lisboeta. 

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